Alessandra Grisolia
Estudo recente da IBM revela que 7 milhões de brasileiros precisarão de recapacitação profissional nos próximos três anos. A pesquisa mostra que 120 milhões de trabalhadores nas 10 maiores economias mundiais terão de se atualizar em função da Inteligência Artificial e da Automação Inteligente no mercado de trabalho.
A pesquisa global do Institute for Business Value (IBV) da IBM, realizada com 5.670 CEOs de 48 países, indica que apenas 41% deles contam com profissionais com habilidades e recursos necessários para executar suas estratégias de negócios. O estudo ressalta que cerca da metade dos entrevistados não desenvolveu um plano de desenvolvimento de habilidades para reverter a situação.
Panorama brasileiro
De acordo com o estudo, no Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão de ser treinados em novas habilidades. No País, o tempo de treinamento necessário era de quatro dias em 2014; em 2018, o tempo gasto foi de 40 dias, sendo que o tempo investido para capacitar profissionais em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas quatro anos.
Segundo a pesquisa, enquanto novas aptidões surgem rapidamente, outras estão se tornando obsoletas. Em 2016, os executivos citaram como habilidades críticas para o Brasil, “capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios” e “Recursos Técnicos CTEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática)”. Em 2018, as duas habilidades procuradas foram as comportamentais, também denominadas soft skills, “gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar” e “disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças”.
“Todos os principais avanços tecnológicos mudaram a maneira como as pessoas trabalham e o mercado profissional”, explica Christiane Berlinck, diretora de Recursos Humanos da IBM Brasil. “Por isso, o desenvolvimento de habilidades, tanto técnicas quanto comportamentais, precisa estar alinhado às decisões de negócios da alta liderança”, acrescenta. “Acreditamos que formar uma força de trabalho para competir na era da inteligência artificial é uma discussão tanto sobre cultura quanto sobre tecnologia”, completa a profissional.
O estudo do IBV revela um passo a passo da estratégia que as empresas devem seguir para promover talentos e reduzir a lacuna de habilidades, como adotar uma abordagem holística voltada para a qualificação da força de trabalho por meio de um desenvolvimento multimodal, personalizado e baseado em dados. Em outras palavras, isso significa criar jornadas educacionais para os funcionários, conforme nível de experiência atual, habilidades, função e aspirações de carreira.
A pesquisa mostra a necessidade de adição de capacidade de análise e inteligência artificial, com a finalidade de prever e inferir habilidades disponíveis na organização e compartilhamento dessas informações de forma transparente com os funcionários para impulsionar uma cultura de aprendizado contínuo.
O estudo indica, ainda, que, para impulsionar essas jornadas, as empresas devem aproveitar um ecossistema de parceiros para expandir seu acesso ao conteúdo, alavancar tecnologias inovadoras de aprendizado, e também compartilhar talentos qualificados além das fronteiras organizacionais. Os dados ressaltam a importância do aprendizado experiencial, em parceria com equipes ágeis e com habilidades heterogêneas, atividades práticas, sala de aula tradicional e aprendizado online.
“Apesar de reconhecerem o problema de escassez de habilidades, metade dos líderes pesquisados ainda não tem uma estratégia para endereçá-lo. Hoje, temos novas formas de recrutar, reter e desenvolver nossos talentos graças a tecnologias emergentes como analytics e inteligência artificial. A área de Recursos Humanos precisa estar conectada a essas tendências e recorrer cada vez mais a elas para ser um agente de transformação para os negócios da empresa”, finaliza Christiane Berlinck.
Confira o estudo completo, em inglês, por meio do link: The enterprise guide to closing the skills gap .
Com informações da IBM Brasil.
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