segunda-feira, março 31, 2025
22.4 C
Belo Horizonte

Notas de Conjuntura: 16 de março de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para os efeitos do esvaziamento do Estado do governo Trump e os avanços da direita extrema


População paga o preço do fim do Estado

Para quem quiser enxergar e entender, sem viés, o real efeito prático do “fim do Estado”, sonhado pela direita mal (in)formada, é altamente recomendável prestar atenção aos acontecimentos nos Estados Unidos e a Argentina. A maior parte das populações colhe os resultados de governos que se apoderam do mesmo “Estado” para impor interesses dos muitíssimos ricos.   

Nos Estados Unidos, a precarização dos serviços públicos é alvo de Elon Musk, responsável por colocar em prática os interesses de seus grupos, em que Donald Trump parece, em alguns momentos, ser apenas mais um. Tudo o que puder ser destruído, será. O bilionário propôs, durante conferência do banco Morgan Stanley, a privatização de tudo. 

A população, que já tem medo de ter problemas de saúde e vem perdendo o acesso a remédios essenciais por conta, também, do aumento da pobreza, já entende que as perspectivas não são favoráveis. O mesmo ocorre na Argentina, onde Milei comemora a queda da inflação, que não elimina o elevado custo de vida e a precarização da vida dos trabalhadores e aposentados.

Avanço da xenofobia 

“Tomara que você seja deportado”. O país onde vizinhos denunciam até seus “amigos” estrangeiros, o ódio mostra todos os dentes. Até mesmo quem deveria estar apenas brincando. Estes tempos estranhos, mas não inéditos, alcançou o  filho de 11 anos do jornalista brasileiro Jamil Chade, especialista em cobertura da política internacional. O menino foi alvo da agressividade de uma colega da escola primária de Nova Iorque. 

É mais um sinal do fenômeno que se alastra, indiscriminadamente, por todos os poros da sociedade.

Discussões entre colegas de escola são normais, em qualquer idade ou lugar, reconhece Jamil Chade. o Mesmo que diria qualquer pedagogo ou professor. Mas o que assusta é perceber a xenofobia como a força do futuro. Ao ponto de uma criança de 10 ou 11 anos agredir outra, sob o ambiente de exclusão, que antecede a perseguição. O sistema fomenta a expressão do ódio. “Alguém autorizou”, reflete Jamil Chade    

É mais um evento do mesmo cenário em que brasileiros instalados nos Estados Unidos recorrem aos consulados com o objetivo de registrar seus filhos como brasileiros. É a mais pura ironia para quem achou que mudar para os EUA seria a realização do sonho de viver em uma civilização. 

A colunista Mônica Bergamo divulgou na manhã da terça-feira, dia 11, que os 11 consulados brasileiros dos Estados Unidos registraram, nas últimas semanas, uma alta exponencial de pedidos de registro de filhos por parte de brasileiros.  A ação ocorre por receio de separação entre os familiares caso ocorra uma nova onda de deportações em massa, como as promovidas no início do governo de Donald Trump.

A população reage

Passada a euforia com eleição de Donald Trump, nos EUA, o bilionário Elon Musk começa a sofrer com sua participação política e suas posições controversas.

Na última semana tivemos:

1. Queda Expressiva da Tesla: A Tesla (fabricante de carros elétricos) enfrenta uma significativa desvalorização no mercado, com Elon Musk perdendo US$ 145 bilhões em patrimônio – cerca de R$ 830 bilhões!

A Tesla enfrenta uma forte rejeição de consumidores europeus devido ao apoio público de Musk a políticos de extrema direita, resultando em uma queda de 70% nas vendas na Alemanha. Na China, o segundo maior mercado da Tesla, os embarques despencaram 49% no último mês

2. Outros bilionários também contabilizaram números negativos. 

Jeff Bezos, fundador da Amazon: as ações da Amazon caíram 15%.

Sergy Bring, um dos pais do Google: perdeu bilhões após as ações da Alphabet despencarem mais de 7% no início de fevereiro.

Mark Zuckerberg, criador do Facebook: as ações da Meta levaram a um prejuízo de US$ 8 bilhões recentemente

Jânio de Freitas desvenda a verdade sobre o império

Não se assuste, é só o fim da hipocrisia. Movido pelos piores motivos, Donald Trump traz aos olhos e ouvidos de todo o planeta a verdade norte-americana por inteiro. Por mais de um século, a invenção e o incessante desenvolvimento da moderna propaganda de massas cristalizaram, mundo afora, uma concepção virtuosa da índole e das práticas mais características dos Estados Unidos, povo e poder.

