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Notas econômicas – 26 a 30 de outubro de 2020

imagem de galpão industrial vazio. Foto: Pixabay
Segundo a CNI, a falta ou alto custo de insumos tornou-se o principal problema enfrentado pelas empresas no terceiro trimestre

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG

  1. Nos últimos dez anos, a despesa com folha de pagamento, incluindo União, Estados e municípios, subiu de 12,1% em 2010 para 13,5% em 2020 (dado acumulado em 12 meses até agosto). O gasto da União, de certa forma, tem se mantido praticamente estável, principalmente, de 2017 para cá. Em 2020, a despesa da União era de 4,4% do PIB. O crescimento nos últimos anos tem sido puxado pelos Estados e municípios. Em dez anos, esses dispêndios subiram 0,8 ponto percentual nas prefeituras, atingindo 4,3% neste ano. Já nos Estados, a expansão foi de 0,5 ponto percentual para 4,8% do PIB, considerando a mesma base de comparação. (Valor)
  2. O governo central – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou déficit primário de R$ 76,155 bilhões em setembro. No mesmo mês do ano passado, as contas haviam ficado negativas em R$ 20,472 bilhões. O resultado de setembro é o pior já registrado pelo Tesouro, considerando dados corrigidos. O número de setembro é reflexo de um déficit de R$ 58,886 bilhões do Tesouro Nacional, de um rombo de R$ 17,226 bilhões na Previdência Social e de um resultado negativo de R$ 42 milhões do Banco Central. No acumulado do ano, o governo central registra um déficit de R$ 677,436 bilhões – também o pior da série. Já em 12 meses, o déficit primário chega a R$ 707 bilhões, o que representa 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o Tesouro, apenas com medidas concretas de controle do crescimento das despesas obrigatórias e redução dos déficits será possível continuar em um ambiente de juros baixos e inflação controlada. (Valor)
  3. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou 3,8 pontos em outubro, passando de 99,6 para 95,8 pontos, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas iniciada em maio. Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 3,2 pontos.(Valor)
  4. Gastos com Saúde: Na Alemanha, o gasto público médio com saúde em 2015 foi de 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB), ou US$ 4,5 mil per capita. Nos Estados Unidos, 8,5% do PIB, quase US$ 6 mil por habitante. O Reino Unido, cujo sistema público foi uma das fontes de inspiração para o SUS, investiu 7,9% do PIB em 2015, ou US$ 3,3 mil per capita. Já o Brasil aplicou apenas 3,8% do PIB, equivalentes a US$ 595 por habitante. (Valor)
  5. Desde 2013 o gasto público federal per capita com saúde no Brasil vem caindo e essa tendência se acelerou a partir de 2018. No ranking de eficiência de sistemas nacionais de saúde, editado pela agência Bloomberg, há 12 anos, o Brasil aparece entre os últimos colocados. Outro indicador de que o SUS não vai bem é a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período 2017-2018, o gasto das famílias com saúde equivalia a 8% da renda mensal familiar, em comparação a 6,5% em 2002-2003. (Valor)
  6. As Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) têm demonstrado eficiência na transferência de tecnologia do setor privado aos laboratórios estatais. Há redução de custos de produção em larga escala com algum benefício tributário para atender, principalmente, ao Sistema Único de Saúde (SUS). (Valor)
  7. Bruno Carazza: “O que pouca gente sabe é que a propriedade de jatinhos de luxo não é tributada no Brasil, graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2007. Valendo-se de um malabarismo semântico e de uma frágil interpretação da evolução histórica da legislação, o ministro Gilmar Mendes convenceu a maioria de seus pares de que a determinação da Constituição de instituir impostos sobre a “propriedade de veículos automotores” (art. 155, III) só se aplica a veículos terrestres, não devendo ser estendida a aeronaves e embarcações (RE 379.572-4). A partir daí, ao contrário dos pobres mortais que pagam IPVA sobre seus carrinhos, os jatos, helicópteros, iates e lanchas dos multimilionários estão isentos”. (Valor)
  8. Marcelo Nery 1: “O Brasil tinha uma situação fiscal das piores da América Latina e fomos mais generosos do que quase a totalidade dos países nas despesas fiscais. Vamos ter que buscar soluções parciais, pois não temos condições [fiscais] de enfrentar a escala do problema. Uma solução é [construir] um Bolsa Família 2.0, que fosse no máximo a 70 bilhões de reais. O que se pode fazer é, de um lado, fazer esse programa social mais robusto e, por outro, avisar as pessoas que o pior está por vir. O Brasil foi generoso, mas não sei se fomos sábios. Saberemos daqui a um ano”. (Carta Capital)
