Ralf Germer *
O e-commerce brasileiro faturou 56,8% a mais nos primeiros cinco meses de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, conforme aponta uma pesquisa realizada pelo Movimento Compre&Confie, empresa de segurança digital para compras na internet, em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A informação vem ao encontro do que já prevíamos: a quarentena e o isolamento social como decorrência da Covid-19 mudaram os hábitos de consumo e aceleraram o crescimento das lojas virtuais no país.
Para se ter uma ideia, desde o início da pandemia, mais de 135 mil lojas aderiram às vendas online para continuar no mercado e fazer o negócio ter alguma movimentação e renda. Apesar de todas as incertezas sobre o ritmo da recuperação da economia e dos impactos do novo coronavírus, garanto: instituições restritas ao ambiente físico estão em uma situação de desvantagem e precisam correr pela presença no digital. Mas não é só isso: as lojas virtuais devem estar preparadas para atender com eficiência todos os seus consumidores.
O varejo está passando por uma grande transformação e os comerciantes precisam olhar com cuidado para o checkout das plataformas. Oferecer diversas opções de pagamento no momento final da compra e trazer inovações para o comércio eletrônico é a chave para conquistar e fidelizar clientes, ainda mais em um mercado cada vez mais competitivo. Melhorar a experiência dos usuários e permitir que eles realizem compras no canal que desejarem, com a forma de pagamento que quiserem ou tiverem acesso, faz toda a diferença.
Além dos métodos de pagamentos tradicionais, como dinheiro físico, cartão de crédito e débito, cheques e boletos, alternativas como carteiras digitais, links de pagamentos, pagamentos por aproximação, QR Code e os pagamentos instantâneos, que ainda estão sendo desenvolvidos pelo Banco Central do Brasil (Bacen), vêm ganhando espaço. Quem tem uma loja online precisa acompanhar de perto as tendências do mercado: quanto mais opções de pagamento o cliente tiver disponível, maiores são a chances dele retornar para uma nova compra.
Os novos métodos de pagamento dependem apenas de um dispositivo móvel, como os smartphones. Não à toa, o Brasil é o quarto país do mundo que mais movimenta dinheiro em transações feitas com o celular, segundo um relatório da empresa britânica Buyshares com base em informações da consultoria Statista. Já considerando a pandemia e que pagamentos mobile são realizados sem a necessidade de toque direto nos objetos de pagamentos, US$ 22,3 bilhões devem ser transacionados no país até o final de 2020. Ficamos atrás do Reino Unido (US$ 45,8 bilhões), Estados Unidos (US$ 357,5 bilhões) e China (US$ 755,5 bilhões).
Nesse jogo todo mundo sai ganhando: para os lojistas, esses meios de pagamento são interessantes, pois permitem operações mais ágeis. Já os consumidores têm mais conveniência, segurança e praticidade na hora de realizar uma compra, seja ela no mundo virtual ou físico. Quanto antes você conseguir fazer com que o seu e-commerce se destaque dos demais, mais cedo você colherá os frutos de tanta inovação. Afinal, a crise vai passar e ninguém vai conseguir fugir do novo normal.
*Ralf Germer é CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo.