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Educação online: uma tendência indiscutível

Cada universidade ou escola reagiu a essa situação da melhor maneira possível, alguns com mais recursos, outros com menos

Especialista avalia as experiências de adoção acelerada do ensino a distância pelas instituições de ensino.

Marcia Conrado *

As transformações emergenciais consequentes da pandemia global evidenciaram em instituições de ensino em todo o mundo a falta de preparação mental, técnica e acadêmica para algo nessa proporção. Enquanto o COVID-19 assustava o mundo, as universidades estavam apreensivas como seguir nesse cenário de pandemia assustador. Em todo o Brasil, feriados e férias foram antecipados, para que os professores pudessem se reunir e descobrir como fazer a transição das aulas presenciais para o on-line o mais rápido possível.

Dada a natureza sem precedentes e inesperada da crise, a principal preocupação era a velocidade com que as aulas poderiam ser transmitidas digitalmente. Enquanto as universidades fizeram o melhor que puderam nas circunstâncias atuais, a transição foi tão rápida que houve pouco tempo para considerar a experiência geral do curso – ou seja, como também trocar materiais on-line, como realizar aulas eficazes, como realizar provas remotamente, e como fazer tudo isso de uma maneira que mantivesse os alunos envolvidos.

Cada universidade ou escola reagiu a essa situação da melhor maneira possível, alguns com mais recursos, outros com menos. O fato é que essa reação provocou um grande debate em torno de modelos educacionais e, especialmente, sobre sistemas de educação à distância.

Boa parte da discussão recai sobre o corpo docente e sobre as várias ferramentas tecnológicas disponíveis, muitas das quais são de uso gratuito e que nem sempre são robustas ou flexíveis e, em suma, estão longe de ser a melhor opção para manter o aprendizado. E isso traz como grande consequência a desistência do curso, uma vez que os estudantes não sentem que estão aprendendo como deveriam. De acordo com pesquisa do SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), até o final de 2020 o índice de inadimplência pode chegar a mais de 11% devido à desistências e crise econômica gerada pela pandemia.

No Brasil, o retorno das atividades presenciais ainda não foi definido em nível nacional. Em muitos países isso já ocorreu. Embora tal planejamento deva trazer de volta certa normalidade aos estudantes. A percepção de que a tradicional forma de aprender não está preparada para tudo é latente.

As instituições de ensino superior e profissional agora precisam avaliar como otimizar o valor que podem oferecer de seus investimentos em tecnologia para apoiar totalmente o aprendizado on-line como parte de um ambiente híbrido. Isso garantirá os melhores resultados e experiências para seus alunos e professores. Aqui estão alguns pontos-chave a serem considerados ao longo da jornada;

Muito mais do que aulas on-line

Há muito mais no aprendizado on-line eficaz do que apenas transmitir as mesmas informações de uma aula presencial via videoconferência. Os cursos on-line exigem um planejamento detalhado para garantir que os alunos tenham as ferramentas, o conteúdo e os recursos necessários para permanecer engajados e motivados, o que significa que os educadores têm a oportunidade de experimentar e se familiarizar com a pedagogia do aprendizado on-line.

Para fazer isso, os professores devem ser apoiados com uma plataforma robusta que lhes permita desenvolver os materiais e se envolver com os alunos de uma maneira que aprimore a experiência – tanto para alunos quanto para professores.

Nesse planejamento acadêmico e administrativo para o próximo ano letivo, as instituições de ensino devem considerar investir em tecnologia que dará suporte à sua oferta acadêmica, que deve ser não apenas sólida e robusta, mas também confiável, porque professores, alunos e conteúdo coexistirão.

Aprimorando o engajamento

O elemento mais importante do aprendizado on-line bem-sucedido – ou qualquer aprendizado nesse sentido – é o nível de envolvimento dos alunos ( o que podemos chamar de metodologias ativas, com estudo de casos, projetos, games, etc..). Embora alguns tenham levantado preocupações de que o aprendizado on-line possa ser inferior ao aprendizado presencial, vários estudos mostram que não é o caso; é a qualidade do desenho do curso e dos métodos instrucionais que têm o maior impacto nos resultados dos alunos.