  9. Marcelo Nery 2: “A redução do horário de trabalho teve um efeito amortecedor. A perda de renda continuou, mas a redução da jornada deu uma chance para manter o emprego das pessoas. Só que, assim como o auxílio, é uma situação temporária. Os indicadores trabalhistas são ruins – estão recuperando pouco -, mas o desemprego nem aumentou tanto, apesar de ter 14 milhões de desempregados, um recorde. É só o começo, porque ele vai aumentar mais. Os pobres não sentiram todas as dores por conta das anestesias. Quando elas passarem, o efeito vai ser mais duro”. (Carta Capital)
  10. Embora seja consenso entre economistas a avaliação de que a Selic deve se manter nas mínimas históricas e a normalização da política monetária será gradual, o mercado começa a mostrar insegurança em relação a essa tese. Os juros futuros encerraram a semana passada na B3 precificando uma taxa básica de 5,5% no fim de 2021 – processo que ganhou ainda mais força após a divulgação do elevado IPCA-15 de outubro (0,94%).
  11. De olho na África: A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que as tecnologias agrícolas brasileiras podem ser adaptadas e adotadas pelos países africanos para gerar desenvolvimento e renda no continente. Ela também defendeu menos protecionismo no comércio mundial de alimentos como forma de melhorar as condições de vida no campo das nações mais pobres. O Brasil tenta se reaproximar da África após um “erro estratégico”, como define o presidente da Embrapa, Celso Moretti, que foi a saída dos projetos em conjunto com o continente. Agora, o foco é levar empresas privadas para lá. (Valor)
  12. A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta nova aceleração da atividade industrial, em setembro, com aumento significativo das contratações. O índice de evolução da produção atingiu 59,1 pontos no mês passado, sua quarta alta mensal consecutiva, de 0,4 ponto na comparação com agosto, e bem acima da linha divisória de 50 pontos. O índice de evolução do número de empregados é o maior valor da série histórica mensal, iniciada em janeiro de 2011, o que denota que a alta das contratações em setembro, em relação a agosto, foi bastante significativa. (Valor)
  13. O mercado de trabalho abriu em setembro 313.564 vagas líquidas com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério da Economia. Para economistas, o grosso das demissões previstas deste ano já aconteceu, e a recuperação dos empregos continua a ser sustentada, em boa dose, pelas medidas de proteção do emprego do governo federal, com impulso de uma retomada das atividades mais acelerada nas grandes cidades. (Valor)
  14. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria ficou em 72% em setembro, aumento de 1 ponto percentual em relação a agosto. O índice de UCI efetiva em relação ao usual passou a situar-se acima da linha divisória, em 50,4 pontos; o indicador mostra que a atividade industrial está operando acima do nível usual para o mês. Desde novembro de 2010, quando registrou 50,5 pontos, o índice não mostrava aquecimento excepcional da atividade industrial. (Valor)
  15. Segundo a CNI, a falta ou alto custo de insumos tornou-se o principal problema enfrentado pelas empresas no terceiro trimestre e elevada carga tributária caiu para a segunda posição. A alta volatilidade e a intensa desvalorização do real em relação ao dólar americano, com efeitos nos preços de insumos, fizeram a taxa de câmbio subir da quarta para a terceira posição entre os principais problemas da indústria. As expectativas dos empresários se estabilizaram em patamar elevado em outubro, revelando otimismo. (Valor)
  16. Nova Guerra Fria: A China disse nesta segunda-feira que aplicará sanções contra três fabricantes de armas dos Estados Unidos envolvidos em negociações para vender equipamentos a Taiwan. O anúncio é uma tentativa de Pequim de minar os esforços dos Estados Unidos para aprofundar os laços de segurança com a ilha, que o governo do país asiático reivindica como parte de seu território. O Departamento de Estado dos EUA aprovou na semana passada propostas das empresas para vender mísseis, foguetes de artilharia, sensores de reconhecimento aéreo e outros equipamentos a Taiwan. (Valor)
  17. A alemã Bayer fechou um acordo para a compra da empresa de biotecnologia americana AskBio. A companhia pretende pagar até US$ 4 bilhões na aquisição, sendo US$ 2 bilhões no fechamento da transação e US$ 2 bilhões futuramente, dependendo do cumprimento de metas. A operação representa uma aposta da Bayer em terapia genética avançada, procedimento em que um gene funcional é inserido no corpo para combater os efeitos de uma doença causada por um gene ausente ou defeituoso. (Valor)
