Radar do Futuro
Preste atenção nas praças e nas ruas de sua cidade pela manhã. A quantidade de gente passeando com os seus cachorros. Esse é um bom sinal de que Luiza deve encontrar um mercado promissor na segunda metade da década no mercado da medicina veterinária, como ela imagina hoje. Em um cenário de revolução tecnológica e transformações gerais na sociedade, os especialistas no diagnóstico, monitoramento, tratamento ou pesquisa de doenças e lesões de animais tendem a conviver com o crescimento de demanda por seus serviços.
A futura veterinária será favorecida por fatores econômicos e sociais, inclusive pelas mudanças demográficas, como o envelhecimento da população e redução do tamanho das famílias. Hoje, mesmo com uma crise geral, o segmento registra crescimento da demanda por conta das mudanças do perfil da população e por novos hábitos e interesses que envolvem a posse e o cuidado com os animais.
A medicina veterinária vem obtendo mudanças consideráveis em seu perfil de demanda. Os veterinários são capazes de oferecer muitos serviços comparáveis aos cuidados de saúde para os seres humanos, incluindo procedimentos mais complicados, como tratamentos de câncer e transplantes de rim. E isto tende a evoluir. Por assim dizer, bichos vão preencher o espaço que no passado eram ocupados pelas crianças.
Segmento diversificado
É bom lembrar que nem tudo na medicina veterinária é “pet”. A atividade também é favorecida por demandas da área agroindustrial, ponto forte da economia brasileira. A futura profissional poderá se envolver em questões de saúde, alimentação e reprodução de rebanhos, segmento onde assume papel de inspeção produção de alimentos de origem animal. A especialidade tem função estratégica na verificação do cumprimento das normas de higiene nas indústrias, a fim de evitar a transmissão de doenças para o ser humano.
Na indústria alimentícia, há oportunidades decorrentes da necessidade de controle dos processos de produção. Em qualquer indústria que use matéria-prima de origem animal, a presença do graduado é indispensável para fazer o controle das proteínas que serão consumidas. E o especialista pode atuar, ainda, na área de vendas de alimentos, remédios, vacinas e de outros artigos para animais.
Pontos fortes e fracos
Você entregaria o seu bichinho de estimação a um robô? A probabilidade de que a resposta seja totalmente majoritária pelo “não” só pode levar a uma conclusão: em 2025, quando Luiza pretende terminar o curso, o trabalho dos veterinários não será executado por máquinas inteligentes.
O componente humano da relação com o cliente será uma garantia de que as oportunidades existirão. Um estudo de Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, atesta que a profissão tem apenas 3,8% de chances de ser automatizável. Há uma necessidade evidente, também, da inteligência humana para avaliar a saúde dos bichos.
Os pontos fracos da profissão, especialmente para quem imagina trabalhar exclusivamente com animais domésticos, estão associados ao fato de que a atividade não é essencial, apesar de muito importante. O valor do trabalho pode ser inacessível para grande parte da população, em uma situação de falta de empregos e de concentração de renda, que pode ocorrer no futuro. A demanda pelos serviços tende a continuar crescendo, mas a renda que será gerada para o pagamento pode ser reduzida, desvalorizando o profissional.
Impactos tecnológicos
A evolução tecnológica terá papel importante na mudança das atividades e evolução da medicina veterinária. A começar pelo uso de recursos que vão agilizar todas as etapas de prevenção e tratamento. Inovações tecnológicos e biotecnológicos disponíveis para humanos, como exames de sangue com resultados rápidos, tendem a ser transferidos para os consultórios veterinários. Novos remédios ou tratamentos vão possibilitar o prolongamento da vida dos animais, com qualidade de vida.
Dispositivos médicos vestíveis, biomarcadores e testes genéticos, impressão 3D para o desenvolvimento de próteses e cuidados virtuais estão entre os avanços que impactam o segmento veterinário. Durante a pandemia, os aplicativos para os smartphones produziram um forte canal de comunicação entre os pacientes e seus prestadores de cuidados. No entanto, as vantagens que acompanham o uso de aplicativos móveis na área da saúde não se limitam apenas ao fortalecimento da comunicação.
Os profissionais terão acesso à inteligência artificial, que está evoluindo progressivamente e vai possibilitar aos profissionais o acesso a dados extras nas atividades dentro e fora do consultório. Um dos campos de maior avanço será no tratamento de imagens para a realização de diagnósticos.
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