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Quem quer viver para sempre? Na verdade, viver mais e melhor!

Startup une conceitos de fintech e healthtech para propor estratégias que possibilitem às pessoas viver mais, com qualidade de vida

O impacto da pandemia sobre a mobilidade urbana abre oportunidades para reestruturação do sistema de transporte público. Foto: Pixabay
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Alexandre Parma *

Imaginem que existe um cidadão – chamado João – que foi ao médico num programa da sua empresa e descobriu que seu exame de colesterol estava no limite e sua glicemia (o açúcar no sangue), também. Além disso, o seu Índice de Massa Corpórea (IMC) nunca tinha sido bom.

Mas nada que justificasse, até então, um tratamento com remédios. O médico, assim, acabou aconselhando, novamente, a prática de exercícios e recomendou que João emagrecesse. Acontece que João passava por consulta já havia muito tempo e, definitivamente, não conseguia – nem emagrecer, tampouco melhorar os seus índices.

João tem um pai com problemas de coração, que sofreu infarto ainda jovem, e um avô que morreu de AVC, além da mãe, que tem hipotireoidismo e tratou de um câncer de mama. Na verdade, João só se incomodava com uma doença autoimune que manchava suas mãos, o vitiligo, além de uns eczemas no rosto.

João é um cara bacana: ama churrasco e uma cervejinha, adora sorvete de chocolate ao leite, come algumas verduras de vez em quando e toma um energético para pegar seu plantão em uma empresa de TI, em que trabalha à noite. A barriguinha sobressalente é o charme de João. Sua namorada Maria está seguindo seus passos, e nos seus dias juntos, vai com ele comer uma pizza ou um “dogão” – é a diversão deles.

Com apenas 35 anos de idade, João já está cheio de cabelo branco e as rugas também ‘printam’ sua face. Ele tem dificuldade para subir a escada do trabalho e fica muito ofegante no último degrau. Sua pressão está sempre “altinha”, como diz o farmacêutico da esquina de sua casa – João sempre vai lá para medir a pressão, comprar umas balinhas de menta e o energético, ou analgésico nas crises de dor de cabeça após tomar café.

João um dia chegou para um amigo nutricionista e contou seu dia a dia. Esse nutricionista participava já há um tempo de um grupo de estudos que tinham alguns médicos, biólogos, farmacêuticos e até educadores físicos. Ele disse a João que ele estava ‘inflamado’ e seus caminhos não seriam legais com esse perfil físico, exames e comportamento de vida, que para João, eram totalmente normais. Foram várias conversas até conseguir mostrar que aquilo que parecia normal, seus exames, seus sinais e sintomas, na verdade eram reflexo da falta de saúde e futuras doenças graves, à semelhança de seus familiares.

Seu amigo ‘nutri’ contou a João que já existe disponível, hoje, uma inteligência que poderia ajudar João a viver mais e melhor – e até possivelmente reduzir seu envelhecimento. Disse a João que ele poderia conhecer seu DNA e que havia um grande ‘órgão’ em seu corpo, que a maioria desconhece, chamado microbioma.

Contou a João que o microbioma pode estar associado a depressão e doenças do cérebro, podendo até nos ajudar a emagrecer enquanto dormimos. Que, na verdade, nós não somos o que nós comemos, mas sim o que nosso microbioma, por nós selecionado, come.

A essa altura, João já havia se conformado que seria, como seus antepassados e a exemplo seus pais e avós, diabético, hipertenso e possivelmente teria de passar por algum perrengue num hospital – era seu destino.

João, escutando o ‘nutri’, num lampejo, decidiu ter as informações que poderiam mudar seu destino. Essa tal ‘inteligência’, da saúde 360, que o ‘nutri’ oferecia – era muito mais que um tratamento médico, não era sobre doença, era sobre saúde!

Imaginem só: João juntou uma graninha e fez seu estudo de DNA (colheu com um cotonete e saliva) e nesse estudo, descobriu algumas informações que foram escritas em seu código genético, no dia que ele ainda era um minúsculo ser intrauterino. Nas informações de seus genes, descobriu que tinha impacto negativo se consumisse proteína animal e gorduras saturadas, impacto negativo se consumisse café e tinha uma provável capacidade ruim para fazer a limpeza de toxinas em órgãos como fígado, sangue e rins. Descobriu que processava bem certas drogas, mas outras, como anti-inflamatórios, nem eram metabolizadas direito – eram inúteis e até tóxicas. Descobriu que azeite lhe fazia bem e sal não fazia tão mal.