  18. A pandemia levou o governo central a aumentar seus gastos para proteger a população mais pobre e os empregos. As despesas extras estão estimadas em R$ 586 bilhões, o que fará com que as contas do governo central encerrem este ano com um déficit estimado em R$ 871 bilhões. Sem a pandemia, o governo terminaria o ano com um rombo de R$ 124 bilhões. Ou seja, já havia um déficit contratado antes da crise. As ações do governo brasileiro no enfrentamento à pandemia chegaram a 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mais do que a média de 7% do PIB das economias avançadas. (Valor)
  19. O processo antitruste do governo americano contra o Google pode colocar em risco uma das parcerias mais lucrativas — e secretas — do mercado. Segundo o New York Times, é estimado que o Google pague a Apple entre US$ 8 bilhões a US$ 12 bilhões por ano para ser o principal buscador nos seus dispositivos. Esse seria o maior gasto anual individual do Google e corresponde 14% a 21% do lucro anual da Apple. Com o fim do acordo, que já dura 15 anos, o Google, no entanto, é quem mais sairia perdendo: a Apple poderia se ver obrigada a adquirir ou desenvolver seu próprio mecanismo de busca, o que poderia tornar mais difícil o acesso ao Google nos seus dispositivos. (Valor)
  20. O Brasil deve planejar com cuidado o futuro leilão para ocupar a nova frequência celular a ser aberta no país, o 5G, dadas suas implicações na concorrência do mercado, recomenda a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A organização também sugere uma agência reguladora unificada para os setores de comunicação e radiodifusão, além de taxação menor no segmento. (Valor)
  21. Em 2019, o BID publicou estudo estimando em até US$ 68 bilhões por ano (RS$ 382,9 bilhões no cambio atual) o custo no Brasil de ineficiências na alocação dos recursos públicos e na forma de execução de programas e projetos, como nas compras governamentais, gestão do funcionalismo público e transferências de recursos. (Valor)
  22. O governo brasileiro não tem honrado seus compromissos com a maioria dos organismos internacionais, fundos e bancos multilaterais. Do total de pagamentos previstos para o ano (R$ 4,216 bilhões), foram desembolsados apenas R$ 15,4 milhões para nove organismos internacionais, faltando um pouco mais de dois meses para terminar o ano. Atualmente, o Brasil faz parte de 13 missões de paz, 106 organizações intergovernamentais, oito bancos multilaterais e dez fundos internacionais. Mesmo sem honrar os compromissos que tem com organismos internacionais, o governo tenta conseguir uma cadeira na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). (Valor)
  23. Ameaçado de perder investimentos internacionais e correndo o risco de não ver aprovado o acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) por causa da gestão da política ambiental, o governo colocou o meio ambiente como uma das cinco diretrizes da Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no período de 2020 a 2031, publicada dia 27-10-2020, n forma do Decreto 10.531. (Valor)
  24. CNI: Os servidores públicos representavam 5,6% população brasileira em 2016, índice baixo se comparado à média de 9,6% dos países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). As despesas do governo brasileiro com a folha de pagamento (ativo e inativos) são consideradas elevadas e correspondem a um percentual do Produto Interno Bruto (PIB) próximo, ou até superior ao de países ricos e reconhecidos pelo tamanho grande do Estado. No Brasil, o gasto com pessoal corresponde a 13,4% do PIB em 2018, sendo que a média da OCDE é de 9,9%. As informações constam de nota econômica “O peso do funcionalismo público no Brasil em comparação com outros países”, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No documento, encaminhado para autoridades do governo, líderes partidários e presidentes da Câmara e do Senado, a entidade defende a aprovação da reforma administrativa (PEC 33/2020). (Valor)
  25. A China quer que todos os veículos novos vendidos no país a partir de 2035 sejam “ecologicamente corretos”, uma medida que faz parte de uma meta maior de redução de emissões de gases poluentes e que pode beneficiar montadoras japonesas como a Toyota, especializada em motores híbridos. (Valor)
  26. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 0,9% entre setembro e outubro, para 68,7 pontos – mas ainda cai 26,4% ante outubro de 2019. A pontuação do índice para um mês de outubro é a pior desde o início da série histórica, em janeiro de 2010, detalhou a CNC. Além disso, a entidade informou que o saldo positivo na comparação com setembro não impediu o índice de permanecer abaixo de 100 pontos, ou seja, aquém do quadrante favorável.
  27. Cientistas brasileiros e americanos aperfeiçoaram uma técnica de produção de bioinsumos que pode reduzir significativamente os custos e o tempo de obtenção de fungos pelas empresas de defensivos biológicos para a agricultura.
  28. Estratégia Federal de Desenvolvimento 1: O crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) pode ficar em 3,5% ao ano com a implementação da agenda de reformas ampla, segundo a Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no período de 2020 a 2031, publicada dia 27-10-2020, no Diário Oficial da União (DOU), na forma do Decreto nº 10.531. Em um cenário moderado, com a aprovação de reformas macroeconômicas, mas poucas reformas microeconômicas, o crescimento médio no período ficaria em 2,2%. O documento traz um terceiro cenário, de “desajuste fiscal explosivo”, para o qual não foram feitas projeções, mas foi dada a indicação do risco de o país não conseguir mais refinanciar sua dívida. Os três cenários consideram um ambiente internacional neutro. (Valor)
  29. Estratégia Federal de Desenvolvimento 2: No cenário de referência, que considera a aprovação de reformas macroeconômicas, o crescimento acumulado no período de 2020 a 2031 ficaria em 27%, com o PIB per capita avançando 1,6% ao ano e chegando a 19,1% no período. A taxa de investimento média ficaria em 17,5% do PIB anuais, sendo 1,8% do PIB em infraestrutura. A produtividade geral cresceria 0,5% médios por ano, com a produtividade do trabalho avançando 0,8%. (Valor)
  30. Estratégia Federal de Desenvolvimento 3: No cenário chamado transformador, com “amplas reformas e avanço na escolaridade”, o crescimento do PIB acumulado no período ficaria em 46,4%. O PIB per capita teria elevação média de 2,9% por ano e 37,2% no acumulado do período. A taxa de investimento ficaria em 19,5% do PIB, sendo 2,9% do PIB em infraestrutura. A produtividade geral avançaria 1% ao ano, sendo que a produtividade do trabalho cresceria 2%. (Valor)
  31. Estratégia Federal de Desenvolvimento 4: O terceiro cenário não contempla a aprovação de reformas que permitam conter a elevação dos gastos públicos obrigatórios. “Isso poderia manter as contas públicas em uma trajetória explosiva, o que aumentando a desconfiança dos investidores em relação à sustentabilidade da dívida pública, elevando os prêmios de risco requeridos e desencadeando, em algum momento ao longo dos próximos anos, uma crise de confiança que poderia impossibilitar o refinanciamento da dívida.” (Valor)
  32. O estoque de crédito bancário para as micro, pequenas e médias empresas (MPME) atingiu a velocidade anual de crescimento de 28% em setembro, puxado pelo conjunto de iniciativas que o governo tomou para prover linhas de financiamento a esse segmento durante a pandemia. O crédito a MPME está sendo puxado por linhas temporárias com garantias oficiais – e requerimentos mais leves de capital até o fim do ano -, ainda há dúvidas sobre o que vai sustentar a expansão do crédito ao segmento quando as iniciativas expirarem. (Valor)
  33. No ano passado, o estoque de crédito às empresas encolheu 0,1%, enquanto que os empréstimos às famílias avançaram 10,7%. A pandemia alterou a configuração do crédito bancário. No período de 12 meses até setembro, o crédito a pessoas jurídicas avançou 18,3%, enquanto que para pessoas físicas cresceu 5,11%. (Valor)
  34. Enquanto a Selic está em 2%… : Os juros médios cobrados pelos bancos de pessoas físicas e jurídicas voltaram a cair entre agosto e setembro, de 18,6% ao ano para 18,1%, assim como os spreads bancários, que encolheram de 14,9 pontos percentuais para 14,3 pontos. A inadimplência recuou de 2,6% para 2,4%. (Valor)
  35. A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,59% em termos nominais na passagem de agosto para setembro, somando R$ 4,526 trilhões. O número ainda está abaixo da meta estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF), que determina uma oscilação entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões em 2020. A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) registrou uma alta de 2,56%, para R$ 4,280 trilhões em setembro. A Dívida Federal Externa somou R$ 245,89 bilhões (US$ 43,59 bilhões), o que representa uma alta de 3,21% na comparação com os números de agosto. O percentual vincendo da dívida em 12 meses ficou em 26,03% da DPF, contra 21,65% em agosto. O prazo médio da DPF fechou setembro em 3,83 anos, ante 3,90 anos em agosto. (Valor)
