sexta-feira, novembro 22, 2024
21.9 C
Belo Horizonte

modelo de consumo sofre mudanças

 

 

Muito se fala da crise que estamos atravessando, quanto o consumo diminuiu em todos os segmentos e o quanto tudo isso está afetando a indústria e principalmente o nosso varejo. 

 

Sem dúvida o varejo foi afetado de uma maneira dramática, mas, arrisco pensar que a crise no consumo, de uma certa forma, tem a ver com algo mais profundo do que a crise econômica em si.

A crise toda não vem sozinha, ela aponta talvez a uma exaustão da forma de consumir como a conhecemos. A era do hiperconsumo ficou no século XX, onde a indústria e o varejo pós-guerra criaram a necessidade e o descarte. 

A partir das plataformas digitais conseguimos aproximar as pessoas como nunca antes visto, criamos comunidades, compartilhamos de tudo, vídeos, opiniões, casa, carro, sofá, parceiros e também produtos e serviços.

Fora isso, criamos, com essa cultura do hiperconsumo, montanhas de lixo, na verdade uma ilha de lixo maior que o estado de São Paulo, boiando erroneamente ao Norte do Pacífico (estima-se em 3,5 milhões de toneladas de descarte plástico à deriva).

O planeta não aguenta tanto descarte, tanto consumo de energia e matéria prima. A natureza dá o seu recado, tanto na mudança climática quanto na escassez de recursos.

Aos poucos, a otimização dos recursos passa a ser a tônica do século XXI.

Os millennials (geração de 1980 a 2000) possuem novos valores aos quais nós temos que estar sensíveis para compreendê-los e incluí-los na nossa forma de gerir os nossos negócios e a produção. Essa geração é definida pela reputação, pela comunidade daquilo que podemos acessar, pelo modo que compartilhamos.

No século XXI o compartilhamento se mostra com o que temos de mais revolucionário e inovador, apesar de não ser nada novo na sua essência em si. O compartilhamento está para a propriedade assim como o iPod está para o toca-fitas; assim como o painel solar está para a mina de carvão.

O compartilhamento é limpo, sustentável sem resíduos!

O compartilhar significa trocar o OPEX pelo CAPEX, proporcionando a milhares de novos microempreendedores a geração de receitas complementares ou grandes ganhos. Empresas mundo a fora estão lucrando e muito com isso e, ao mesmo tempo, proporcionando menos impacto e comunidades mais equilibradas.

Alguns princípios do consumo colaborativo passam pelo aproveitamento da capacidade ociosa, crença pelo bem comum e confiança entre estranhos. A confiança tem como base a plataforma digital onde se pode concretizar o compartilhamento, dividir as nossas experiências e avaliações.

A crise econômica deu um empurrão no sentido de expandir as oportunidades para esta revolução do compartilhamento. A nova economia vem se expandindo e empresas estão florescendo e aproveitando o novo jeito mais racional e descentralizado de prosperar, vide o UBER, Airbnb, NUBANK , CouchSurfing, Whipcar, Wikipedia, Zipcar, e tantas outras.

Já as empresas e negócios têm como desafio entender como gerar valor e serem relevantes nesse novo mundo compartilhado. Lembrando que este novo mundo ainda coexistirá com o velho consumismo que conhecemos, porém, perdendo espaço a cada dia, assim como o fax que ainda existe em nossas residências e escritórios, mas foram perdendo o uso paulatinamente a ponto de se tornarem descartáveis.

O que é meu é nosso!

Jean Paul Rebetez (jean.rebetez@gsmd.com.br) é diretor de Consultoria da GS&AGR

Edições anteriores

Crise reverte ganhos da baixa renda

A crise econômica já está fazendo com que parte...

Critérios para entender o futuro das profissões

Confrontadas por dúvidas sobre o futuro das suas atividades...

Acontecimentos que mudam o mundo

  Econômicos Crises no mercado internacional China disputa hegemonia...

A odontologia hoje

Atividade profissional da área de saúde, especializada em atividades...

El Niño trará “impactos enormes” em 2016, alertam cientistas

Segundo previsões, efeitos do fenômeno climático deverão aumentar a...
Verified by MonsterInsights