Notas Econômicas – 24 a 28 de outubro de 2022

Confira nas Notas Econômicas os destaques das notícias publicadas durante a semana. A seleção de informações é produzida pelo economista Paulo Roberto Bretas

Ao promover um ataque a policiais federais no domingo, dia 23, o presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, deu um tiro no próprio pé e na campanha do presidente Bolsonaro. A ação do velho político, armado até os dentes, é reveladora de que nada terá encerramento no domingo, com o final do processo de eleições. Há eleitores celebrando a possibilidade de encerrar as discussões sobre política e a divisão nas famílias a partir da próxima semana. “As próximas pautas”, dizem eles, “serão a Copa do Mundo e a inclusão, ou não, de uva passa no arroz do Natal”. Sentimos alertar que esta é apenas mais uma manifestação da tendência humana de morrer abraçada a ilusões. A política entrou definitivamente na vida do brasileiro. Não há normalidade pela frente. Mesmo com a expectativa de resgate de alguma racionalidade com a possível vitória de Lula, a extrema direita simbolizada por Jefferson não vai entregar os pontos. (Radar do Futuro)

Economia e Finanças

1. Banco Central Mantém Taxa Selic Inalterada: O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, em linha com a projeção do mercado. Em comunicado, disse que a inflação ao consumidor segue alta, apesar da queda concentrada em itens voláteis e “afetados por medidas tributárias” – referência ao corte de impostos promovido pelo governo e que os indicadores divulgados desde o encontro de setembro sinalizaram “ritmo mais moderado de crescimento.” (Valor)
2. Reforma Tributária: Um estudo de autoria dos professores Edson Paulo Domingues e Débora Freire Cardoso, da Universidade Federal de Minas Gerais, que simula os impactos macroeconômicos e distributivos da PEC 45/2019, mostra que uma reforma tributária sobre consumo pode não só trazer ganhos de produção para todos os grandes setores, como indústria, agropecuária e serviços, como também trazer simultaneamente maior crescimento econômico e maior progressividade, com redução da desigualdade. (Valor)
3. Relação Dívida PIB do País: O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que o Brasil encerre 2022 com uma relação dívida/PIB de 88,2%, o que coloca o país na 34ª posição de uma lista de 185 nações, das mais endividadas para as menos. Para a média dos emergentes, o FMI projeta 65,1%, e para os emergentes da América Latina, 68%. Das nações da região consideradas pelo FMI, apenas Suriname (134%), Jamaica (88,9%) e pequenas ilhas no Caribe, como Barbados (121,8%) e Aruba (95%), têm uma projeção de endividamento superior à do Brasil. (Valor)
4. Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank: “Normalmente, quando a aversão a risco aumenta, o primeiro impacto no Brasil é sobre o câmbio. O investidor procura um porto seguro. Mas, quando o dólar sobe, não para por aí: bate na inflação, o que, por sua vez, requer resposta do Banco Central; o juro sobe e bate na atividade doméstica e no fiscal, via pagamento de juros da dívida. Essa deterioração do fiscal volta para o câmbio, gerando um ciclo de piora.”  (Valor)
5. Investimentos Diretos no País 1: Os investimentos diretos no país somaram US$ 9,1 bilhões em setembro de 2022. Segundo a nota de Estatísticas do Setor Externo do Banco Central do Brasil (BCB), do valor total investido no mês, US$ 3,4 bilhões foram em participação no capital, enquanto US$ 5,7 bilhões foram referentes a transações intercompanhia. (g1) 
6. Investimentos Diretos no País 2: De janeiro a setembro deste ano, o indicador alcançou a marca de US$ 70,6 bilhões, enquanto no mesmo período de 2021, o valor foi de US$ 43,2 bilhões. (g1)
7. Gastos de Turistas: Os gastos de turistas brasileiros no exterior ficaram em US$ 664 milhões no saldo parcial até 19-10-2022. Os estrangeiros desembolsaram US$ 241 milhões no Brasil, totalizando déficit de US$ 422 milhões. (Valor)
8. Déficit em Transações Correntes 1: O Brasil registrou déficit em suas transações correntes de US$ 5,678 bilhões em setembro, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o saldo da conta-corrente foi negativo em US$ 1,921 bilhão. (Valor)
