O individualismo pode impactar a saúde mental? A ênfase na autossuficiência e no sucesso pessoal pode gerar estresse e pressão excessiva, afetando negativamente a saúde mental .
Narcisistas no poder: a fase superior do individualismo
O culto ao individualismo, fortalecido desde a década de 1980 com a hegemonia do neoliberalismo, colhe os seus frutos mais perversos agora, com a chegada ao poder de candidatos a déspostas e ditadores. Há a emergência de outro mal do século da saúde mental. Não há coincidência no atual momento da história da presença de Trump, Musk, Nethanuahu, Milei e Bolsonaro, entre outros, com comportamentos tão semelhantes, inclusive no desprezo pela dor alheia.
São indivíduos com personalidades narcisisticas eleitos por pessoas que não entendem, sequer refletem, o peso do pensamento exclusivista. de quem não enxerga a força da coletividade. Gente que não se atenta à força da crueldade do genocídio em Gaza e à ironia de quem riu da tragédia das mortes durante a pandemia.
Em artigo traduzido pelo site “a terra é redonda”, o filósofo alemão Alselm Jappe, afirma que o “narcisista é a figura central dos nossos tempos”. Lembra que o termo foi introduzido por Sigmund Freud, pai da psicanálise, em 1914. “Isso significava então, grosso modo, “egoísta”, “egocêntrico”, “ganancioso”, “manipulador”, “sem empatia”, “sem consideração pelos outros”, mas também “excessivamente preocupado com a autoimagem e com a procura de reconhecimento”, ou simplesmente “apaixonado por seu corpo e desejoso de seduzir”.
Tendência: o individualismo como fenômeno da saúde mental
A sociedade do futuro, com papel ativo de psicólogos e outros profissionais da saúde mental, terá de lidar com os efeitos do poder dos narcisistas extremados e do individualismo. Estudo multinacional envolvendo jovens adultos de 12 países investigou a relação entre individualismo e comportamento suicida, sugerindo que valores individualistas podem estar associados a maiores índices de sofrimento psicológico e atitudes suicidas.
Psicólogos e psiquiatras destacam que o aumento do individualismo pode levar ao isolamento social, diminuindo o suporte social e aumentando sentimentos de solidão, o que contribui para o desenvolvimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade.

Influência da tecnologia na saúde mental: as conclusões não são definitivas
O debate sobre os efeitos dos smartphones e das mídias sociais sobre a saúde mental dos adolescentes inclui convergências de diagnósticos, mas existem divergências entre pesquisadores. Matéria publicada pela revista científica Nature contraria a impressão de que há unanimidade sobre o assunto, como pode parecer diante dasnformações publicadas pela imprensa e redes sociais.

Ciência | Brasil
Metade das vítimas de mortes violentas entre 2022 e 2024 usaram psicoativos
As substâncias psicoativas são um problema para a saúde e a segurança pública, segundo relatório do Projeto Tânatos. A iniciativa é fruto de um convênio entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP), e o Grupo de Estudos em Álcool, Drogas e Violência da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Foram analisadas 4.174 amostras de sangue post mortem, ou seja, posteriores ao falecimento, de casos de mortes violentas (2.430 homicídios, 524 sinistros viários, 330 suicídios, 52 intoxicações exógenas, 264 de outras causas e 601 indeterminadas) entre 2022 e 2024.
Ciência | Mundo
Concorrência com influenciadores impacta os cientistas
Uma análise publicada na Nature argumenta que o principal desafio da ciência não é a perda de confiança pública, mas sim a diminuição de sua influência em um ambiente informacional complexo. Apesar da confiança em cientistas permanecer alta, suas vozes são ofuscadas por outras fontes, incluindo amigos, família e líderes comunitários. Essa “confiança deslocada” em fontes não especializadas pode levar a decisões prejudiciais, como demonstrado durante a pandemia de COVID-19. A politização da ciência e a percepção de influência indevida de governos e financiadores também contribuem para a dificuldade em fazer com que evidências científicas prevaleçam. Para aumentar a influência da ciência, os autores sugerem colaborar com figuras locais confiáveis para disseminar informações de forma mais relevante e empática.
Artigo publicado pela Lancet Psychiatry realiza uma revisão de estudos sobre quais fatores que afetam a resiliência de adultos jovens à depressão.
Informações & Insights
Professor da USP revela diagnóstico de autismo recebido depois dos 50 anos
Uma das maiores autoridades internacionais em inteligência artificial (IA), o professor André de Carvalho só descobriu ser autista aos 54 anos de idade. Diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, André viveu por décadas sem entender por que se sentia tão desconfortável com barulhos — a ponto de, ainda na adolescência, comprar por conta própria um abafador de som. Também não compreendia por que, em determinadas situações, seu corpo e sua mente simplesmente “desligavam”. Hoje, ele reconhece esses episódios como shutdowns, um termo utilizado para descrever o estado de paralisia diante de uma sobrecarga sensorial, emocional ou social, o qual pode acometer pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). (JornaldaUSP)
Em resumo
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