Nas Notas de Conjuntura, destaque para a interpretação dos efeitos iniciais do governo Trump e os avanços da direita extrema
ACONTECIMENTOS E TENDÊNCIAS
A banalidade do mal em nova edição
Analistas políticos e sociais mergulham na decifração de enigmas sobre o futuro diante do mar poluído de discursos radicais e das primeiras iniciativas já anunciadas na primeira semana do novo governo de Donald Trump.
O presidente garante o show para a turma da extrema direita com o cumprimento de promessas de campanha. Na primeira canetada, os imigrantes entraram na mira dos caçadores de imigrantes, alvos das ações de denúncias que resultam em deportação coletiva. O Jamil Chade, correspondente de política internacional, relata que há um sentimento de pânico. “Imigrantes evitam hospitais e crianças temem ir às escolas”.
O processo do presidente, que prometeu remodelar de forma radical a cultura e a política dos Estados Unidos, continuou o roteiro com ameaças de ocupação de terras estrangeiras, o velho hábito do país de desrespeitar direitos alheios. Também retirou apoio a acordos governamentais sobre clima e direitos sobre diversidade.
Liberou a exploração do petróleo sem limites. “Temos algo que nenhuma outra nação industrial jamais terá: a maior quantidade de petróleo e gás de qualquer país da Terra. E vamos usá-la”, disse Trump.
O protecionismo como estratégia para tentar reverter a decadência da economia interna vai levar à produção de carros com tecnologias baseadas em combustão, dispensando o investimento em pesquisa e desenvolvimento.
E daí
Para quem quiser entender, o momento é de explicitação sobre como o império agia, age e vai continuar a agir para impor os interesses das corporações que dominam o país. No cenário desenhado por Trump para o segundo mandato, vale mais do que nunca a lei do mais forte. De musculatura e de poder econômico.
Com o bilionário do X/Twitter à frente do Departamento de Eficiência Governamental, as autoridades estadunidenses aceleram o esvaziamento do conceito de estado. Na prática, Trump, identificado como homem de negócios, mais do que como político, implanta a destruição do modelo de democracia tradicional. Os bilionários vão eliminar os intermediários como presidentes, governadores e membros do judiciário.
Tendências
O tratamento dispensado à primeira remessa de deportados brasileiros da “Era Trump” mostra o fortalecimento da tendência de empoderamento dos “policiais da esquina”. O fenômeno, com força global, reúne policiais militares de São Paulo, soldados sádicos israelenses, em ações contra palestinos, e extremistas brancos dos Estados Unidos.
O cientista político Claudio Couto destaca a formação do cenário de “banalização do mal”, como o fenômeno denunciado pela filósofa Hanna Arendt, para quem a massificação da sociedade no período nazista deu força a uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão que explica porque aceitam e cumprem ordens sem questionar. “É gente que se ufana em ser cruel”, assinala Claudio Couto (confira a análise aqui).
Oxfam denuncia aumento da concentração de renda
Riqueza de milinários aumentou três vezes mais rápido em 2024, afirma Oxfam
10% dos mais ricos no Norte Global já concentram metade da renda do planeta; em média, quase quatro novos bilionários surgiram a cada semana no ano passado, sendo a maioria das riquezas obtidas através de herança, monopólio ou corrupção, mostra o relatório.
Indicações ao Oscar levam público ao cinema
As três indicações de “Ainda Estou Aqui” ao Oscar gerou mais uma onda de acesso do público aos cinemas. Segundo o site Omelete, especializado em cinema, as indicações também dispararam as buscas dos brasileiros pelo prêmio no Google esta semana. De acordo com o buscador, a premiação cresceu em 11 vezes o volume de pesquisas no site nas 24 horas seguintes ao anúncio dos indicados, feito na última quinta-feira (23).
São Paulo lembra impunidade de Brumadinho
Às 12h28 deste domingo (26), o som de uma sirene ecoou pela Avenida Paulista, em São Paulo. O alerta era para lembrar as 272 pessoas que morreram no rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, ocorrido há seis anos. A homenagem às vítimas da tragédia é uma forma de denunciar a impunidade e reafirmar o compromisso com a prevenção de novos episódios.
Na escravidão, mulheres eram reprodutoras do mercado
O site A Pública denuncia em investigação realizada com o Pulitzer Center que nos tempos da escravidão existia um mercado em que as mulheres eram forçadas a engravidar continuamente enquanto os homens — os mais fortes — eram colocados na função de reprodutores. Os bebês eram comercializados. Um sistema semelhante ao aplicado em fazendas de bovinos e de cavalos.
NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações
Publicação do Radar do Futuro, circula nos domingos.
Produzido por Carlos Plácido Teixeira e Heraldo Leite
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Em resumo