  36. O custo médio acumulado nos últimos 12 meses do estoque da DPF fechou setembro em 8,72%, um avanço em relação ao índice de 8,54% ao ano registrado em agosto. Já o custo médio da DPMFi fechou o mês em 7,33%, depois de marcar 7,29% ao ano no mês anterior. No caso das emissões, o custo médio em ofertas públicas da DPMFi acumulado em 12 meses foi de 4,64% em setembro, ante 4,85% no mês anterior. (Valor)
  37. Depois da onda das cervejas com duplo ou triplo malte, chegou a vez do lúpulo. Grandes cervejarias começam a investir na produção nacional da matéria-prima e testar a aceitação dos consumidores com edições limitadas de cervejas especiais. Mas a intenção no longo prazo, segundo as companhias, é ter uma produção regular no país, reduzindo a dependência das importações. O lúpulo é uma planta natural de regiões de clima temperado e os óleos essenciais extraídos da sua flor são usados na produção da cerveja. No passado, o lúpulo era usado principalmente para conservação da bebida. Hoje ela é mais usada para dar amargor e aroma à cerveja. Existem no mundo em torno de 400 variedades de lúpulo. No Brasil, são produzidas 40 variedades, originárias dos Estados Unidos e da Alemanha. (Valor)
  38. Com a pressão para alternativas mais sustentáveis, ônibus e bicicletas se tornarão os principais meios de transporte urbano. Essa é avaliação de mais de 340 especialistas de 56 países. Eles defendem que, para se preparar para uma mobilidade urbana descarbonizada até 2050, os gestores devem focar em investimentos no transporte público, meios de transporte ativos, serviços de mobilidade compartilhados, bem como planejamento urbano sustentável, junto com a promoção do ciclismo e da caminhada. (Meio)
  39. E cada vez mais surgem novas versões sustentáveis: A Universidade de Tóquio criou os veículos Poimo (Portable and Inflatable Mobility), algo como mobilidade portátil e inflável. Os protótipos de motos, bicicletas e scooters são movidos por um pequeno motor elétrico e construídos a partir de várias peças infláveis interligadas que podem ser dobradas e colocadas em uma mochila. (Globo) (Meio)
  40. A Bosch, junto com a Ford, apresentou um sistema de estacionamento automatizado, que interliga a direção autônoma do carro à infraestrutura de comunicação da garagem e a um aplicativo de celular. Pelo sistema, o motorista desce do carro em um ponto específico para desembarque e aciona os comandos pelo celular para que o veículo busque uma vaga e estacione automaticamente. Quando quiser retornar, só acionar novamente o app para o carro buscá-lo em um determinado ponto. A ideia é economizar até 20% no espaço das garagens. No entanto, ainda demora para ser implantado de forma concreta. (Estadão) (Meio)
  41. Em meio a recordes de desmatamento na Amazônia e de focos de incêndio no Pantanal, entrou no ar dia 28-10-2020 o site “Sinal de Fumaça”, um portal bilíngue que fez um levantamento com mais de 220 textos que narram, em uma linha do tempo, os principais eventos ligados ao meio ambiente desde outubro de 2018. (Carta Capital)
  42. Inflação: A alta mais disseminada dos preços no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de outubro acendeu um sinal de alerta e mostrou que o repasse das pressões de custos no atacado não está mais limitado somente à parte de alimentação. O nível bastante pressionado das cotações agropecuárias indica que a inflação de alimentos vai continuar incomodando, e mesmo no setor de serviços, que teve o nível de atividade mais afetado pela pandemia e se recupera mais lentamente, a inflação já deu sinais incipientes de reaceleração. (Valor)
  43. O presidente Jair Bolsonaro decidiu sancionar integralmente a lei sobre a prorrogação de incentivos fiscais destinados ao desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, envolvendo montadoras de veículos ou fabricante de autopeças. (Valor)
  44. O Tribunal de Contas da União (TCU) vai emitir um alerta ao Ministério da Economia sobre a ausência de meta fiscal para o ano que vem. De acordo com o órgão de controle, a metodologia prevista na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 está em desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). (Valor)
