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Futuro do agronegócio: os impactos das tecnologias

Confira as tecnologias como drones e inteligência artificial já estão impactando o campo. Foto: Pixabay
Confira as tecnologias como drones e inteligência artificial já estão impactando o campo. Foto: Pixabay

Alessandra Grisolia e Carlos Teixeira
Jornalistas Radar do Futuro

Se você foi criado no interior, não poderia imaginar que a agricultura e a pecuária pudessem, em um espaço de tempo relativamente curto, dar uma guinada de 360 graus com a utilização de tecnologias como a máquinas autônomas, inteligência artificial, entre outras coisas.

Há menos de 20 anos, quem morava no campo sonhava com a cidade grande, pensando que esta seria a salvação para o seu futuro, possibilitando a vivência com diferentes culturas e aprendizados. A tecnologia ficava restrita aos grandes centros urbanos, deixando com água na boca os interioranos.

Mas a realidade agora é outra: a tecnologia está inserida no campo, possibilitando tanto ao pequeno produtor rural quanto ao fazendeiro a gestão de processos produtivos de forma mais ágil, autônoma e segura. Mas a principal vantagem da incorporação da tecnologia no campo é a garantia de que as plantações, pastagens e criações não serão perdidas.

Não é à toa que diversas empresas investem em tecnologia para o campo e que, quase que diariamente, somos bombardeados (no bom sentido) com informações relativas ao assunto, relatando a nova realidade das terras produtivas no Brasil e no mundo.

Drones

Na Irlanda, por exemplo, os drones prometem revolucionar a agricultura, por meio de uma pesquisa da Universidade de Maynooth, produzida da partir do projeto U-Flyte, que tem como objetivo melhorar e aprimorar o veículo aéreo. Já utilizados no campo, eles podem se tornar o futuro do setor, auxiliando os trabalhadores rurais a contar planta, tamanhos, altura e densidade das colheitas, pois os dados coletados pelos drones podem ser traduzidos em informações úteis para os agricultores.

Os dados podem ser traduzidos em informações úteis para os agricultores. Os drones monitoram as culturas, desde sua plantação até a colheita, e são capazes de detectar infestações e onde a água é necessária nos campos, além de identificar rapidamente as áreas onde há necessidade de se tomar medidas corretivas.

Os dados coletados por tais veículos também fornecerão o número de animais e informações se eles estão deitados ou em pé. Aliás, falando em animais, em Shrosphire, na Inglaterra, os drones já estão sendo usados para guiar ovelhas.

Por meio de um sistema de lasers e ultrassom, os drones conseguem mapear a topografia do solo e regular sua altitude de voo, permitindo a aplicação de produtos com mais economia, agilidade e precisão. O sistema pode resultar em aplicações até cinco vezes mais rápidas se comparado à aplicação com maquinário convencional.

Já os drones para irrigação são capazes, com apenas um sobrevoo, de identificar com precisão as regiões da lavoura com maior exigência hídrica, por meio de sensores hiperespectrais, multiespectrais ou térmicos. Por sua vez, os drones para georreferenciamento, instrumento exigido pelo Incra,são incorporados por diversas empresas que atuam no ramo.

A utilidade dos drones na agricultura vai além, pois suas câmeras permitem verificar áreas desmatadas; presença de nascentes, rios e olhos d’água; focos de incêndio; exploração de áreas de difícil acesso, entre outras funções.

Vantagens e desvantagens do uso de drones

Entre as vantagens dos drones na agricultura estão a precisão na geração de dados, economia, comodidade e segurança. A desvantagem na incorporação da tecnologia está no fato de que, para a utilização de tais equipamentos é necessária a implantação de softwares para obtenção de imagens específicas. Além disso, é necessário treinamento para operar o equipamento.

IoT

A famosa IoT (do inglês, Internet of Things, na tradução, Internet das Coisas) promete ser uma solução integral para pequenos e médios produtores. Exemplo prático é o primeiro protótipo de uma estação espacial baseada na tecnologia, que permitirá o monitoramento das variáveis agroclimáticas, permitindo ao homem do campo a tomada de decisões na hora de manejar as unidades produtivas, gerenciar, planejar ações e melhorar rendimentos.

Desenvolvido pela Microsoft, em parceria com a Lantern Technologies e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o dispositivo, equipado com sensores que registram, em tempo real, dados de variáveis como solo e umidade ambiental, temperatura, precipitação, orvalho, direção do vento, umidade, luminosidade, entre outras variáveis.

Abastecidos por baterias convencionais com autonomia de até dois anos, os sensores se conectam com uma nuvem por meio de rede de radiofrequência de baixa largura de banda e custo moderado. É solução integral para os pequenos e médios produtores que se pode escalar¨, afirma o gerente de Tecnologias de Informação, Comunicação e Agricultura Digital do IICA, Emmanuel Picado.

Financiada pela União Europeia, inicialmente, a estação climática será usada no campo por meio do Programa Centro-americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA), que oferece assistência técnica a cafeicultores da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e República Dominicana, com enfoque produtivo, social e comercial os problemas relacionados com a ferrugem.

Inteligência Artificial

Por trás da internet das coisas, dos drones, dos processos autônomos de decisão e de sensores de controle remoto de análise de dados está a força da inteligência artificial. O desenvolvimento dos sistemas inteligentes vai possibilitar às propriedades aumentar significativamente a capacidade de produção.

A partir de 2020, o cenário das propriedades começa a ver, de verdade, chegada dos equipamentos autônomos, como tratores, colheitadeiras e caminhões sem motoristas. São máquinas que já estão disponíveis no mercado, prontas para ganhar mercado, mas que dependem apenas de superação de restrições, como o acesso de internet no meio rural.

Blockchain

No agronegócio, a grande vantagem da tecnologia está na confiabilidade dos dados disponíveis em redes compartilhadas. Com o blockchain é possível, por exemplo, dividir informações com diferentes agentes envolvidos em uma cadeia de produção desde o plantio até a venda nas gôndolas dos supermercados, proporcionando um rastreamento total de um produto de forma segura, imutável, criptografada e flexível.

Um dos exemplos recentes de uma crise de imagem do agronegócio brasileiro poderia ser evitado se o blockchain já estivesse em andamento: a Operação Carne Fraca, denominada pela Polícia Federal sobre menos de 0,5% de frigoríficos brasileiros que agiam de forma ilegal, mas parecendo que no Brasil como um todo a produção de carne não obedecia quesitos sanitários regulares.

Se mecanismos de rastreabilidade de alimentos estivessem difundidos na indústria nacional da carne, rapidamente todos os boatos seriam eliminados e os processos corretos divulgados, evitando uma crise internacional e prejuízos em toda a cadeia produtiva.

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