9. Déficit em Transações Correntes 2: No acumulado de 12 meses, a diferença entre o que o país gastou e o que recebeu nas transações internacionais relativas a comércio, rendas e transferências unilaterais representou saldo negativo de US$ 46,153 bilhões, o equivalente a 2,56% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária. Em agosto, o déficit correspondeu a 2,38% do PIB. (Valor)
10. Focus Selic: Para a taxa básica de juros (Selic), a mediana das estimativas permaneceu em 13,75% para o fim deste ano, 11,25% no próximo e 8,00% em 2024. (Valor)
11. Focus PIB: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 voltou a subir, de 2,71% para 2,76%. Para 2023, a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 0,59% para 0,63%. Para 2024, subiu de 1,70% para 1,80%. (Valor)
12. Focus Dólar: A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi mantida em R$ 5,20. Para 2023, a mediana das estimativas para a moeda americana também ficou parada em R$ 5,20 entre uma semana e outra. Para 2024, subiu de R$ 5,10 para R$ 5,11. (Valor)
13. Taxa de Juros Média Anual 1: A taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito caiu 0,2 ponto percentual, de 28,8% em agosto para 28,6% em setembro. Em 12 meses, houve elevação de 7 pontos percentuais. (Valor)
14. Taxa de Juros Média Anual 2: A taxa de juros média cobrada das pessoas jurídicas continua muito alta. Ela saiu de 18,9% para 19%. Para as pessoas físicas, a taxa ficou em 34,1%, vinda de 34,5%, também muito alta. (Valor)
15. Os Juros Absurdos do Brasil 1: Acreditem, a taxa de juros do cartão de crédito rotativo variou de 399,6% ao ano em agosto para 388,7% em setembro. A taxa do parcelado do cartão saiu de 186,8% para 184,9%. (Valor)
16. Os Juros Absurdos do Brasil 2: No cheque especial, a taxa de juros cobrada foi de 134,6%, após 128,4% em agosto. (Valor)
17. Distorções Contábeis no BC: O Tribunal de Contas da União (TCU) vem analisando nos últimos meses uma possível distorção superior a R$ 1 trilhão nas demonstrações financeiras do Banco Central (BC) referentes a 2019. Em documento a que o Valor Fiscal teve acesso e enviado à autoridade monetária em abril, o TCU cita informações da Controladoria-Geral da União (CGU) para afirmar que “foram identificadas R$ 1,08 trilhão de distorções nas demonstrações contábeis” de 2019. (Valor)
18. Financiamento Habitacional em Queda 1: Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 16,1 bilhões em setembro de 2022, com queda de 4,3% em relação ao mês anterior. (Valor)
19. Financiamento Habitacional em Queda 2: Nos 12 meses encerrados em setembro, o montante financiado somou R$ 187,2 bilhões, queda de 6,3% em relação ao período precedente. (Valor)
20. Com Cara de Medida Eleitoreira: O governo federal publicou, dia 26-10-2022, uma medida provisória que estende o prazo de pagamento de recursos obtidos por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) de quatro para seis anos. A medida, de acordo com o governo, vai beneficiar aproximadamente 500 mil empresas. As taxas de juros não foram alteradas. (Valor)

Inflação

1. IPC-S: O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a acelerar, para 0,62% na terceira quadrissemana de outubro, vindo de 0,42% na segunda medição do mês. Com isso, acumulou alta de 4,97% nos últimos 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). (Valor)
2. Focus IPCA: A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2022 caiu de 5,62% para 5,60%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC).Para 2023, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também recuou, de 4,97% para 4,94%. Para 2024, subiu de 3,43% para 3,50%. (Valor)
3. Inflação do IPCA-15: Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,16% em outubro, após queda de 0,37% em setembro. A taxa é a menor para um mês de outubro desde 2019, quando tinha avançado 0,09%. Ainda assim, a alta veio após dois meses de deflação. (Valor)
4. Deflação do IGP-M: Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,97% em outubro, após queda de 0,95% em setembro. O índice acumula alta de 5,58% no ano e de 6,52% em 12 meses. Em outubro de 2021, o índice havia subido 0,64% e acumulava alta de 21,73% em 12 meses. (Valor)

