A inteligência artificial, ramo da ciência da computação que elabora dispositivos capazes de simular a competência humana de raciocínio, está se aprimorando e penetrando diversos setores do mercado, tendo recentemente chegado ao universo da contabilidade.
A combinação é poderosa e o papel do contador, que antes era voltado à confecção de relatórios e ao cálculo de impostos, está se transformando. Os escritórios de contabilidade estão tornando-se empresas de tecnologia baseada em ciências contábeis. Porém, antes de ser uma revolução tecnológica, esta deve ser uma revolução comportamental.
Segundo Roberto Dias Duarte, especialista em tecnologias da informação e um dos palestrantes do We Are Omie 2019, a implantação da inteligência artificial proporciona ao contador ganho de tempo para a gestão estratégica de seu consultório, que pode passar a atuar como consultoria de negócios, e não apenas uma prestadora de serviços técnicos ou operacionais.
Isso significa que, com essa revolução, as mais de 6.4 milhões PMEs existentes no Brasil, poderão obter de seus contadores consultoria estratégica para planejar ações futuras, lançamentos, expansão e assim, tornarem-se muito mais rentáveis. Os escritórios de contabilidade, por sua vez, também saem ganhando, já que seus serviços passam a contar com um valor agregado muito mais significativo.
Para que esse cenário tenha lugar, é necessário aliar o conhecimento científico da contabilidade a um bom atendimento humano, já que o cliente continua em busca de profissionais atenciosos, que ofereçam uma boa experiência.
Com papéis bem definidos, as máquinas contribuem na redução de custos, na precificação e na automatização de processos. De acordo com Duarte, “Empresas de software ERP, como é o caso da Omie, já utilizam a inteligência artificial para analisar o risco de crédito da empresa e obter junto ao mercado financeiro taxas de crédito melhores.”
Confira as principais tecnologias no campo da inteligência artificial que já vêm sendo aplicadas nos escritórios de contabilidade:
Machine learning: Baseia-se em um grande volume de dados para aprender padrões. Assim, produz resultados confiáveis passíveis de serem repetidos. Segundo Duarte, a partir da emissão de notas fiscais de São Paulo, por exemplo, é possível criar um algoritmo que calcule o ISS do município.
RPA (Robotic Process Automation): Cria um fluxo de processos que determina a ação que a máquina realizará em cada momento. A atividade é gravada por um robô que, mediante programação, imita o que é feito pelo ser humano.
Deep Learning: Por meio da coleta de dados de diversas fontes, o deep learning configura parâmetros básicos e treina o computador para que reconheça padrões, que por sua vez são consolidados e compartilhados em uma rede neural.
De acordo com Roberto Dias Duarte, tais tecnologias devem reduzir as tarefas operacionais dos contadores – que representam 87% da receita mundial dos escritórios de contabilidade – principalmente as que estão ligadas ao cumprimento de obrigações tributárias e fiscais.
Sendo assim, o desafio de investir em requalificação técnica, socioemocional e criativa, abre portas para um mercado ávido por empatia e soluções não estruturadas – que serão facilmente providenciadas por robôs. A recomendação do especialista é que os escritórios ofereçam produtos de caráter consultivo e segmentado por característica operacional, atividade, perfil ou setor.
Com informações da Assessoria de Imprensa