Radar do Futuro
Empresas que pressionam os governos a eliminar o isolamento como estratégia de combate à pandemia do Covid-19 tendem a sofrer consequências negativas no futuro. A conta das milhares de mortes provocadas pelo coronavírus tende a ser jogada no colo delas. No sentido contrário, comerciantes, prestadores de serviços, industriais e produtores de alimentos engajados em apoiar a população podem ter as suas marcas favorecidas.
Para as sócias da agência de relações públicas TIDE Social, a crise sanitária reforça a tendência responsabilização social, que já vinha sendo sinalizada há alguns anos. O consumidor vem cobrando que marcas e produtos tenham um posicionamento mais preocupado com causas sociais e com o meio ambiente. O mundo mudou e, para acompanhar essa transformação, as empresas precisaram começar a investir nos seus valores e a descobrir como poderiam fazer o bem.
Foi a percepção da necessidade de propagar novas formas de ver e atuar no mundo que levou as sócias Mariana Franceschinelli e Mariela Rodrigues, da agênciamam – que atua no mercado de Relações Públicas há 5 anos – a se unir a Fabiana Pasquetto, especialista em comunicação corporativa e com grande experiência no terceiro setor, para juntas criarem a TIDE Social. Uma assessoria, que próximo de completar seu primeiro ano de existência, é especialista em fazer essa união entre causas e marcas.
Diante da pandemia do coronavírus que se espalhou pelo mundo, a necessidade de ações engajadas com as demandas sociais se tornou mais evidente e, mesmo as empresas que não tinham um departamento voltado à responsabilidade social ou suas equipes de marketing não tinham um direcionamento claro para esse tema, precisaram mostrar que se importavam. “Quando criamos a TIDE, não imaginamos que em tão pouco tempo viveríamos um cenário tão devastador. O social é hoje questão de sobrevivência para qualquer empresa que queira se sustentar no mercado”, diz Mariela Rodrigues.
O primeiro movimento de doações que o COVID-19 criou foi para a saúde. Por se tratar de um vírus de fácil contaminação, entraram em alta o uso de máscaras e álcool gel, e respiradores, por exemplo. As empresas focaram então em auxiliar fornecendo esses insumos ou fazendo doações em dinheiro para que os sistemas de saúde pudessem adquirí-los por conta própria.
Com o isolamento social, as pessoas começaram a ser demitidas, deixando muitas famílias desamparadas. Para agravar, as escolas fecharam e, com isso, as crianças que tinham na merenda sua única refeição diária, ficaram sem ter o que comer. Por isso, o segundo movimento de doações tem sido de cestas básicas para suprir o sustento dessas famílias em vulnerabilidade social.
“Por focarmos nossa expertise de mercado e geração de valor com o terceiro setor, mesmo em meio à crise, pudemos auxiliar nossos clientes a agir em prol do social, sem fugir dos valores e da identidade do negócio”, conta Fabiana Pasquetto. “Se todos agora se voltarem exclusivamente para o coronavírus, o que será da educação? Ou mesmo da luta contra o câncer e da geração de empregos? Essa pandemia afeta todos os setores e, se o pilar social da empresa for outro, que não a saúde, está tudo bem, também. É preciso agir, se aproximando das causas que façam sentido e toquem o coração da marca, com propósito e verdade”, completa.
A pandemia despertou uma solidariedade nunca vista no mundo e mostrou o quanto precisamos e dependemos uns dos outros. Mas, passando o estado de emergência, ainda existirão diversas causas relevantes para apoiar e diferentes frentes de atuação para fazer a diferença. Para isso, é essencial que as marcas tenham uma definição clara e objetiva do seu propósito social e um planejamento de longo prazo.
“A TIDE SOCIAL apoia as empresas a se posicionarem, definindo as causas que tenham mais afinidade com a marca e o público, sempre levando em consideração a atual demanda da sociedade e a legitimidade das ações realizadas”, finaliza Fabiana.