É a “cultura da crueldade”

Teórico fundador da pedagogia crítica e diretor do Centro de Pesquisa de Interesse Público da Universidade McMaster, no Canadá, o acadêmico Henry A. Giroux, define a atualidade como tempos de “cultura da crueldade”. Em entrevista para a BBC, ele afirma que Trump não é um incidente isolado de crueldade, um momento específico baseado em ‘racialização’ ou em uma forma específica de nativismo, como na época da Segunda Guerra Mundial.

O que estamos vendo é um princípio de crueldade que afeta todos os aspectos da vida norte-americana, seja na forma de ataques a escolas, a imigrantes indocumentados ou a pessoas trans.

De férias em Florianópolis, em Santa Catarina, homens e mulheres do exército de Israel filmaram o momento em que brindaram pela morte de todos os árabes.

Articulação da direita no cenário eleitoral

A entrada da direita e extrema-direita em territórios populares de periferia, em que a esquerda era predominante, deve seguir produzindo reflexos nas próximas eleições, assim como ocorreu no pleito de 2024. Quem faz a constatação e a análise é o professor e cientista social Hugo Fanton, pesquisador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP. “Hoje as famílias pobres lidam com o alto endividamento e outros mecanismos de expropriação financeira, como as apostas, a precarização do trabalho e o aumento do custo de vida”.

Não por acaso, a mudança decorre de uma teia conflagrada nos territórios populares pela extrema-direita. Entre os fatores dessa relação, o cientista aponta a atuação de base comunitária vinculadas a grupos de direita e extrema-direita, a influência sem precedentes do poder monetário das candidaturas na disputa pelo voto, a presença da máquina pública e do crime organizado, bem como a omissão da Justiça Eleitoral em coibir crimes. Há também uma combinação ideológica de individualismo exacerbado, competitividade e empreendedorismo, além da atuação das igrejas e das redes sociais.


Movimento dos atores

Extrema direita:
O Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica promovem, no Rio de Janeiro, um almoço de adesão para comemorar o golpe de 1964, que eles insistem em chamar de revolução. 

Sem limites, o deputado Gustavo Gayer, de Goiás, achou que podia ofender colegas de parlamento. Pode morrer “pela língua”. 

Direita religiosa

A Frente Parlamentar Cristã da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte reúne 27 dos 41 vereadores da capital mineira.

Em 6 de março de 2025 a Igreja Católica ganhou um representante no campo da direita: frei Gilson, padre-cantor de 38 anos quemobiliza discussões acaloradas nas redes sociais. Ele obtever cerca de 1 milhão de espectadores durante uma live transmitida na Quaresma, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Diocese de Santo Amaro, em São Paulo, em que chegou a dizer que as mulheres precisam atuar como “auxiliares” dos homens….

Dissonâncias cognitivas 

Ex-Baby Consuelo, a rebatizada Baby do Brasil conclamou as mulheres the economist chamou o trump de don Corleone da política internacional net quanto faz de acordo com os grandes ao mesmo tempo em que pode com maisabusadas sexualmente a perdoarem os homens  responsáveis pelas violências. Para a filósofa Márcia Tiburi, foi uma demonstração de ausência de compaixão da cantora 


NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações

Publicação do Radar do Futuro, circula nos domingos.
Produzido pelos jornalistas Carlos Plácido Teixeira e Heraldo Leite

VeículosMídiasEspecialistas
BBC Brasil
Revista Fórum
Brasil 247
TVT
ICL Notícias
Poder 360
Rádio França Internacional
Congresso em Foco
Google Notícias
MSN
Correio Sabiá
Observatório do Clima
GGN
Forbes
Al Jazeera

Em resumo


Descubra mais sobre Radar do futuro

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Edições anteriores

Notas de Conjuntura: 23 de março de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para os efeitos do...

Radar da IA. 14 de março de 2025

Heraldo Leite Coluna semanal sobre curiosidades, reflexões e notas nada...

Conversas sobre o futuro: saúde mental & qualidade de vida

Responsabilidade das empresas nos cuidados dos trabalhadores e pesquisas...

Notas de Conjuntura: 16 de fevereiro de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a interpretação dos...

Notas de Conjuntura: 9 de fevereiro de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a interpretação dos...