quarta-feira, janeiro 29, 2025
20.2 C
Belo Horizonte

Notas de Conjuntura: 12 de janeiro de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a possibilidade de aumento da desinformação dos usuários das redes sociais de Mark Zukerberg.

CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

ACONTECIMENTOS E TENDÊNCIAS

Plataformas assumem articulação com a extrema direita

Você quer publicar notícias ou conteúdos falsos no Facebook, Instagram ou WhatsApp? Quer prejudicar alguma pessoa ou instituição com mentiras? Sinta-se à vontade. Quem “liberou geral” nas redes foi o presidente da Meta Platforms, Mark Zukerberg. O dono dos aplicativos mais influentes no mundo anunciou o encerramento dos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e a flexibilização das políticas de moderação de conteúdo da corporação tecnológica.

Zukerberg dança no tom de Elon Musk, do X/Twitter. E de Trump, claro. Entre as mudanças divulgadas, as restrições em temas como migração e gênero serão removidas. Associações discriminatórias e preconceituosas podem ser feitas. A big tech também anunciou a promoção de “conteúdo cívico”, entendido como informações de teor político-ideológico.

A reversão de decisões minimamente civilizatórias continua. Em meio à ampla reformulação pós-eleitoral nos Estados Unidos, segundo o New York Times, a Meta ordenou a remoção de absorventes dos banheiros masculinos em seus escritórios no Vale do Silício, Texas e Nova York, destinados a funcionários não-binários e trans.

Mark Zuckerberg, afirmou, em entrevista, que lamenta o surgimento de empresas “culturalmente neutras”, e que se distanciam da “energia masculina”. Zuckerberg disse que é bom quando uma cultura “celebra um pouco mais a agressividade”.

Então: o fim da hipocrisia ESG

A proximidade da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo dia 20 de janeiro, abriu a tampa do bueiro que dá visibilidade para as reais intenções e compromissos das corporações dominantes da economia e da política com a sociedade. O importante são os resultados financeiros, em síntese. E para alcançá-los, vale tudo.

Desde 2023, algumas empresas anunciavam o distanciamento da chamada “Agenda ESG”, os compromissos com a sustentabilidade e responsabilidade social, incluidos como prioridades corporativas no discurso dos gurus da administação. O grupo inclui, além das grandes de TI, corporações como WalMart, Boeing Foi a moda criada a partir de 2004, no ambiente de negociações da Organização das Nações Unidas. Em 2015, o assunto virou uma das metas da ONU da Agenda 2030.

Exemplo bastante significativo da realidade dos compromissos com o futuro foi dado pela Microsoft em agosto de 2024. Em um evento, o indiano Satya Nadella, presidente mundial da big tech, celebrou “o valor da multiplicidade humana”. Em poucos dias, o discurso foi atropelado pelos fatos: o departamento de diversidade foi fechado e todos os funcionários foram demitidos.

Tendências: vencedores levam tudo

O risco da hiperconcentração econômica, nas mãos de quatro Big Techs, sem nenhum controle público sobre elas, é alarmante. A tendência tem nome: os vencedores levam tudo. “Não vamos nos iludir. As redes sociais online, as plataformas controladas pela Big Techs são estruturas geopolíticas cada vez mais alinhadas com a extrema direita”, avalia o sociólogo Sérgio Amadeo.

A influência será ainda mais crescente, com ausência de limites éticos. No Brasil, a possibilidade de restringir o poder das donas dos aplicativos é praticamente nula. Agora que o modelo de negócios das plataformas e a disseminação de desinformação são política oficial do governo Trump, não será fácil regular essas megaestruturas.

Antes da posse, Trump espalha ameaças no ventilador

Criar polêmicas é a prática preferida de Donald Trump antes de tomar posse do segundo mandato: indexação do Canadá ao território dos Estados Unidos, além da invasão da Groenlândia e da retomada do Canal do Panamá são alguns dos atos ventilados pelo futuro ocupante da Casa Branca. 

Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE), afirmou, em entrevista para o site GGN, que as declarações do próximo presidente dos EUA mais parecem conversa de bar, criadas para servir de cortina de fumaça pela complexidade em cumprir o que foi prometido ao longo da campanha.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está organizando um pacote com mais de 100 ordens executivas que pretende implementar já no primeiro dia de seu governo, em 20 de janeiro. As medidas abrangem temas como segurança na fronteira, deportações, desenvolvimento energético, políticas escolares de gênero, mandatos de vacinas e mudanças nas regras federais.

Oportunidade para revisão da história

A vitória da brasileira Fernanda Torres como melhor atriz n prêmio Globo de Ouro, ao interpretar Eunice Paiva, a esposa do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura, deu mais força para a corrida por ingressos do filme “Ainda Estou Aqui” em salas de cinema.

Para a historiadora Gabrielle Abreu, o filme traz a oportunidade de a sociedade brasileira discutir a ditadura por meio da arte. “Acho que a gente está vivendo uma oportunidade muito especial de sermos confrontados coletivamente, enquanto sociedade, com essa temática e por meio da arte, da cultura, de uma personalidade como a Fernanda Torres, o que facilita muito que o tema seja debatido e disseminado”, diz Abreu que é mestre em história comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O mundo pega fogo

O planeta ultrapassou o limite crítico do aquecimento global pela primeira vez em 2024, consolidando um marco perigoso para o futuro do clima. A temperatura média chegou a um patamar que os cientistas nunca tinham registrado. Um grau e meio mais quente.

Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) registrou 3.620 alertas de desastres em 2024, o maior número desde o início das atividades de monitoramento, em 2011. No mesmo período, órgão do governo federal registrou 1.690 ocorrências de calamidades, o terceiro maior índice da série histórica.

Dados divulgados na sexta-feira (10) indicam que, em 2024, cerca de 53% dos alertas emitidos foram relacionados a riscos geológicos, como deslizamento de terra, enquanto 47% envolveram riscos hidrológicos, como transbordamentos de rios e enxurradas. Em relação às ocorrências registradas, 68% foram hidrológicas, e 32% tiveram causas geológicas.

Pela primeira vez, desde 2024, estamos vivendo em um planeta com média de temperatura acima de1,5ºC. O mundo sofreu um aumento do limite simbólico estabelecido pelo Acordo de Paris para combater a mudança climática, uma situação que exige uma “ação climática pioneira”, segundo a ONU.

Indicadores

Pesquisa aponta que 34% confiam muito na Aeronáutica, Exército e Marinha, mesmo número registrado em setembro de 2023. Melhor patamar ocorreu em abril de 2019, no início do governo Bolsonaro, com 45%.

  • 24% desconfiam das forças armadas


Insights


NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações

VeículosMídiasEspecialistas
BBC Brasil
Revista Fórum
Brasil 247
TVT
ICL Notícias
Poder 360
Rádio França Internacional
Congresso em Foco
Google Notícias
MSN
Correio Sabiá
Observatório do Clima
GGN
Forbes
Al Jazeera

Em resumo

Edições anteriores

Notas de Conjuntura: 26 de janeiro de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a interpretação dos...

Notas de Conjuntura: 19 de janeiro de 2025

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a o clima...

Notas de Conjuntura: 22 de dezembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para as iniciativas que...

Notas de Conjuntura: 15 de dezembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para o uso dos...

Notas de Conjuntura: 8 de dezembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para os desafios crescentes...
Verified by MonsterInsights