Nas Notas de Conjuntura, destaque para os efeitos do esvaziamento do Estado do governo Trump e os avanços da direita extrema

População paga o preço do fim do Estado
Para quem quiser enxergar e entender, sem viés, o real efeito prático do “fim do Estado”, sonhado pela direita mal (in)formada, é altamente recomendável prestar atenção aos acontecimentos nos Estados Unidos e a Argentina. A maior parte das populações colhe os resultados de governos que se apoderam do mesmo “Estado” para impor interesses dos muitíssimos ricos.
Nos Estados Unidos, a precarização dos serviços públicos é alvo de Elon Musk, responsável por colocar em prática os interesses de seus grupos, em que Donald Trump parece, em alguns momentos, ser apenas mais um. Tudo o que puder ser destruído, será. O bilionário propôs, durante conferência do banco Morgan Stanley, a privatização de tudo.
A população, que já tem medo de ter problemas de saúde e vem perdendo o acesso a remédios essenciais por conta, também, do aumento da pobreza, já entende que as perspectivas não são favoráveis. O mesmo ocorre na Argentina, onde Milei comemora a queda da inflação, que não elimina o elevado custo de vida e a precarização da vida dos trabalhadores e aposentados.
Avanço da xenofobia
“Tomara que você seja deportado”. O país onde vizinhos denunciam até seus “amigos” estrangeiros, o ódio mostra todos os dentes. Até mesmo quem deveria estar apenas brincando. Estes tempos estranhos, mas não inéditos, alcançou o filho de 11 anos do jornalista brasileiro Jamil Chade, especialista em cobertura da política internacional. O menino foi alvo da agressividade de uma colega da escola primária de Nova Iorque.
É mais um sinal do fenômeno que se alastra, indiscriminadamente, por todos os poros da sociedade.
Discussões entre colegas de escola são normais, em qualquer idade ou lugar, reconhece Jamil Chade. o Mesmo que diria qualquer pedagogo ou professor. Mas o que assusta é perceber a xenofobia como a força do futuro. Ao ponto de uma criança de 10 ou 11 anos agredir outra, sob o ambiente de exclusão, que antecede a perseguição. O sistema fomenta a expressão do ódio. “Alguém autorizou”, reflete Jamil Chade
É mais um evento do mesmo cenário em que brasileiros instalados nos Estados Unidos recorrem aos consulados com o objetivo de registrar seus filhos como brasileiros. É a mais pura ironia para quem achou que mudar para os EUA seria a realização do sonho de viver em uma civilização.
A colunista Mônica Bergamo divulgou na manhã da terça-feira, dia 11, que os 11 consulados brasileiros dos Estados Unidos registraram, nas últimas semanas, uma alta exponencial de pedidos de registro de filhos por parte de brasileiros. A ação ocorre por receio de separação entre os familiares caso ocorra uma nova onda de deportações em massa, como as promovidas no início do governo de Donald Trump.
A população reage
Passada a euforia com eleição de Donald Trump, nos EUA, o bilionário Elon Musk começa a sofrer com sua participação política e suas posições controversas.
Na última semana tivemos:
1. Queda Expressiva da Tesla: A Tesla (fabricante de carros elétricos) enfrenta uma significativa desvalorização no mercado, com Elon Musk perdendo US$ 145 bilhões em patrimônio – cerca de R$ 830 bilhões!
A Tesla enfrenta uma forte rejeição de consumidores europeus devido ao apoio público de Musk a políticos de extrema direita, resultando em uma queda de 70% nas vendas na Alemanha. Na China, o segundo maior mercado da Tesla, os embarques despencaram 49% no último mês
2. Outros bilionários também contabilizaram números negativos.
Jeff Bezos, fundador da Amazon: as ações da Amazon caíram 15%.