Governo e Ambiente Político

1. Pesquisa Genial/Quaest e PoderData: Tanto a pesquisa Genial/Quaest quanto a PoderData apontam o petista com 53% dos votos válidos, contra 47% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na Genial/Quaest, a diferença de seis pontos se manteve em relação ao levantamento anterior. Na PoderData, Lula avançou um ponto e Bolsonaro recuou um, ambos dentro da margem de erro. (Poder360) (Meio)
2. Pesquisa Ipec: O Ipec trouxe os mesmos números do levantamento anterior: Lula liderando com 50%, Bolsonaro com 43%, 5% de brancos e nulos e 2% de indecisos. Em votos válidos, o petista tem 54%, contra 46% do presidente. (Meio)
3. Pesquisa Ipesp: O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, está com 50% das intenções totais de voto em pesquisa divulgada pelo Ipespe de 25-10-2022, enquanto Bolsonaro (PL) tem 44%. Os candidatos oscilaram um ponto para cima em relação ao levantamento anterior. Levando em conta apenas os votos válidos, com exclusão dos brancos, nulos ou não sabe ou não respondeu, Lula tem 53% e Bolsonaro, 47%. (Valor)
4. Pesquisa Atlas Inteligência: Atlas Inteligência mostrou uma leve variação favorável a Lula dentro da margem de erro. Ele passou de 51,1% para 52%,enquanto Bolsonaro recuou de 46,5% para 46,2%. Em votos válidos, eles têm 53% e 47%, respectivamente. (Meio) 
5. Terroristas Bolsonaristas 1: O presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, voltou ontem à prisão em regime fechado após resistir por oito horas a uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e atacar uma equipe da Polícia Federal com tiros de fuzil e pelo menos duas granadas. A agressão aconteceu na porta da casa dele, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio. (g1) (Meio)
6. Terroristas Bolsonaristas 2: Dois agentes foram feridos por estilhaços e levados para um hospital da região e passam bem. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito. A ordem de retorno ao regime fechado partiu do ministro Alexandre de Moraes após o político desrespeitar seguidamente regras do regime domiciliar. Entre outras restrições, ele não podia ter armas, participar de atividades políticas ou usar redes sociais. (g1) (Meio) 
7. Terroristas Bolsonaristas 3: No último sábado, Jefferson publicou um vídeo com ofensas pesadas à ministra do STF e do TSE Cármen Lúcia. A violência não ficou restrita ao preso. Apoiadores dele e de Bolsonaro foram para a porta da casa de Jefferson, onde agrediram o cinegrafista Rogério de Paula, da InterTV, afiliada da TV Globo. Ele foi esmurrado e bateu com a cabeça ao cair no chão. A PM abordou os agressores, mas os liberou. (g1) (Meio)
8. Violência do Bolsonarismo: Dentro da campanha de Jair Bolsonaro a ordem é se distanciar ao máximo do incidente, conta Guilherme Amado. Há o temor de que a violência de Jefferson seja percebida como um sinal de agressividade inerente ao bolsonarismo. (Metrópoles) (Meio)
9. Violência Também no Rio Grande do Norte: A violência política também afetou o Rio Grande do Norte. Motociclistas atiram contra uma carreata em apoio a Lula feita pela governadora Fátima Bezerra (PT) em Macaíba, na região metropolitana de Natal. Ninguém se feriu. (CNN Brasil) (Meio)
10. Polícia Federal se Sente Desmoralizada: A prisão de Bob Jefferson  e, principalmente, suas circunstâncias, provocou revolta na Polícia Federal. Em grupos de mensagens, delegados reclamavam da demora em prendê-lo e do privilégio de negociar a rendição com o ministro da Justiça após tentar matar agentes. “É a desmoralização da PF”, escreveu um deles. (Globo) (Meio)
11. Bolsonaro Afirma Não Ter Fotos Com Roberto Jefferson: Será uma nova mentira, ou será problemas mentais? O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), já se reuniu algumas vezes com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Os encontros foram registrados. O chefe do Executivo disse não ter fotos com o ex-deputado de extrema direita, depois dele atacar os agentes da PF (Polícia Federal) que foram até sua casa, para cumprir mandado de prisão contra ele. (Poder 360)
12. Alvaro Gribel: “De uma só vez, Jefferson demonstrou toda a truculência da extrema-direita brasileira, representada por Bolsonaro, legitimou – ou pelo menos reforçou – as decisões tomadas por Moraes, que vinham sendo fortemente criticadas nos últimos meses e dias, e colocou o atual presidente no meio de uma pauta extremamente negativa no noticiário.” (Globo) 
13. Gerson Camarotti: “Integrantes da campanha de Bolsonaro reconheceram que o episódio envolvendo a prisão de Roberto Jefferson causou ‘ forte prejuízo’. Para líderes de partidos do Centrão, o episódio tem poder para afastar os eleitores indecisos e de Centro, que Bolsonaro precisa conquistar nos últimos dias de segundo turno, numa eleição considerada extremamente acirrada.” (g1) (Meio) 