  45. O ex-porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros fez uma série de críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, em artigo publicado no jornal “Correio Braziliense”. Sem citar o nome do ocupante do Palácio do Planalto, Rêgo Barros afirmou que o poder “inebria, corrompe e destrói”. O antigo auxiliar critica também auxiliares presidenciais que se comportam como “seguidores subservientes”. (Valor)
  46. Aproximadamente seis milhões de adolescentes brasileiros que estão, hoje, na escola, mas em situação de defasagem nos estudos, correm o risco de abandonar o sistema educacional. Os dados, agravados no contexto da pandemia da covid-19, foram apresentados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pouco antes do lançamento de programa para acelerar a inclusão de populações vulneráveis no mercado de trabalho. (Valor)
  47. A plataforma digital “Um milhão de oportunidades” da Unicef tem quatro eixos que contemplam a garantia de acesso à educação, com busca ativa de crianças fora da escola; a inclusão digital, com facilitação da conexão entre jovens e empresas que ofereçam oportunidades; o desenvolvimento do empreendedorismo jovem; e a oferta efetiva de vagas, com chances de crescimento. (Valor)
  48. A evasão escolar gera custo social de R$ 214 bilhões anuais no Brasil, com cada jovem em fase produtiva deixando de ganhar R$ 159 mil por ano por não ter acesso a empregos de qualidade. As remunerações daqueles que não se formam são entre 20% e 25% menores que as dos demais. (Valor)
  49. O Brasil sofreu a terceira maior queda na entrada de investimento externo direto (IED) no primeiro semestre entre os grandes países que recebem esses fluxos, em meio ao impacto da pandemia de covid-19, segundo levantamento da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O Brasil sofreu bem mais do que a média dos países em desenvolvimento, que se mostraram mais resilientes e registraram contração de IED de 16% entre janeiro e junho. A baixa de IED para o Brasil foi de 48%. Passou de US$ 34,857 bilhões no primeiro semestre de 2019 para US$ 18,098 bilhões no mesmo período deste ano. Só ficou atrás das retrações ocorridas na Itália (74%) e nos EUA (61%), entre as grandes economias. (Valor)
  50. Com a previsível queda nos lucros, multinacionais reduziram em 79% o reinvestimento de ganhos na economia brasileira no primeiro semestre, somando US$ 2,63 bilhões em comparação a US$ 12,54 bilhões no mesmo período do ano passado. Normalmente, cerca de 50% dos lucros de filiais estrangeiras são reinvestidos no país que acolhe o IED. Também os investimentos em capital declinaram 42,8%, passando de US$ 21,44 bilhões para US$ 12,26 bilhões. Assim, multinacionais têm dinheiro em caixa, mas fecharam certas linhas de produção e operam com menor capacidade. (Valor)
  51. As economias desenvolvidas tiveram a maior baixa na captação de IED, com menos 75%. A tendência foi exacerbada por fluxos negativos para economias europeias. Os fluxos para a América do Norte diminuíram 56%. (Valor)
  52. A Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o índice de evolução do número de empregados cresceu para 50,1 pontos em setembro. Para a entidade, isso representa a retomada da indústria de construção civil no mês. É a quarta alta consecutiva do índice, que se afastou ainda mais da sua média histórica de 43,9 pontos. O índice é o maior desde abril de 2012, confirmando o bom momento do emprego do setor. Foram entrevistadas 170 empresas de pequeno porte, 197 de médio porte e 94 grandes, entre 1º a 14 de outubro de 2020. Os índices variam de 0 a 100, sendo que valores acima dos 50 pontos refletem crescimento do nível de atividade e do emprego. E quanto mais distantes da linha divisória de 50 pontos mais forte e mais disseminado é esse crescimento. (Valor)
  53. Bolsonaro inseriu via decreto as UBS (Unidades Básicas de Saúde) no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) para estudar alternativas de parcerias com a iniciativa privada. É um primeiro passo rumo à privatização da gestão da atenção básica. Depois, revogou o próprio decreto diante da reação da sociedade diante do temor de privatização do SUS. Aliás, o governo não precisa de decerto para fazer os estudos pretendidos; e nem os estados e municípios teriam recursos para pagar por possíveis PPPs. Pergunta: De onde viriam os recursos?
