Entre os dias 27 e 29 de julho, pesquisadores, desenvolvedores de produtos e empreendedores poderão acompanhar e participar do Congresso Internacional Online de Biocosméticos e Bioprodutos (Biofito). O evento com especialistas brasileiros e do exterior sinaliza o amadurecimento de iniciativas que envolvem a utilização de produtos baseados no uso de recursos da natureza.
“O futuro da bioeconomia chegou”, comemora Cláudia Lima, diretora do Instituto Tecnológico das Cadeias Biossustentáveis (ITCBio), organização social sem fins lucrativo formada por equipe multidisciplinar atuante em pesquisas e desenvolvimento de produtos nas áreas da saúde, biologia, meio ambiente, ciências agrárias e humanas. O evento ocorre em um momento em que, para a pesquisadora, a pandemia estreitou o lapso temporal.
Processos de valorização da qualidade de vida e de busca de produtos de qualidade ganham maior poder no cenário do consumo. Na prática, a expectativa é de valorização de pesquisas e desenvolvimento de produtos de origem natural, vegetal ou dos ambientes aquáticos. Ao reunir pessoas de diferentes áreas, da fitoquímica, farmacologia, biocosméticos, química cosmética, toxicologia e biodiversidade verde e azul, entre outros, o evento reforça a tendência de adaptação a novos padrões de comportamento social e de consumo. A valorização da natureza está na agenda de fato.
Para Cláudia Lima, o momento da pandemia, que inclui o isolamento e a percepção dos efeitos do descontrole da utilização do planeta na produção de bens, mostra que a adoção de novos modelos de consumo passa a ser visto como uma questão de urgência. A necessidade em gestação da sociedade gera um novo conceito de mercado. O covid-19 deu uma noção sobre algumas das megatendências que vão impactar os ambientes de interação humana, caso sejam mantidas as formas atuais de relacionamento com a natureza.
“O que aconteceu com o isolamento social é que as pessoas perceberam que precisavam cuidar da saúde”, assinala a pesquisadora, integrante da rede global de desenvolvedores e consumidores de produtos sustentáveis. Exemplo das transformações aceleradas, o setor de cosméticos também está se reinventando. Há mudanças de hábitos, como a redução de vendas de produtos para lábios e destaque para os olhos. Do ponto de vista mercadológico, há necessidade de adequação a novas demandas.
O mercado de biocosméticos e de fitoprodutos tende a ser crescente porque pessoas estão deixando facilidades de materiais sintéticos e nocivos à saúde. Mas o mercado ainda atravessa a fase de adequação a um novo normal, época de incorporar os novos hábitos que foram antecipados pelo isolamento. Como a integração de recursos físicos e digitais, que dá forma para uma vivência “fidigital”, como salienta Claudia Lima.
Entrevista: Cláudia Lima – Biofito
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