14. Fake News Seguem a Todo Vapor: O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou uma montagem em que o youtuber Casimiro segura balões com o número 22. Na foto verdadeira, o número era 29, idade do influenciador. Casimiro, que tem mais três milhões de seguidores, reclamou e reafirmou em vídeo seu voto em Lula. (g1) (Meio)
15. Onde Estão as Provas? O presidente do Tribunal Superior Eleitoral , Alexandre de Morais, deu 24 horas para a campanha de Bolsonaro (PL) apresentar provas de que rádios deixaram de veicular suas inserções. O ministro disse que a acusação é “grave” e que abrirá uma investigação contra o presidente se a suposta “fraude” não for demonstrada ou se a motivação da ação for a de “tumultuar o pleito eleitoral”. (Poder 360)
16. Bela Megale: “A denúncia sobre rádios que teriam deixado de veicular ao menos 154 mil inserções de Bolsonaro é considerada por boa parte dos aliados do presidente como um ‘novo tiro no pé’. Para eles, da maneira como foi conduzido o tema, a denúncia não traz benefícios para o candidato e alimenta o discurso petista de que seria um ‘pretexto para virar a pauta Roberto Jefferson’.” (Globo) (Meio)
17. A Lógica É Tumultuar as Eleições: Em entrevista ao radialista ultraconservador americano Ben Shapiro, Bolsonaro alegou que as Forças Armadas dizem ser “impossível dar um selo de credibilidade” às urnas eletrônicas. Os militares participaram dos testes de integridade das urnas, incluindo da identificação biométrica. Embora cobrado pelo TSE e pelo TCU, o Ministério da Defesa disse que só entregará um relatório 30 dias após o segundo turno. A informação de bastidores é que Bolsonaro vetou a divulgação do documento agora porque não foram encontradas irregularidades, o que enfraqueceria seu ataque à credibilidade do sistema eleitoral. (UOL) (Meio)
18. Alexandre de Morais Pede Investigação: O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, rejeitou por falta de provas o pedido da campanha de Bolsonaro (PL) para investigar um suposto boicote de rádios no Nordeste a inserções de rádio do presidente. Segundo o ministro, os dados apresentados para sustentar as acusações são inconsistentes. Por conta disso, Moraes acionou o procurador-geral eleitoral (e da República), Augusto Aras, para apurar “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito” e mandou incluir o caso no inquérito das milícias digitais. (g1) (Meio)
19. Reação de Bolsonaro É Prenúncio de Armação: Após despacho de Moraes, Bolsonaro interrompeu os compromissos de campanha, voltou para Brasília e convocou os ministros e os comandantes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada. Ele anunciou que vai recorrer da decisão de Moraes. “Da nossa parte, iremos às últimas consequências dentro das 4 linhas da Constituição, fazer valer o que as nossas auditorias constataram”, disse. (Poder360) (Meio)
20. Rádios Contradizem Relatório: As rádios citadas na ação de Bolsonaro contestaram os dados apresentados à Justiça Eleitoral, dizendo que o relatório contém inconsistências e afirmando ter gravações dos períodos apontados. Uma das rádios afirmou ainda que a própria campanha do presidente deixou de enviar os spots de áudio. (Folha) (Meio)
21. O Coronelismo Está de Volta: Denúncias de assédio eleitoral por parte de patrões cresceram mais de 2500% no segundo turno e motivaram investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT). As pressões extrapolam o mundo do trabalho e são mais graves que a simples manifestação de apoio, se tornando, inclusive, um motivo de sofrimento emocional para muitos eleitores. Minas Gerais lidera o ranking do assédio, com 449 denúncias. “Estamos retrocedendo e vendo o coronelismo”, diz a promotora Ana Laura Lunardelli, para quem “o absurdo está sendo normalizado”. (Estadão) (Meio)
22. Possíveis Estratégias de Bolsonaro na Derrota:  Na eventualidade (apontada por pesquisas) de derrota no segundo turno, Jair Bolsonaro (PL) deve adotar o que seus colaboradores mais próximos chamam de “saída Aécio”, conta Carla Araújo. A expressão se refere ao pedido de auditoria feito pelo candidato tucano em 2014 após ser derrotado pela petista Dilma Rousseff no segundo turno. O comando da campanha de Bolsonaro chega à votação de domingo profundamente dividido. De um lado, políticos como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), defendem o respeito ao resultado das urnas. De outro, a “ala ideológica” estimula o conflito. (UOL) (Meio)
23. Que Juízes São Esses? O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) suspendeu perfis em redes sociais de juízes e até desembargadores por conta de manifestações políticas. Foram identificados compartilhamento de notícias falsas, ataques à Justiça Eleitoral e pedidos de votos. A Constituição, o Código de Ética da Magistratura e normas do CNJ proíbem a manifestação político-partidária de juízes. (g1) (Meio)
    