  54. PPPs são arranjos entre governo e iniciativa privada para construir e operar serviços como postos de saúde, mobilidade urbana, saneamento e presídios, por exemplo. Normalmente envolvem o pagamento de contraprestação por parte do governo, pois são negócios que não se sustentam inteiramente com o pagamento de tarifas, como num modelo de concessão.
  55. A segunda onda da covid-19 que vai se configurando cada vez mais na Europa e os novos lockdowns, somados à falta de um novo pacote de estímulos à economia americana, vão atrapalhar a recuperação econômica global. (Valor)
  56. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), circulou nesta semana em Brasília com a missão de buscar ajuda e saídas para a desafiadora situação fiscal do Estado. As soluções não dependem apenas de Zema e seu secretariado. Minas está no vermelho desde 2015 e, segundo o governador, a prioridade de sua gestão é colocar em dia as contas públicas, , sem aumentar a carga tributária. Por isso, tem procurado articular-se com o governo federal e o Legislativo. Em seu périplo, deixou a mensagem de que retomará, logo depois das eleições municipais, as negociações com a Assembleia Legislativa para a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Enquanto isso não se viabiliza, alternativas para tentar aproveitar o potencial da empresa e gerar receita para o Estado continuam a ser construídas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Palácio do Planalto. Em outras frentes, ele tentou impulsionar a aprovação de uma proposta no Congresso que socorra os Estados. Eleito com a bandeira de privatizações, seu governo tem recebido a ajuda do BNDES para estruturar concessões de rodovias e parques. Ele insiste na necessidade de passar a Cemig à iniciativa privada.
  57. Impulsionada por indústria e comércio, a intenção de investimentos da iniciativa privada ensaia retomada nos próximos meses, embora ainda esteja longe de alcançar patamar pré-pandemia, segundo leitura da Sondagem de Investimentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No levantamento trimestral, indústria, serviços, comércio e construção sinalizam maior intenção de investimentos nos próximos 12 meses até o terceiro trimestre, ante o observado de abril a junho – quando houve retração recorde. Em torno de um terço dos empresários dos quatro setores ainda demonstra incerteza em fazer investimentos em 12 meses. (Valor)
  58. Os índices da Sondagem de Investimentos medem o interesse do empresariado em investir em 12 meses. Quanto mais altos, maior a intenção. Acima dos 100 pontos, o indicador é favorável. Na indústria, o indicador mostrou a mais intensa alta entre os segmentos, com aumento de 47,8 pontos, ante segundo trimestre, para 104,1 pontos. No comércio, subiu 31,7 pontos, para 109,9 pontos; na construção, houve avanço de 29,7 pontos, para 94,3 pontos; e em serviços, alta de 33 pontos, para 91,4 pontos. (Valor)
  59. A pandemia da covid-19 deve diminuir de R$ 13 bilhões a R$ 40 bilhões os recursos de Estados e municípios para financiar a educação básica em 2020, mostra relatório do Instituto Unibanco e do Todos Pela Educação. O rombo considera três cenários de baixa, de 5% a 15%, da arrecadação de tributos ligados à educação e das transferências federais. O relatório diz que é urgente aprovar a lei regulamentação do novo Fundeb, para que os recursos extras da União consigam chegar às redes de ensino já em 2021. Sancionado como emenda constitucional em agosto de 2020, o Fundeb precisa de uma série de regulamentações infraconstitucionais para chegar às regiões mais pobres. (Valor)
  60. Paulo Guedes: É preciso ter uma cláusula de calamidade pública na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo para criar um sistema de exceção para preservar vidas e empregos, caso haja novas ondas de pandemia. (Valor)
  61. Depois de defender a desoneração da folha a partir da criação do novo tributo sobre transações, o ministro da Economia pediu aos senadores que considerem o tributo “morto”. Apontou, por outro lado, que não pode apoiar a derrubada do veto à desoneração da folha de 17 setores, pois não há fonte de financiamento. (Valor)