Sergy Bring, um dos pais do Google: perdeu bilhões após as ações da Alphabet despencarem mais de 7% no início de fevereiro.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook: as ações da Meta levaram a um prejuízo de US$ 8 bilhões recentemente
Jânio de Freitas desvenda a verdade sobre o império
Não se assuste, é só o fim da hipocrisia. Movido pelos piores motivos, Donald Trump traz aos olhos e ouvidos de todo o planeta a verdade norte-americana por inteiro. Por mais de um século, a invenção e o incessante desenvolvimento da moderna propaganda de massas cristalizaram, mundo afora, uma concepção virtuosa da índole e das práticas mais características dos Estados Unidos, povo e poder.
É a “cultura da crueldade”
Teórico fundador da pedagogia crítica e diretor do Centro de Pesquisa de Interesse Público da Universidade McMaster, no Canadá, o acadêmico Henry A. Giroux, define a atualidade como tempos de “cultura da crueldade”. Em entrevista para a BBC, ele afirma que Trump não é um incidente isolado de crueldade, um momento específico baseado em ‘racialização’ ou em uma forma específica de nativismo, como na época da Segunda Guerra Mundial.
O que estamos vendo é um princípio de crueldade que afeta todos os aspectos da vida norte-americana, seja na forma de ataques a escolas, a imigrantes indocumentados ou a pessoas trans.
De férias em Florianópolis, em Santa Catarina, homens e mulheres do exército de Israel filmaram o momento em que brindaram pela morte de todos os árabes.
Articulação da direita no cenário eleitoral
A entrada da direita e extrema-direita em territórios populares de periferia, em que a esquerda era predominante, deve seguir produzindo reflexos nas próximas eleições, assim como ocorreu no pleito de 2024. Quem faz a constatação e a análise é o professor e cientista social Hugo Fanton, pesquisador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP. “Hoje as famílias pobres lidam com o alto endividamento e outros mecanismos de expropriação financeira, como as apostas, a precarização do trabalho e o aumento do custo de vida”.
Não por acaso, a mudança decorre de uma teia conflagrada nos territórios populares pela extrema-direita. Entre os fatores dessa relação, o cientista aponta a atuação de base comunitária vinculadas a grupos de direita e extrema-direita, a influência sem precedentes do poder monetário das candidaturas na disputa pelo voto, a presença da máquina pública e do crime organizado, bem como a omissão da Justiça Eleitoral em coibir crimes. Há também uma combinação ideológica de individualismo exacerbado, competitividade e empreendedorismo, além da atuação das igrejas e das redes sociais.
Movimento dos atores
Extrema direita:
O Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica promovem, no Rio de Janeiro, um almoço de adesão para comemorar o golpe de 1964, que eles insistem em chamar de revolução.
Sem limites, o deputado Gustavo Gayer, de Goiás, achou que podia ofender colegas de parlamento. Pode morrer “pela língua”.
Direita religiosa
A Frente Parlamentar Cristã da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte reúne 27 dos 41 vereadores da capital mineira.
Em 6 de março de 2025 a Igreja Católica ganhou um representante no campo da direita: frei Gilson, padre-cantor de 38 anos quemobiliza discussões acaloradas nas redes sociais. Ele obtever cerca de 1 milhão de espectadores durante uma live transmitida na Quaresma, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Diocese de Santo Amaro, em São Paulo, em que chegou a dizer que as mulheres precisam atuar como “auxiliares” dos homens….
Dissonâncias cognitivas
Ex-Baby Consuelo, a rebatizada Baby do Brasil conclamou as mulheres the economist chamou o trump de don Corleone da política internacional net quanto faz de acordo com os grandes ao mesmo tempo em que pode com maisabusadas sexualmente a perdoarem os homens responsáveis pelas violências. Para a filósofa Márcia Tiburi, foi uma demonstração de ausência de compaixão da cantora
NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações
Publicação do Radar do Futuro, circula nos domingos.
Produzido pelos jornalistas Carlos Plácido Teixeira e Heraldo Leite
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