Ambiente Social, Emprego e Renda

1. Fraudes, Ilegalidades e Descontroles na Vendas de Armas: A Polícia Federal prendeu uma quadrilha que fraudava registros de colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs) para comprar armas e vendê-las ilegalmente. Ações semelhantes têm sido executadas pela PF e outras polícias em ao menos sete estados nos últimos meses, prendendo pessoas que utilizam registros de CACs para repassar armamento pesado ao crime organizado. Em julho, por exemplo, um homem foi preso por utilizar a concessão para repassar armas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O número de armas em mãos de CACs no Brasil disparou 287% desde o início do governo Bolsonaro. (Estadão) (Meio)
2. Açaí na Lista do Trabalho Infantil: A “2022 list of goods produced by child labor or forced labor” é publicada regularmente pelo Bureau of International Labor Affairs (Ilab) do Departamento do Trabalho do governo americano. Na edição, de setembro, a décima, o açaí entrou na lista do trabalho infantil do Departamento do Trabalho dos EUA. O ranking incluiu 158 produtos de 77 países e dez itens manufaturados com bens originados de trabalho forçado ou infantil. É a primeira vez que o açaí entra na lista.(Valor)
3. Faltam Investimentos para as Minorias: A falta de investimentos não atinge apenas a ciência, mas também as políticas públicas para minorias. Em 2022, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos não destinou nenhum valor para políticas voltadas à população LGBTQIA+, segundo Guilherme Amado. A pasta chegou a reservar uma despesa de R$ 500 mil para uma ONG que dá assistência social para membros dessa comunidade, mas o recurso não foi liberado. Outros valores que seriam destinados pelo próprio ministério para gerar emprego a mulheres negras e quilombolas também não foram utilizados. (Metrópoles) (Meio)
4. Confiança do Consumidor Recua: Dúvidas em relação à trajetória da economia em 2023, além da imprevisibilidade das eleições presidenciais, pesaram no pior recuo da confiança do consumidor em seis meses, disse a economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), ao comentar a queda de 0,4 ponto no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de setembro para outubro, para 88,6 pontos. (Valor)
5. Emprego Formal Cresce em Ritmo Mais Lento: O mercado de trabalho formal seguiu trajetória de recuperação no mês de setembro, mas já com sinais de desaceleração na criação líquida de vagas na margem, em consonância com outros indicadores do terceiro trimestre e mais visível nos cálculos com ajuste sazonal. A tendência até o início de 2023 é de enfraquecimento gradual, ainda que saldos negativos não estejam no radar. (Valor)
6. Trabalhadores Sem Carteira Assinada: O número de trabalhadores sem carteira assinada atingiu novo recorde no país no terceiro trimestre de 2022, de 13.212 milhões de pessoas. É o maior contingente de pessoas nesta situação de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. (Valor)
7. Renda Média dos Trabalhadores: Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, a renda média dos trabalhadores avançou 2,5% no terceiro trimestre de 2022, frente a igual período de 2021, para R$ 2.737. Na comparação com o segundo trimestre, houve alta de 3,7% (R$ 97). (Valor)
8. Massa de Rendimentos Real Habitual: A massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 266,731 bilhões, no terceiro trimestre. Trata-se de alta de 4,8% frente ao segundo trimestre ou R$ 12,194 bilhões, a mais. Frente a igual período de 2021, há aumento de 9,9% (mais R$ 24,045 bilhões). (Valor)

