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Futuro da medicina veterinária: o que esperar da profissão em 2025?

Minha filha, Luiza, tem 17 anos, adora animais e pretende fazer veterinária. É uma boa alternativa?

De uma leitora

Radar do Futuro

Preste atenção nas praças e nas ruas de sua cidade pela manhã. A quantidade de gente passeando com os seus cachorros. Esse é um bom sinal de que Luiza deve encontrar um mercado promissor na segunda metade da década no mercado da medicina veterinária, como ela imagina hoje. Em um cenário de revolução tecnológica e transformações gerais na sociedade, os especialistas no diagnóstico, monitoramento, tratamento ou pesquisa de doenças e lesões de animais tendem a conviver com o crescimento de demanda por seus serviços.

A futura veterinária será favorecida por fatores econômicos e sociais, inclusive pelas mudanças demográficas, como o envelhecimento da população e redução do tamanho das famílias. Hoje, mesmo com uma crise geral, o segmento registra crescimento da demanda por conta das mudanças do perfil da população e por novos hábitos e interesses que envolvem a posse e o cuidado com os animais.

A medicina veterinária vem obtendo mudanças consideráveis em seu perfil de demanda. Os veterinários são capazes de oferecer muitos serviços comparáveis ​​aos cuidados de saúde para os seres humanos, incluindo procedimentos mais complicados, como tratamentos de câncer e transplantes de rim. E isto tende a evoluir. Por assim dizer, bichos vão preencher o espaço que no passado eram ocupados pelas crianças.

Segmento diversificado

É bom lembrar que nem tudo na medicina veterinária é “pet”. A atividade também é favorecida por demandas da área agroindustrial, ponto forte da economia brasileira. A futura profissional poderá se envolver em questões de saúde, alimentação e reprodução de rebanhos, segmento onde assume papel de inspeção produção de alimentos de origem animal. A especialidade tem função estratégica na verificação do cumprimento das normas de higiene nas indústrias, a fim de evitar a transmissão de doenças para o ser humano.

Na indústria alimentícia, há oportunidades decorrentes da necessidade de controle dos processos de produção. Em qualquer indústria que use matéria-prima de origem animal, a presença do graduado é indispensável para fazer o controle das proteínas que serão consumidas. E o especialista pode atuar, ainda, na área de vendas de alimentos, remédios, vacinas e de outros artigos para animais.

Pontos fortes e fracos

Você entregaria o seu bichinho de estimação a um robô? A probabilidade de que a resposta seja totalmente majoritária pelo “não” só pode levar a uma conclusão: em 2025, quando Luiza pretende terminar o curso, o trabalho dos veterinários não será executado por máquinas inteligentes.

O componente humano da relação com o cliente será uma garantia de que as oportunidades existirão. Um estudo de Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, dois pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, atesta que a profissão tem apenas 3,8% de chances de ser automatizável. Há uma necessidade evidente, também, da inteligência humana para avaliar a saúde dos bichos.

Os pontos fracos da profissão, especialmente para quem imagina trabalhar exclusivamente com animais domésticos, estão associados ao fato de que a atividade não é essencial, apesar de muito importante. O valor do trabalho pode ser inacessível para grande parte da população, em uma situação de falta de empregos e de concentração de renda, que pode ocorrer no futuro. A demanda pelos serviços tende a continuar crescendo, mas a renda que será gerada para o pagamento pode ser reduzida, desvalorizando o profissional.

Impactos tecnológicos

A evolução tecnológica terá papel importante na mudança das atividades e evolução da medicina veterinária. A começar pelo uso de recursos que vão agilizar todas as etapas de prevenção e tratamento. Inovações tecnológicos e biotecnológicos disponíveis para humanos, como exames de sangue com resultados rápidos, tendem a ser transferidos para os consultórios veterinários. Novos remédios ou tratamentos vão possibilitar o prolongamento da vida dos animais, com qualidade de vida.

Dispositivos médicos vestíveis, biomarcadores e testes genéticos, impressão 3D para o desenvolvimento de próteses e cuidados virtuais estão entre os avanços que impactam o segmento veterinário. Durante a pandemia, os aplicativos para os smartphones produziram um forte canal de comunicação entre os pacientes e seus prestadores de cuidados. No entanto, as vantagens que acompanham o uso de aplicativos móveis na área da saúde não se limitam apenas ao fortalecimento da comunicação.

Os profissionais terão acesso à inteligência artificial, que está evoluindo progressivamente e vai possibilitar aos profissionais o acesso a dados extras nas atividades dentro e fora do consultório. Um dos campos de maior avanço será no tratamento de imagens para a realização de diagnósticos.


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