Em outras palavras, quando projetados e executados bem, ambos os modos levam a resultados positivos para os alunos. O envolvimento aprimorado é uma das principais vantagens de plataformas robustas de aprendizado on-line. Como todos os materiais estão onipresentemente disponíveis em qualquer dispositivo móvel, os alunos podem acessar o que precisam em qualquer momento. O acesso on demand dos alunos a todo o material do curso permite que cada aluno trabalhe no seu próprio ritmo – aqueles que estão atrasados podem alcançá-lo, enquanto outros podem seguir em frente.

Além disso, de forma que alguns alunos aprendem melhor visualmente, alguns oralmente e outros textualmente, a capacidade das modernas plataformas de aprendizado para permitir o compartilhamento de várias formas de conteúdo dinâmico (seja vídeo, áudio, imagem ou texto) permite que os alunos possam encontrar e focar na mídia que funciona melhor para eles.

A FGV é apenas um exemplo de instituição local que utiliza sistemas de aprendizagem integrados para aprimorar o envolvimento dos alunos. A instituição encontrou no ambiente virtual de aprendizagem a solução para otimizar os conteúdos nas salas de aula virtuais e aumentar a interação entre alunos e tutor de cada disciplina. Nesse contexto de envolver o aluno para uma verdadeira experiência de aprendizagem, a plataforma LMS permitiu à FGV o desenvolvimento de um curso de pós-graduação alinhado às tendências globais de ensino híbrido e sala de aula invertida.

Melhorando as experiências do educador

Não se pode esperar que os educadores que passaram anos ensinando os alunos pessoalmente no campus se tornem especialistas em aprendizado on-line da noite para o dia. Portanto, embora uma plataforma robusta de aprendizado on-line possa fornecer aos alunos as inúmeras mídias de que eles precisam, ela deve ser intuitiva e fácil de usar para o educador – e incluir ferramentas para facilitar sua vida à medida que adaptam seus métodos de ensino.

Em busca da excelência acadêmica e otimização do dia a dia dos professores, a FAESA, instituição de ensino superior do Espírito Santo, implementou o ambiente virtual de aprendizagem que, além de promover o gerenciamento do conteúdo, também auxilia no engajamento dos alunos nos cursos a distância. Para que o processo fosse possível, a FAESA desenvolveu um projeto de formação dos professores, tanto conceitual como técnico, sobre o uso da plataforma. Foram criadas disciplinas dentro do próprio AVA, com tutoriais de cada ferramenta disponível, para tornar mais fácil e amigável a construção de cursos e conteúdos pelos professores.

Por fim, muitas universidades tiveram que reagir rapidamente a uma crise que obrigava seus alunos a ficar em casa. Embora algumas instituições, como a FGV e a FAESA, já possuíssem plataformas robustas de aprendizado digital para colocar o aprendizado on-line, nem todas as faculdades estavam tão bem preparadas.

As medidas improvisadas em que algumas universidades recorreram – como aulas via Zoom – podem ter funcionado no curto prazo, mas não são soluções de longo prazo. Com a universidade agora reavaliando seus roteiros estratégicos e digitais, é preciso enfatizar a construção de tecnologias em uma experiência de ensino e aprendizagem mais ampla e a capacitação de educadores e alunos para capitalizar seus benefícios de maneira mais ampla e em seus próprios termos. Isso os ajudará a apoiar melhor as experiências de aprendizado combinado que se alinham às necessidades econômicas de hoje, além de prepará-las para eventos futuros que possam impactar seus campi.

Não se deve esquecer que a educação mediada por tecnologia, além de contribuir para o treinamento adequado para que as instituições personalizem seus cursos, aprimorem e experimentem a educação ativa. O objetivo é estar preparado para a tendência de ensino on-line constante, o que certamente será em breve, pois não há volta para toda essa revolução até agora e sem dúvida, as instituições preparadas com um plano educacional robusto, mediado por tecnologia, serão as que serão capazes de se diferenciar das demais.

* Diretora de Negócios e Relacionamento na D2L Brasil

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