Ambiente Empresarial e Tecnológico

1. Empresas Duram Menos de Dez Anos: Segundo estudo “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo” divulgado dia 26-10-2022 pelo IBGE, só um quinto das empresas fundadas no início da década permaneceu de portas abertas em 2020, quando a pandemia começou. (Valor)
2. Empresas Duram Menos de Dez Anos 2: Dentre as possíveis causas para a baixa longevidade no longo prazo podem ser citadas: condições macroeconômicas em que o país se encontra, e aspectos microeconômicos, como ambiente concorrencial no setor regulatório, capacidade de acesso a crédito, capital humano, tanto do empresário como de seus empregados, dentre outros fatores. O porte da empresa, por número de funcionários, também parece influenciar a chance de a companhia continuar a existir em horizonte de longo prazo. (Valor)
3. Exibição de Publicidade na Uber: Atenção! A Uber vai passar a exibir anúncios com base na localização do passageiro durante as viagens. A iniciativa Journey Ads contará com publicidades de mais de 40 marcas que já fecharam parceria com o aplicativo de transporte. Os anúncios direcionados levarão em conta o histórico de viagens do passageiroe seu destino ao iniciar uma corrida. Os motoristas do aplicativo não serão afetados com a iniciativa. (Olhar Digital) (Meio)
4. A Competência da Embraer: A Embraer, líder global no mercado de aeronaves com até 150 assentos, vem ganhando força para avançar pelas beiradas no terreno de suas concorrentes na aviação comercial, com a crescente procura pela família de E-Jets E2. Com o E195-E2, a fabricante brasileira tem explorado um segmento disputado pelo A220 da Airbus ou pelos modelos menores da família de E-Jets E2. Com o E195-E2, a fabricante brasileira tem explorado um segmento disputado pelo A220 da Airbus ou pelos modelos menores da família 737 da Boeing, e conquistado novos clientes. (Valor)
5. Cresce o Número de Franquias 1: A expansão das franquias em número de unidades avança para fora do eixo Rio-São Paulo, em outras capitais, algumas ligadas ao agronegócio, nas regiões metropolitanas e no interior do País. É o que revela o ranking das 30 Maiores Cidades em crescimento de número de unidades de franquias divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). (Mercado e Consumo)
6. Cresce o Número de Franquias 2: Das 30 cidades, 12 não são capitais. A maior variação no número de pontos de venda (PDVs) de franquias ocorreu em Manaus, Amazonas. Entre o primeiro semestre de 2021 e o deste ano, o número de franquias saltou de 1.206 para 1.629, uma expansão de 35,1%. Muito ligada ao turismo, a cidade Manaus vivenciou esse período de forte recuperação do segmento de hotelaria e turismo, que estão entre os que mais cresceram nos dois últimos semestres. (Mercado e Consumo)
7. Cresce o Número de Franquias 3: Belo Horizonte, no Sudeste, que está ligada tanto à maior demanda por turismo quanto pelas commodities, ficou em terceiro lugar, com 30,9% – de 3.435 para 4.497 operações. (Mercado e Consumo)
8. Atualmente Investir em Ciência Não É Prioridade: Segundo o Centro de Estudos SoU_Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), R$ 34,9 bilhões que deveriam ter sido investidos em ciência entre 2010 e 2021 não foram repassados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal instrumento de financiamento da área no país. (Folha) (Meio)
9. Atualmente Investir em Ciência Não É Prioridade 2: Quase metade desse valor — R$ 17,7 bilhões — deixou de ser transferido nos três primeiros anos do governo Bolsonaro. Os dados mostram que, apesar de os repasses terem diminuído, a arrecadação aumentou no período. Foram levantados R$ 2,9 bilhões pelo FNDCT em 2010 ante os R$ 10,3 bilhões no ano passado. (Folha) (Meio)
10. Algorítimo para Leitura de Pensamentos: Uma equipe da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, relata ter desenvolvido um algoritmo desse tipo. A descoberta pode “ler” as palavras que uma pessoa está ouvindo ou pensando durante uma ressonância magnética por meio de gravações cerebrais. Esse algoritmo pode ajudar a encontrar melhores interfaces entre o cérebro e computadores, com tecnologias não invasivas capazes de atender às necessidades de pacientes. (Época Negócios) (Meio)
11. Refinanciamento das Empresas Latinas: Segundo analistas da Moody’s, as companhias da América Latina terão uma necessidade maior de refinanciar suas dívidas em 2023, mas não devem encontrar um ambiente propício para isso. Até 2024, cerca de US$ 14,3 bilhões em dívidas corporativas vencerão, mas o ambiente de crédito restrito da região deve impor certa dificuldade no processo de refinanciamento, sobretudo para dívidas com baixa qualidade de crédito. (Valor)
12. Negócio de Papel e Embalagem: Preços 40% mais altos na comparação anual e demanda firme garantiram recorde ao negócio de papel e embalagem da Suzano no terceiro trimestre. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou R$ 931 milhões, uma alta de 58% na comparação anual. (Valor)