  62. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre teve crescimento recorde de 33,1% a uma taxa anualizada, superando o recorde anterior de 16,7% no primeiro trimestre de 1950. Porém, economistas da Oxford e da Capital Economics pontuam que o desempenho ainda não apaga toda a devastação deixada pelo colapso causado durante o início da primeira onda da pandemia de covid-19 em março e abril e o cenário é pouco promissor para este fim de ano. (Valor)
  63. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu por liminar a decisão do Conama permitindo exploração comercial em áreas de restingas e manguezais. A decisão vale até que o mérito da ação seja julgado. Em setembro, o Conama, profundamente esvaziado pelo ministro, havia suspendido três resoluções que protegiam essas áreas, abrindo caminho, por exemplo, para a construção de resorts. (Meio)
  64. O aumento expressivo das despesas para conter os efeitos da covid-19 tem puxado sucessivos recordes de déficit primário no governo central. Um valor expressivo de recurso, no entanto, continua “empoçado” nos ministérios. Em setembro, o déficit primário do governo central – que reúne Tesouro, Previdência Social e Banco Central – foi de R$ 76,2 bilhões, patamar mais alto para o período da série histórica, iniciada em 1997. Por outro lado, R$ 33,7 bilhões do limite autorizado para gasto não havia sido utilizado. (Valor)
  65. O país tinha 33,32 milhões de trabalhadores subutilizados no período de junho a agosto deste ano, 20% acima do mesmo período de 2019, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE. Trata-se de um recorde. (Valor)
  66. O contingente de trabalhadores subutilizados, também chamada de “mão de obra desperdiçada” compreende desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e os trabalhadores que não buscam emprego, mas gostariam de trabalhar. O contingente corresponde a 30,6% da força de trabalho ampliada do país (que soma a força de trabalho com a força de trabalho potencial), a chamada taxa de subutilização. O indicador era de 24,3% no mesmo período do ano passado. (Valor)
  67. A dívida bruta dos governos no Brasil avançou de R$ 6,389 trilhões em agosto para R$ 6,533 trilhões em setembro, segundo dados do Banco Central (BC). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida variou de 88,8% para 90,6%. A dívida líquida do setor público não financeiro variou de R$ 4,367 trilhões, ou 60,7% do PIB, em agosto para R$ 4,432 trilhões, ou 61,4% do PIB, em setembro.
  68. O Bradesco mergulhou num processo de redução de custos em meio ao aumento dos riscos e ao projeto de digitalização acelerado pela pandemia. As medidas vão de reformulação da rede de agências até a terceirização de algumas funções. Com as mudanças, o banco espera apresentar uma redução nominal “significativa” das despesas operacionais em 2021, refletindo iniciativas adotadas neste ano. (Valor)
  69. O Bradesco informou que reduzirá sua rede de agências em 1,1 mil unidades neste ano, num movimento já em curso. Desse total, 400 baixarão as portas efetivamente e 700 serão convertidas em unidades de negócio. Nelas, não há caixa nem são realizadas transações, e por isso o custo de operação é cerca de 30% inferior ao de uma agência. (Valor)
  70. Udemy (“Global Skills Gap Report”): Entre profissionais da Índia, México, Espanha e França, o Brasil é o país em que mais profissionais consideram que existe uma lacuna de habilidades no mercado de trabalho (cerca de 94% dos trabalhadores em tempo integral versus 83% na média global). Além disso, 75% dos trabalhadores brasileiros acreditam que essa lacuna de habilidades os afeta diretamente – em 2017, esse percentual era de 66% – e 91% que tiveram que aprender novas habilidades para fazer seu trabalho com eficácia. Nesse cenário, construir uma cultura de aprendizado, que ofereça oportunidades concretas de desenvolvimento e apoie aqueles que buscam requalificação, é essencial para a competitividade e retenção de talentos nas organizações. (Valor)

    Fontes:

    Jornal Valor, G1, IBGE, Canal Meio Newsletter, UOL, Folha, Carta Capital.rnal Valor, G1, IBGE, Canal Meio Newsletter, UOL, Folha, Carta Capital.

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