Visitas virtuais serão o novo padrão, graças aos preços mais acessíveis das tecnologias.
Carlos Teixeira
Jornalista – Radar do Futuro
Pressionado pela queda das vendas em todos os segmentos, mas ainda contando com a recuperação da economia, o mercado imobiliário será desafiado no curto prazo a aprender, verdadeiramente, a explorar ferramentas e estratégias de análise de informações. Aprenderá, como alguns poucos corretores andam fazendo, a extrair estratégias do volume excepcional de dados disponíveis na internet – o fenômeno chamado de big data – informações sobre perfis e comportamentos de clientes e novos movimentos do mercado.
Na busca por oportunidades de mercado, a análise de dados servirá, inclusive, para identificar, por exemplo, onde estão os potenciais compradores e quem são as pessoas com poder aquisitivo, mesmo com o cenário adverso que deverá prevalecer por anos. Os empresários e corretores devem entender as estratégias personalizadas de comunicação mais eficazes para alcançar os grupos que permanecem imunes à crise.
O monitoramento de concorrência ganha importância maior diante da perspectiva de entrada em cena de novos investidores interessados em gerar novos produtos e serviços que alteram a forma como as atividades se desenvolvem no setor. O mercado, de uma forma geral, vive o momento de expansão dos negócios envolvendo aplicativos, em especial sistemas que têm impacto sobre rotinas e focam na desintermediação dos negócios.
Confiança do consumidor afeta os negócios
O cenário do mercado imobiliário permanecerá travado, exigindo dos empresários o reforço das estratégias para garantir vendas de imóveis e fortalecimento das carteiras de aluguel. O segmento de locação residencial deve ter melhores resultados, por conta da redução do ritmo de aumento ou mesmo queda dos valores cobrados pelos proprietários dos imóveis, que serão obrigados a ceder nas negociações diante da percepção de que a crise terá um fim demorado.
INDICADORES
Principais tendências de curto prazo
ECONÔMICOS
Sem resultado visível no combate à inflação, o Banco Central mantém a atual política de elevação das taxas básicas de juros, a Selic, aprofundando o pé no freio das atividades econômicas. A prioridade é conter a inflação, que permanece resistente em perder força. Para isso, mesmo as medidas impopulares, como gastos em programas sociais, foram tentadas e devem ser mantidas, cobrando sacrifícios gerais da população.
POLÍTICOS
No segundo semestre, o governo vai seguir com pouca margem de manobra para levar adiante o seu projeto de ajuste fiscal. Que deve passar, mas com perdas pelo caminho. A presidente Dilma seguirá pressionada e com a contínua queda de aceitação, enquanto evoluem as investigações sobre corrupção na Petrobras e pela expansão dos efeitos da crise.
SOCIAIS
O momento é de transferência de renda da classe média e da “nova classe média” para os segmento de classe média alta e alta renda. Setores do judiciário e legislativo e a comunidade que transita em torno deles preservam suas condições de vida e de consumo. Os cortes em programas sociais e o aumento do desemprego ampliam a desconfiança da população quanto ao futuro. A chamada “nova classe média”, que vinha melhorando os padrões de qualidade de vida, terá perda de parte dos ganhos.
TECNOLÓGICOS
Novos aplicativos chegarão ao mercado para reforçar a tendência aberta por sistemas como o Uber, no segmento de taxis, e Airbnb, na área de hospedagem. Especialistas em tecnologias e investidores em empresas iniciantes, as startups, apostam na expansão de oportunidades que têm como foco a desintermediação e a digitalização de rotinas.
MERCADO
Receio dos rumos da economia e desemprego vão manter o mercado em ritmo lento. Acrescente-se a isso, o fato de que o segmento convive hoje com os juros elevados, que devem ser mantidos a médio prazo. Nem mesmo o segmento de imóveis de luxo parece imune às perspectivas do mercado.