A chegada dos nativos digitais às escolas está transformando a forma com que os educadores ministram suas aulas. O uso da tecnologia em sala de aula como modelo de aprendizagem ainda gera muito debate entre especialistas da área, entretanto, o assunto precisa ser explorado. Sobretudo, porque o tema está entre os destaques da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deverá ser implementada em todas as escolas do Brasil até 2022.
O uso da tecnologia em sala de aula é importante, pois auxilia no processo de aprendizagem e pode servir como ferramenta para que o professor tenha acesso a aplicativos, sites e jogos que contribuam para a dinâmica e contexto de aplicação das disciplinas. Recursos como estes podem envolver e atrair mais ainda a atenção do aluno, que poderá melhorar seu desempenho nas atividades, estimular sua autonomia, despertar sua curiosidade, entre outros benefícios.
Contudo, ainda existem diversos alunos que não são tão ligados a essas ferramentas, por isso é fundamental mesclar o uso desses recursos com os materiais didáticos utilizados em sala de aula. A melhor maneira de usar a tecnologia para o aprendizado é entender que ela serve como aliada para a realização de atividades colaborativas. Deste modo, o professor não deve depender exclusivamente dos recursos digitais para planejar a sua aula, e sim buscar contemplar atividades colaborativas e proporcionar a interação dos alunos por meio destas. A tecnologia no ensino bilíngue, por exemplo, já é uma realidade em muitas escolas e auxilia o aluno na expansão de conhecimento de vocabulário, ou, até mesmo, na hora de conferir pronúncias.
Desafio do uso da tecnologia em sala de aula
Apesar dos pontos positivos, o uso das ferramentas digitais em sala de aula ainda é um grande desafio para as escolas no Brasil, seja por questões de infraestrutura das instituições ou até mesmo pela formação de professores, que ainda não estão preparados para utilizar estes recursos. Ou seja, ainda existem profissionais tradicionais que não fazem o uso da tecnologia em sala de aula, ou, aqueles que têm uma visão moderna e a usam demasiado. Portanto, é necessário considerar os objetivos e as situações em que a tecnologia se aplica para que haja sempre um ponto de equilíbrio.
Esse papel cabe à escola, ou seja, trabalhar cada vez mais na formação e aprimoramento desse profissional. Incluir a tecnologia na formação é essencial para que ele saiba aplicar e dosar seu uso em sala de aula. E o professor por sua vez, deve sempre estar em constante formação e buscar aperfeiçoar e atualizar seus conhecimentos.
Portanto, a tecnologia não deve ser uma ferramenta para distração e entretenimento do aluno, e sim um recurso produtivo e uma consequência natural da aula. Hoje em dia, os alunos encontram as informações muito rapidamente, por isso o professor deve se aperfeiçoar e avançar junto com relação às ferramentas tecnológicas. O ponto principal de atenção é cuidar para que a tecnologia não substitua o precioso contato do professor com o aluno, a empatia sempre fundamental para não substituir o convívio no processo de troca inerente à educação.
* Rone Costa é Gerente de Desenvolvimento e Relacionamento do Systemic Bilingual, programa pioneiro de educação bilíngue no Brasil.
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