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E esse cansaço que não passa?

Se você tem se sentido cansado, um cansaço que não passa, você não está sozinho. Ouvindo empresários, empreendedores, investidores, empregados, desempregados, aposentados todos relatam esse sentimento de cansaço. Há uma percepção que as coisas estão aceleradas, mas ao mesmo tempo, mal saem do lugar.

Júlia Ramalho Pinto *
Designers do Futuro

Afinal, o que está acontecendo?

Há um agravamento exponencial da saúde mental. A Organização Mundial de Saúde estima que desde o início da pandemia os casos de depressão e ansiedade aumentaram 25%. E até 2030, a depressão será a doença mais comum do mundo.

Para lidar com essa aceleração e complexidade do mundo, nós, humanos, estamos num limite de processamento, o que gera um estado de esgotamento contínuo. A incapacidade de gerar sentido e saber navegar nessas transformações coloca as pessoas num quadro de desesperança e de falta de energia.

E como lidar com tudo isso?

Primeiro, devemos reconhecer e entender que nós humanos, e não apenas as empresas, estamos no chamado mundo BANI – Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible. Para darmos conta de navegar nesse mundo precisamos, de forma intencional, abrir espaço para sentir, elaborar e agir diferente. Hoje irei trazer a reflexão de como podemos lidar com esse mundo Brittle (forte-e-frágil).

O Brittle (frágil) carrega em si um paradoxo, aquilo que parece muito forte, de repente se torna frágil e quebra. Estamos vivendo essa eminência de que tudo possa se desfazer. Ou seja: nosso emprego, nossos investimentos, nossos relacionamentos, nossa saúde e etc. Hoje, mais do que nunca, vivemos a percepção real da impermanência de várias instâncias da vida. Nada é, tudo está sendo. Reconhecer isso é também abrir espaço para reconhecer nossas vulnerabilidades e, ao fazê-lo, podemos processar isso de algumas formas.

A saber:

Uma forma negativa. Ao reconhecer nossa vulnerabilidade permitimos que se instale uma sensação de incompletude, de incompetência e de insuficiência. Nos coloca de forma neurótica nessa busca de que algo poderá nos dar uma vida mais estável e mais sólida. Ao nos mantermos na fantasia da segurança e estabilidade, insistimos em uma fórmula mágica e que simplesmente não funciona mais.

Na forma positiva, percebemos essa vulnerabilidade como algo estrutural, como algo que sempre esteve aí e que, no mundo atual, se coloca exposta. Acreditamos que poderemos sempre encontrar novas formas para lidar com isso. Abraçamos as ideias de que é necessário estarmos em constante movimento e invenção de nós mesmos.

Há, ainda, uma visão neutra dessa fragilidade. Trata-se de reconhecermos ao mesmo tempo a dor da fragilidade e vulnerabilidade, bem como a leveza das possibilidades que ela traz. Dessa forma, uma visão neutra do mundo “Brittle, frágil-e-forte” nos coloca em busca de um processo de reinvenção, não apenas de nós mesmos, mas de uma abertura para o outro e de um novo jeito de estarmos juntos. Ao invés da ilusão das estruturas rígidas, entendemos a fluidez das redes e empenhamos esforços para cocriar e construirmos juntos. Ao tecermos uma rede de relacionamentos de trabalho e de vida, empreendemos esforços para irmos além de nós mesmos, de nossa fragilidade, e descobrimos no todo a força e apoio que precisamos quando nossa fragilidade se manifesta.

Para maior reflexão, seguem algumas perguntas provocativas:

  • Você reconhece sua vulnerabilidade?
  • Como você tem desenvolvido sua mente neutra?
  • Você tem se aberto ao diferente?
  • Você tem desenvolvido redes de relacionamentos para vida e trabalho?

Uma ótima semana e até o próximo texto sobre como o mundo Anxious (Ansioso) reverbera sobre nossa vida e saúde mental.

Ao finalizar a descrição do impacto do mundo BANI em nossas vidas e saúde mental, irei em seguida, aprofundar em como a liderança e a inteligência artificial podem ser aliadas para lidar com esse novo mundo.


*Júlia Ramalho tem paixão por ajudar pessoas e organizações a resolver problemas complexos e a crescer. Sócia fundadora da Estação do Saber, empresa que trabalha com consultoria e desenvolvimento de pessoas e negócios. Tem mais de 30 anos trabalhando como consultora e mais de 18 trabalhando como psicóloga e coach. Ajudou mais de 1.200 executivos a desenvolver pessoas e expandir seus negócios. É Psicóloga, Administradora, Mestre em Administração e Coach de Executivos desde 2005. Em 2013, fundou a Federação Internacional de Coaching – capítulo Minas.

Em 2010 e 2011 participou como convidada da CICI- Conferência de Cidades Inovadoras em Curitiba falando sobre o impacto das redes sociais para divulgar ideias. Em 2010 foi convidada pela ONU para ir a Barcelona falar sobre como as redes sociais poderiam ajudar na implantação dos objetivos do Milênio.

De 2015 a 2017 lançou o projeto de Designers do Futuro para ajudar a sensibilizar pessoas e organizações sobre o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho e nas organizações, tendo feito palestras em todo o Brasil sobre o tema. Além disso, tem experiência de mais de 10 anos como professora universitária e dá treinamentos de Design Thinking para inovação.

De 2015 a 2021 como coach e consultora da Ford no Projeto Mundial CEM (customer experience movement) onde adquiriu mais experiência com CX- Customer experience e EX- Employe Experience, usando dados e coaching como ferramentas. Em 2022/2023 é facilitadora no curso de CX da Faculdade Unimed.

Em 2022 iniciou uma nova empresa DdF, empresa Brasil_Bangladesh, com soluções de Inteligência Artificial, Machine Learning e Blockchain. Junto com seu Sócio Árian, tem implantado soluções inovadoras para crescimento das empresas usando essas novas tecnologias.

Em resumo

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