Radar do Futuro
Se depender dos estudantes mineiros Roger Mathews Arruda Santos, de Sistemas da Informação, e Gustavo Soares Eleutério, de engenharia elétrica, de Montes Claros, a energia solar será cada vez mais acessível à população nos próximos anos. Segundo eles mesmos, esta é uma missão, assumida desde o momento em que, ao estudar com profundidade o mercado, perceberam que o principal problema que torna a energia solar menos atrativa é o alto investimento inicial. E, levando em conta os altos custos de energia elétrica, identificaram uma boa oportunidade de negócios, com foco em energia solar e financiamento pulverizado.
Eles investiram no aproveitamento de negócios inovadores com a criação da startup Envesty, uma plataforma destinada ao investimento na fonte de energia. E começam a colher resultados promissores. O mercado tende a sair ganhando. Um reconhecimento de peso é, agora, o apoio do projeto Academic Working Capital (AWC), do Instituto TIM, que foca em diversos segmentos de negócio, com cases de sustentabilidade e meio ambiente.
Participantes da edição de 2018 do AWC, o programa de empreendedorismo universitário do Instituto TIM, estão desenvolvendo startups com foco em sustentabilidade e meio ambiente, com o objetivo de mostrar ao mercado que, trabalhar com a sustentabilidade, é um processo de mudança de cultura e precisa ser pensado a longo prazo. O programa contribuiu para o nascimento da Envesty, destinada a oferecer uma nova forma de financiamento para projetos de energia solar, menos burocrática e com juros menores, utilizando o modelo de P2P lending — modelo de empréstimo coletivo — e também outras fontes de financiamento”.
Oportunidades da sustentabilidade
Ainda pouco explorados, investimentos em iniciativas sustentáveis têm se apresentado como ótima oportunidade para o empreendedorismo. Novos modelos de negócios podem oferecer conceitos modernos de sustentabilidade, importantes para gerar resultados positivos dentro de pequenas e médias empresas. Em pesquisa realizada em 2017 pela Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps), a maior parte dos respondentes reconheceu que a sustentabilidade é um tema inserido nas universidades através das disciplinas, tanto na graduação, quanto na pós-graduação. Porém, apenas três dos oito respondentes afirmaram que a universidade onde atuam faz parte da plataforma global das Nações Unidas de engajamento voluntário para as escolas de negócios e outras instituições de ensino superior (PMRE) e metade dos respondentes não soube afirmar.
A sustentabilidade é um fator importante para que empresas sejam mais competitivas e lucrativas, capazes de proporcionar impactos positivos para a sociedade. O conhecimento e bagagem universitária são extremamente importantes para esse processo cultural. O grande desafio é tornar esse nicho mais transversal em termos de negócios e criar uma cultura de sustentabilidade em diversos setores do mercado.
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“Aquela história de realizar campanhas de sustentabilidade apenas com o intuito de valorizar a marca em uma situação pontual funciona apenas para nichos e contextos muito específicos e pode não ter um efeito duradouro. Um discurso que reforce as melhorias a longo prazo com certeza é mais efetivo. A sustentabilidade por si só não é tão valorizada no Brasil, por isso sempre reforço com os alunos do projeto, a importância ao desenvolver negócios desse segmento. É difícil transmitir o valor disso para as pessoas, investir em algo que não vai ter um resultado instantâneo, é desafiador”, explica André Dib, Coach de Aceleração do AWC, responsável pelos nichos de Sustentabilidade e meio Ambiente.
O Academic Working Capital é voltado aos estudantes em fase final de graduação que possuem seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com soluções tecnológicas ou de inovação. Os universitários recebem acompanhamento, orientação de negócios e recursos financeiros para transformar sua ideia em um produto ou negócio. Em suas três primeiras edições, o AWC já apoiou o desenvolvimento de cerca de 80 projetos. Este ano, o AWC conta com 32 grupos, sendo 86 alunos de faculdades de oito estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Bahia).
O Instituto TIM
O Instituto TIM (www.institutotim.org.br) tem como missão criar e potencializar recursos e estratégias para a democratização da ciência, tecnologia e inovação, promovendo o desenvolvimento humano, utilizando a tecnologia móvel como um dos principais habilitadores. Define sua atuação em projetos focados em quatro pilares: Ensino (da educação infantil à graduação); Aplicações (soluções em software livre); Inclusão (difusão do conhecimento) e Trabalho (novas oportunidades de atuação e capacitação).
Em parceria com diversas instituições federais e mais de 60 secretarias municipais e estaduais, como de Educação, Cultura e Planejamento em todo o país, as ações do Instituto TIM já alcançaram cerca de 400 municípios, em todos os 26 estados e Distrito Federal, beneficiando mais de 700 mil pessoas, especialmente, crianças de 6 a 12 anos.
Em resumo