Talks Unimed-BH reuniu palestrantes para debater a era fígital, destacando o compartilhamento de experiências sobre a integração entre o físico e o digital
CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro
A integração entre os ambientes físico e digital na sociedade contemporânea, que dá origem à expressão figital, avança a passos cada vez mais rápidos. E tende a dar mais saltos em iniciativas adotadas por organizações privadas e públicas de todos os setores da economia.
O interesse pelo tema ficou evidente em evento que reuniu especialistas de várias áreas, no dia 30 de agosto, no Espaço de Eventos da Unimed-BH. O Talks Unimed-BH, tipicamente “figital”, acompanhado por quase duas mil pessoas, entre o auditório – físico – e mídias digitais, destacou a Era Fígital como um fato irreversível e já em consolidação. Não como uma tendência.
Participante do painel “Acesso à Saúde na Era Fígital”, Priscila Cruzatti, da Google, atestou com números as possibilidades de integração dos ambientes. Antes de partir para uma consulta presencial, oito em cada 10 pessoas dizem que procuram informação no sistema de busca. A segunda plataforma mais usada, depois do Google Search, é o Youtube. “Isso demonstra como as pessoas estão consumindo informação em saúde”, assinalou a executiva.
Consolidação de modelos de negócios
O figital é um modelo de integração que cresce aceleradamente nos últimos anos, à medida que as pessoas passam a consumir mais produtos e serviços no mercado físico e em ambientes digitais. As empresas que adotam o figital estão melhor preparadas para atender às demandas dos clientes da sociedade contemporânea, pós-industrial, que buscam uma experiência mais personalizada e conveniente.
Há, hoje, naturalmente, uma corrida pelo desenvolvimento de iniciativas inovadores, que apliquem o potencial disruptivo das tecnologias. “A transformação digital mudou o padrão de comportamento do consumidor”, assinala Pedro Filizzola, do Doctoralia, plataforma desenvolvida para atender as demandas da população por atendimento de especialistas médicos.
Para Filizzola, há um caminho sem volta. As empresas cumprem o papel, cada vez mais relevante, de mostrar para clínicas e hospitais que a transformação digital é um caminho sem volta.” O tempo inteiro estamos conectados com o mercado e vemos que o nosso consumidor é o mesmo que pede comida pelo aplicativo, que escolhe sua viagem pela avaliação de outros viajantes. Por que na saúde seria diferente?”, afirmou.
Desafios do cenário figital
Como estratégia que busca integrar os canais físicos e digitais de organizações em suas interfaces com os mercados, criando uma experiência mais completa e personalizada para o cliente, os projetos são aplicáveis a todo o sistema de produção e comercialização. No varejo, por exemplo, uma loja figital pode oferecer aos clientes a possibilidade de fazer compras online e retirar o produto em uma loja física, ou de experimentar um produto em uma loja física e comprar online.
Mas é a diversidade que movimenta o mundo empresarial. O figital também pode ser aplicado em outros setores, como educação, saúde e serviços financeiros. Por exemplo, uma universidade figital pode oferecer cursos online e presenciais, ou um hospital figital pode oferecer consultas online e presenciais.
Demonstrar variedade de oportunidades foi o objetivo central do terceiro painel do evento promovido pela Unimed-BH, que colocou em evidência a “Experiência fígital” ao reunir representantes de setores tão diversos quanto de locação de veículos, de varejo e indústria de cervejas. A Localiza apresentou o seu projeto “Fast”, em que o consumidor faz todo o processo de locação do carro pelo app. Quando chega na loja, o cliente se encaminha direto para fazer a retirada do veículo.
Na Ambev. Laíza Buchala destacou a criação do Zé Delivery, que foi desenvolvido após identificarem uma “dor” real do consumidor. Com o app, eles apresentam para o cliente uma solução simples e resolutiva. A empresa também tem uma geladeira com inteligência artificial, em que o cliente faz a retirada do produto e ela identifica a quantidade para que o pagamento seja efetuado de forma automática no aplicativo.
Felipe Froes, da Lojas Renner, destacou o omnichannel, que é o modelo que a empresa acredita ser o melhor. Não é totalmente digital, nem totalmente físico, é estar ao mesmo tempo em todos os canais, uma verdadeira experiência fígital. Atualmente eles desenvolvem um trabalho nesse sentido para transformar cada vez mais os clientes físicos em digitais. Como exemplo tem o pagamento via app nas compras presenciais em vez de ficar na fila da loja, ou ainda o caixa de autoatendimento.
Possibilidades: inovação positiva
Mesmo que não seja mais uma tendência, mas um novo fenômeno de inovação, estimulado pelos avanços do poder informático disponível, ainda há desafios para as empresas. Segundo Jacson Barros, da Amazon, a integração de todas as tecnologias e bases de dados é uma questão central a ser levada em conta. O especialista assinala que, no contexto atual da medicina, por exemplo, as informações estão disponíveis, mas é necessário “estruturar um filme” para acompanhar e monitorar a rotina dos pacientes.
E o potencial é enorme, de fato. Ana Claudia Pinto, do Grupo Fleury, construir a jornada de saúde é um norte muito forte, porque temos que olhar o paciente como cliente. “A tecnologia é uma ferramenta para construir a jornada.
“Por isso a tecnologia precisa fazer parte do processo”, assinala a executiva, que, emocionada, apresentou o projeto realizado pela ONG Gerando Falcões e o Grupo Fleury em uma comunidade de São Paulo conhecida como “Favela dos Sonhos”, em Ferraz de Vasconcelos, que fornece serviço de saúde por meio de telemedicina para os moradores da comunidade.
Exemplos de como o figital pode ser aplicado na área de saúde:
Aplicativos de saúde: Aplicativos de saúde podem ser usados para agendar consultas, acompanhar o histórico médico, monitorar a saúde e até mesmo realizar consultas virtuais.
Telemedicina: A telemedicina permite que os pacientes consultem médicos à distância, por meio de videoconferências.
Realidade aumentada e virtual: A realidade aumentada e virtual podem ser usadas para treinar profissionais de saúde, realizar procedimentos cirúrgicos e até mesmo educar os pacientes sobre sua saúde.
Inteligência artificial: A inteligência artificial pode ser usada para automatizar tarefas administrativas, analisar dados médicos e até mesmo desenvolver novos tratamentos.
Benefícios:
Para os pacientes: o figital pode facilitar o acesso aos serviços de saúde, melhorar a experiência do atendimento e reduzir custos.
Para os profissionais de saúde: o figital pode melhorar a produtividade, reduzir o estresse e aumentar a segurança dos pacientes. Para as instituições de saúde, o figital pode melhorar a eficiência e reduzir custos.
Em resumo