Imaginem que João aceitara, ainda, fazer seu exame da microbiota intestinal, descobrindo que esse grande órgão vivo dentro de nós, o nosso microbioma, no seu caso, tinha uma predominância de bactérias que não eram tão bacanas e ainda por cima, João andava tendo crises de cólica e inflamações intestinais.

O amigo ‘nutri’ do João, além dessas informações, ajudou-o a calcular sua idade biológica. O famoso relógio de metilação de Horvath feito através de análise genética, foi hackeado, e o amigo ‘nutri’ indicou alguns ‘relógios’ através de questionários. João fez o teste e descobriu que estava uns dez anos mais velho que sua idade cronológica.

Vejamos! João, um “gordinho” charmoso, com um histórico familiar ruim, exames nada bons e, ainda, um teste de DNA e microbiota que ajudavam a predizer, em conjunto com a sua idade biológica, que a coisa realmente não estava nada boa para o seu lado. João provavelmente teria uma vida curta e uma morte dolorida. Por um câncer ou um sério problema cardiovascular.

Foi difícil, mas João percebeu que tinha que mudar.

Aprendeu com seu amigo ‘nutri’ que poderia fazer jejum metabólico, pulando uma refeição alguns dias da semana e depois poderia até aumentar o tempo de jejum, e isso o ajudaria a ‘desinflamar’, reduzindo o risco de eventos ruins futuros, e ainda por cima, daria um UP nas bactérias boas da sua microbiota.

Descobriu que se uma atitude única tivesse de ser tomada, seria a perda de peso. Afinal, era um fator possivelmente relacionado a longevidade em vários estudos, tanto em humanos, quanto em ensaios laboratoriais. Descobriu e aprendeu que o que comia alterava diretamente sua vida.

Os derivados do leite de vaca, o excesso de proteínas animais, açúcar, farináceos, o consumo de alimentos industrializados e de álcool, estavam ‘acetilando’ João. Isto é, do ponto de vista de seu Epigenoma, a parte analógica do nosso DNA, João estava envelhecendo.

João precisava ‘metilar’ mais: silenciar seus genes ‘ruins’ para viver mais e com mais saúde. Começou a se interessar pelo assunto e se empoderou. Descobriu que ‘metilar’ significa deixar o DNA ‘organizado’, freando a expressão de genes ruins…. enquanto ‘acetilar’ permite a desorganização e a expressão de genes que podem não ser legais.

Aprendeu, maravilhado, que genética não é destino e ele estava mudando o seu!

Com o auxílio do ‘nutri’ e os colegas do grupo de estudos dele, João aprendeu sobre compostos fitoquímicos, nutrientes que as plantas produzem para se proteger e que são um tesouro para nós humanos. Descobriu shots, chás e extratos que seriam verdadeiras bombas de saúde. Trocou de emprego e começou a acordar cedo, em jejum, já tomando um shot de vinagre de maçã com gengibre ralado ou outros ingredientes. Já estava fazendo uma caminhada de 50 minutos ao dia e pelo menos três vezes por semana, além de exercícios de carga na academia perto de sua casa.

Aprendeu, nuns tais cursos de biohacking em que se meteu, que se dormisse bem, sem se expor à luz artificial à noite, se frequentasse a natureza, cuidasse de sua mente e sua respiração e, ainda, tomasse uns banhos gelados, desinflamaria e até possivelmente retardaria seu envelhecimento. Descobriu que onde entra o sol, sai a doença. Que a vitamina, ou hormônio D, funcionava não apenas para saúde óssea. Começou a usar relógios inteligentes, que mediam sua pressão e sua glicemia, além do seu eletrocardiograma, e enviavam as informações para um banco de dados sobre sua saúde.

