Reprodução cada vez mais conduzida, retorno do Orkut, Vestibular Chinês. Algumas das informações em destaque na semana sobre os rumos da tecnologia no Radar da IA
Heraldo Leite
Menino ou menina?
Depois de 19 anos de tentativas frustradas, um casal finalmente conseguiu engravidar graças a uma IA que, convenhamos, tem mais paciência (e precisão) do que muito médico por aí.
O processo é quase um roteiro de ficção científica, mas segue assim:
Primeiro, a amostra de sêmen passa por um canal microscópico em um chip – nada de laboratório high-tech, é literalmente um funilzinho digital.
Em seguida, a IA, treinada para identificar espermatozóides, escaneia o fluido em tempo real. Ou seja, ela faz o que humanos levariam dias para tentar: encontrar uma agulha em mil palheiros, só que microscópica e nadando.
Quando a IA encontra um espermatozoide, ela desvia o sortudo para um canal separado, coletando-o de forma suave (e segura) para a fertilização. Tudo isso sem drama, sem suspense, só tecnologia e um toque de ironia do destino: depois de tanto tempo, bastou um algoritmo para fazer o que ninguém conseguia.
Será que, enfim, a era dos bebês feitos com a ajuda de IA chegou?
A volta do Orkut
Atenção, órfãos do Orkut: preparem seus depoimentos e atualizem o status do MSN, porque a rede social mais amada dos brasileiros está voltando. Ou quase.
O engenheiro turco Orkut Büyükkökten, aquele mesmo que fez a alegria dos stalkers e dos donos de comunidade “Eu odeio acordar cedo”, anunciou que está criando uma nova plataforma digital.
A promessa? Resgatar a essência das conexões verdadeiras, longe do ódio, das tretas e, principalmente, das tretas com Inteligência Artificial. “Queremos promover conexões verdadeiras, longe da toxicidade dos feeds atuais”, declarou o turco.
Se a geração Z acha o Facebook “coisa de velho” o que dirão do pré-cambriano Orkut?
Enem Made in China
Durante os quatro dias do temido gaokao, o vestibular que decide o futuro de mais de 13,3 milhões de jovens chineses, as gigantes da tecnologia local deram um show de “controle total”: desligaram as funções de inteligência artificial que poderiam ajudar os estudantes a colar.
Isso mesmo, Alibaba, Tencent, ByteDance, Moonshot e DeepSeek cortaram o reconhecimento de imagem e as respostas automáticas durante o exame, para garantir que ninguém trapaceasse com a ajuda da Inteligência Artificial. É o Enem Made in China com aquele país mostrando que, na guerra contra a cola digital, vale tudo — até silenciar a própria inteligência artificial
Se você disser que eu desafino
Para quem não está por dentro, o que está acontecendo é o seguinte: robôs de inteligência artificial estão criando músicas e as colocando em plataformas de streaming como Spotify e Apple Music, muitas vezes com nomes e capas falsas, se passando por artistas reais ou inventados.
Esses bots geram faixas em massa, usando algoritmos que imitam estilos populares, e assim conseguem atrair plays, seguidores e até receitas. Parece inofensivo? Nem tanto. O problema é que essas músicas não são fruto de talento humano, mas de códigos que exploram brechas do sistema, inundando o mercado com conteúdo genérico e de baixa qualidade.
Isso prejudica artistas de verdade, que lutam para serem ouvidos, e confunde ouvintes que acreditam estar descobrindo novos talentos. Se um dia você se pegar dançando ou cantarolando aquela música que não sai da sua cabeça, cuidado: pode ser que o seu novo artista favorito seja, na verdade, um bot.
“A melhor ferramenta de IA de todos os tempos da última semana”
Inteligência Artificial na saliva
Na última CES 2025, a maior feira de tecnologia do mundo, vimos de tudo um pouco: desde robôs que cuidam da casa até testes de saliva que leem seus hormônios, chocando o público com a promessa de uma vida mais prática e conectada.
Entre as estrelas do evento, o Tombot Jenny, um robô cão que oferece companhia emocional sem a bagunça dos pelos e a responsabilidade de um animal de verdade, e o Roborock Saros Z70, um aspirador robô que não só limpa, mas também move suas meias e sapatos para longe do caminho.
Afinal, quem não quer um mordomo robótico que organiza a casa? E que ainda faz companhia?