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Futuro do trabalho: o que os aprovados no Enem vão encontrar a partir de 2028

Escolher uma profissão diante das transformações previstas para os próximos anos para o futuro do trabalho é um desafio que nem os pais ou avós imaginam

CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

O estudante aprovado no Enem que se matricular agora, em 2024, em um curso superior entrará em uma espécie de túnel do tempo acelerado. O futuro de curtíssimo prazo, até 2030, quando a maior parte dos novos universitários estarão se formando, será capaz de impactar todas as profissões. Com muita energia. Como nunca visto antes. As forças tecnológicas e as mudanças no mercado de trabalho e na sociedade prometem alterar nossas certezas.

Escolher uma profissão diante das transformações previstas para os próximos anos é um desafio que nem os pais ou avós imaginam. Nos próximos anos o trabalho será mais influenciado pelos avanços da inteligência artificial. Praticamente nenhuma atividade vai escapar do poder das tecnologias.

Nem mesmo a medicina. A escolha preferida de praticamente um em cada quatro aprovados no Enem acompanha a tendência. Seu tio especialista tinha de saber muito sobre diagnósticos e tratamentos. O médico do final da década, por exemplo, saberá bem menos. Mas deve ser ótimo em relações humanas. A IA, a automação e a robotização serão suas ferramentas de trabalho no dia a dia do trabalho.

O que puder ser automatizado, será

Você lembra do ChatGPT? Ele foi lançado no final de 2022. Um sucesso imediato. A versão inicial foi logo atualizada e outros concorrentes lançaram as suas versões do sistema de Inteligência Artificial Generativa. Inclusive a Google, que já possibilita novas formas de realização de buscas por internautas.

O exemplo acima serve para a gente entender os saltos que a inteligência artificial vai dar nos próximos anos. Há quem fale, entre os especialistas do segmento, sobre a possibilidade da IA Geral. Pode até não ser inteligência humana, mas é uma capacidade enorme de processamento de informações.

Enquanto acompanha aulas na faculdade, o universitário vai entender que tudo que puder ser automatizado, será. Se é que já não foi. Na agricultura e nas indústrias, a robotizaçao domina o cenário do final da década. Nos setores de serviços e no comércio, a automação impacta funções e processos.

Profissões que dependem de relacionamento humano e de interação, comuns na área de saúde, ou habilidades humanas aguçadas, visão crítica e percepção de conjunto, tendem a ser menos impactadas pela potência tecnológica. Não significa que profissões serão extintas de forma geral. Todas passarão por adaptações.

Um dado a levar em conta é que profissões tradicionais, regulamentadas e protegidas, são menos vulneráveis às mudanças. Não é exatamente uma barreira, mas uma possibilidade de que transições sejam pelo menos negociadas.

Mercado de trabalho líquido e gasoso

No passado, os pais dos novos universitários ainda viveram em mercados de trabalho sólidos. Muitos tinham empregos duradouros, em prédios comerciais de tijolo, para onde iam diariamente em veículos de transporte privado ou público. Trabalhavam em escritórios, laboratórios, consultórios ou ao ar livre, entre outras possibilidades. Na hora do almoço, frequentavam restaurantes.

Em 2028, o mercado de trabalho tem todas as formas. O futuro profissional se adapta a diferentes ambientes. Ele atua com e nos seus aparelhos computacionais. E em um cenário em que as relações de trabalho tendem a ser cada vez mais informais, precárias e mal remuneradas. Contratados por projetos, a convivência com o desemprego será um dado permanente.

Sociedade em transição

Pensando de forma otimista, o impacto das tecnologias nas atividasdes produtivas cria as condições ideais para mudanças na sociedade. A década iniciada com a pandemia terá convivido com outras crises de saúde pública, com fenômenos climáticos severos, instabilidade política e econômica local e global, com guerras e muitas incertezas.

As crises sucessivas geram desalento. Mas pode ser que vejamos reações, com a tentativa de criação de novos valores. Por exemplo, o empreendedorismo, ou seja, a saída individual para os problemas do mercado de trabalho, pode ser substituído pelo cooperativismo.

Outro processo, associado ao esgotamento da sociedade diante da tecnologia, uma revisão prioridades. Por exemplo, um resgate da ciência pura, da reflexão. Se uma função pode ser preservada, o humano permanece nela, mesmo que uma máquina possa substituir.

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