Como os avanços dos tratamentos vão impactar a vida dos pacientes e os métodos de tratamento no futuro da medicina
Carlos Plácido Teixeira
Radar do Futuro
No dia 22 de março de 2025, aos 56 anos, Valter Miro comemora em casa, com a filha, a notícia mais esperada dos últimos cinco anos. Uma mensagem do médico atesta a cura integral dos efeitos da artrose e das dores do corpo que o acompanharam durante os últimos dez anos. Agora, há definitivamente a perspectiva de retornar à capacidade de andar de forma inteiramente normal, como fez durante 46 anos de sua vida, antes que os problemas de saúde começassem a ocorrer.
A medicina hiper especializada coloca para pessoas como Valter, portadores de doenças reumáticas, no futuro da medicina, uma nova esperança de vida com qualidade. Agora, há a possibilidade de controle amplo do mal que afeta 20 milhões de brasileiros. E de 10% da população global. A evolução de tecnologias de diagnóstico, tratamento e monitoramento oferece a possibilidade de antecipação de possíveis casos e o suporte aos que já desenvolveram a doença.
Confinamento, dependência de cuidadores e altas despesas com remédios faziam parte do cotidiano de Valter Miro em 2020, dois anos após a doença se manifestar e ele passar por problemas que o colocaram em uma cadeira de rodas. Sem expectativas, convivia com amigos e com momentos intensos de angústia e depressão. Nem mesmo o médico, Luis Tadeu, oferecia alternativas ao tratamento, diante da ausência de recursos novos disponíveis.
Evolução dos tratamentos
A especialidade, ainda no inicio da década de 2020, mantinha muitos traços de quando ela começou a se desenvolver no mundo. Em 1949, a descoberta da cortisona foi considerada um fato marcante. Foi provada, então, a possibilidade de reversibilidade da doença. Mas, a forma como o reumatologista de Valter levava o tratamento em 2020 não era, verdadeiramente, muito diferente daquele de décadas atrás. Recebia os pacientes de cadeiras de rodas nos consultórios avaliava a prescrição de remédios e emitia palavras de conforto.
Os primeiros anos da década de 2020 marcam uma revolução da atividade e novas esperanças para os doentes. Especialistas comemoravam, então, “saltos quânticos na compreensão dos processos fisiopatológicos”. E o desenvolvimento de avanços em várias áreas de conhecimento científico. Novos remédios de base biotecnológica reduzem as dificuldades de Valter Miro. E o médico adota um tom mais otimista graças aos contatos mantidos com um novo amigo, Robert Plac, especialista em inteligência artificial.
O consultor de tecnologia da informação está envolvido com o projetos específicos para a área médica. Uma das iniciativas científicas em desenvolvimento envolve o mapeamento de todas as imagens e as informações disponíveis sobre todos os segmentos de conhecimento da reumatologia. Este é o passo para, nos anos seguintes, aprimorar os assistentes virtuais, que funcionarão tanto como apoio aos médicos quanto para os pacientes.
Soluções
Os pacientes do médico Luis Tadeu também têm uma nova fonte de esperanças de mudança de vida com a evolução da robotização, cujos preços caem de forma significativa a partir de 2022. Em suas casas inteligentes, pacientes se beneficiam da implantação de estruturas baseadas em comandos por voz e aprendizado de máquinas, em que os sistemas tomam decisões. As telas em todos os cantos, com acesso a monitoramento e recomendações de práticas saudáveis estão conectadas à internet das coisas em velocidade 5G.
A rede tecnológica propicia acesso permanente de Valter ao mundo e a integração com aparelhos robóticos inteligentes, que monitoram os horários de remédios e de outras atividades e que auxiliam permanentemente na busca por informações. Com avanços da realidade virtual e das experiências de holografia, além de tradutores instantâneos de conversas, os pacientes reduzem substancialmente a sensação de isolamento, típica de pacientes em tratamento.
Mas são os exoesqueletos que fazem a maior alegria dos pacientes de Luis Tadeu. A neurociência, especialidade que integra áreas diversas de conhecimento tecnológico, biológico e humanos, deu saltos importantes para viabilizar o controle de equipamentos pela mente. As cadeiras de rodas estão fadadas a deixar de existir em meados da segunda metade da década, quando os preços terão sido reduzidos ainda mais.
Humanização do atendimento
Desde 2024, o doutor Luis Tadeu vive na região sul da Bahia. Adepto da telemedicina, distância não impede que ele mantenha os contatos com os pacientes conquistados em 35 anos como especialista em reumatologia. Enquanto o atendimento não pode ser feito pelo uso de holografia, meio de comunicação que possibilita projetar imagens em ambientes externos em vias de amadurecimento, ele se contenta em utilizar os recursos de realidade virtual que possibilita a integração realista com os seus pacientes.
É como se estivesse falando diretamente com os clientes. E a qualquer momento, com agilidade até maior do que nos tempos analógicos anteriores à revolução digital. Contraditoriamente, a atenção virou um fator essencial para que qualquer especialista mantenha pacientes fiéis em tempos de interação por máquinas. Por isso mesmo, uma vez a cada três meses, ele passa alguns dias em Belo Horizonte, cidade onde nasceu e trabalhou durante décadas.
Nestes períodos, ele vai à casa ou marca encontros com cada um dos pacientes, para ouvir deles, pessoalmente, como estão os tratamentos e atualizar dados sobre a evolução da saúde. Valter e os outros clientes tendem a envelhecer com melhor qualidade de vida. E as perspectivas são cada vez melhores. Os seres humanos tendem a se tornar ciborgues, graças ao desenvolvimento de novos materiais que possibilitam o avanço da impressão em 3D de partes humanas. Mais que isso, a oportunidade a próxima fronteira envolve o conceito de 4D, “peças” que substituem as humanas e que se transformam durante os anos ano, garantindo vida longa e saudável mesmo para quem tem novos ossos e cartilagens.
Em resumo