Também na internet, descobriu e teve contato com livros fascinantes, como o do Dr. Pedro Schestatsky e o do David Sinclair. No livro do David descobriu que existem substâncias como o NMN, o Resveratrol e a Metformina, que retardam o envelhecimento em modelos experimentais e algumas pessoas já começaram a se ‘hackear’ com tais substâncias. João não ficou pra trás. A metformina seu médico já o havia prescrito e o resveratrol, já tinha comprado na forma ‘trans’ num site de busca. O NMN ainda não tinha achado no Brasil, mas já tinha encomendado numa comunidade de biohackers.

Após alguns meses, em seu retorno ao médico e amigo, já tinha emagrecido 18 quilos. A esteatose (gordura no fígado) tinha desaparecido e seus exames tinham melhorado sensivelmente. João agora tinha disposição pra subir escadas, acordava bem e estudava alta performance. Mudou de carreira. Começou a trabalhar numa startup que ajudava as pessoas a ter mais saúde e recursos financeiros (qualquer semelhança com a www.hygiabank.com.br é mera coincidência).

João passou a beber álcool somente em ocasiões especiais. Sua dieta era riquíssima em produtos naturais de produtores próximos de casa e tinha bem menos proteína animal, além de frituras. João passou a descascar mais, desembalando menos. Seu amigo ‘nutri’ também o acompanhava e lhe prescrevia alguns suplementos alimentares, com a N-acetil cisteína, o Dimpless e compostos de vitaminas B6, B9 e B12, além de ômega 3. Tudo baseado no seu exame de DNA e na evolução clínica de João, variando os tais suplementos conforme seu corpo respondia.

João tornou-se outro homem. Realizou novo estudo da microbiota uns dois anos após essas intervenções, descobrindo agora que tinha mudado esse grande órgão invisível. Agora seu microbioma o deixava ‘pra cima’, menos ansioso e ainda ajudava a manter-se magro. Antes tinha bactérias que o empurravam para a síndrome do intestino permeável e disbiose.

As bactérias ‘do bem’, antes praticamente inexistentes, como a akkermansia muciniphila agora estavam presentes. Sua calculadora biológica apontava agora para idades abaixo de sua idade cronológica. Foi uma jornada de investimento em conhecimento e de adaptações, um início para um novo destino. A Maria, agora sua esposa, tinha emagrecido e os anos de tentativa de engravidar ficaram pra trás. Com a mudança do corpo e dos hábitos, Maria já estava na segunda gestação – deixara pra trás a pele oleosa, a acne, a obesidade e a síndrome dos ovários policísticos. Havia a certeza de que João e Maria, sem tais atitudes, sucumbiriam envelhecendo e adoecendo – morrendo mais rápido.

Imaginem que esses Joões, investindo em autocuidado, com informação rica em suas mãos, junto da ajuda de profissionais, possam tomar decisões como as da fictícia história acima relatada. Decisões que impactem em seus futuros para que, mais que não adoecer, esses Joões possam ter anos muito mais saudáveis e mais proveitosos pela frente.

Já pararam para pensar que as coisas poderiam ser diferentes na sua saúde, bem como na saúde das pessoas que você gosta?

E se, ao invés de nos prepararmos para cuidar de doenças quando elas surgirem, pudéssemos predizer o quanto de saúde podemos ter, além dos riscos de desenvolver doenças?

E se passássemos a considerar o envelhecimento uma condição ruim… como uma doença?

E se, tendo informações nas mãos, pudéssemos intervir hoje para termos mais saúde, menos doença e até menos envelhecimento?

E se pudéssemos ter informação financeira para nos programar para ter mais recursos materiais, junto com mais saúde?

Entendendo que saúde é investimento, o melhor, e não despesa!

E se, em conjunto um monte de gente começasse a fazer isso? Num grupo, numa comunidade, na sua família, numa cidade, numa região… não seria maravilhoso?

E se, você desse o primeiro passo, ou melhorasse ainda mais o que já faz?


  • Alexandre Parma é radiologista e um dos fundadores da startup hygia bank bank

Viver mais e melhor: conheça a hygia bank

A hygia é uma empresa startup que atua como fintech e healthtech com operações no Brasil, sediada em Porto Alegre. O principal objetivo da startup é incentivar os brasileiros a financiarem sua saúde com recursos próprios e promover uma cultura de prevenção.

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