Gestão Ambiental e Energia

1. Concentração de Metano: Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que o mundo registrou em 2021 o maior aumento nas concentrações de metano, segundo gás que mais contribui para o aquecimento global, desde o início das medições, em mais de 40 anos. Os índices de dióxido de carbono e óxido nitroso, outros dois gases que estão entre os principais causadores do fenômeno, também bateram novos recordes no período. (g1) (Meio)
2. Transição Energética Pode se Acelerar: A Agência Internacional de Energia (AIE) em seu relatório anual “World Energy Outlook” avalia que a recente crise global de energia mostrou que países com mais fontes de energia renovável sofreram menos com a alta dos preços, um indicativo de que desequilíbrios de mercado podem acelerar a transição energética global. (Valor)
3. Busca de uma Economia de Baixo Carbono: A transformação global para a economia de baixo carbono exigirá investimentos de US$ 4 trilhões a US$ 6 trilhões ao ano, o que representa 1,5 a 2% do total de ativos financeiros. A parcela é de 20% a 28% considerando os recursos anuais adicionais necessários. A estimativa faz parte do relatório “Emissions Gap Report 2022: A janela que se fecha: a crise climática exige rápida transformação da sociedade”, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).(Valor) 
4. Mudanças Climáticas e Mortalidade: A revista científica Lancet mostra, em um relatório, um aumento de 68% na mortalidade de pessoas acima de 65 anos relacionada ao calor entre os períodos de 2000 e 2004 e de 2017 e 2021, situação que se agravou devido a pandemia de covid-19. O documento também afirma que todos os continentes têm passado por extremos climáticos, com calor que pode contribuir com ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e outras doenças cardiovasculares. (O Globo) (Meio)
5. Defasagem do Diesel: Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o litro do diesel vendido pela Petrobras precisaria de um aumento médio de R$ 1,25. O preço médio do litro do diesel vendido pela Perobras nas refinarias às distribuidoras estava 20% menor do que as cotações internacionais no dia 28-10-2022, último dia útil antes das eleições presidenciais. (Valor)

Ambiente Internacional

1. Todo Poder ao Camarada Xi: O presidente da China, Xi Jinping, consolidou a sua força no Partido Comunista Chinês ao ser reconduzido ao seu 3º mandato dia 23-10-2022. O anúncio foi feito por ele próprio no encerramento do 20^o. Congresso. Além da presidência, Xi foi reeleito como líder do Exército e trocou parte dos integrantes da cúpula do governo. (Poder 360)
2. Relação Dívida/PIB das Economias Avançadas: A situação fiscal de alguns países europeus volta a preocupar economistas. As maiores economias avançadas (o G-7) devem encerrar 2022 com uma dívida/PIB de 128,3%, de acordo com o FMI, mas a Itália, por exemplo, teria 147,2%. (Valor)
3. Cenário de Recessão no Reino Unido: A prévia de outubro do índice gerente de compras (PMI) composto, que reúne dados da atividade industrial e da atividade de serviços, caiu no Reino Unido, conforme apontaram os dados do S&P Global. O índice saiu de 49,1 pontos em setembro e foi para 47,2 em outubro, com a atividade econômica mostrando fragilidade, e o índice caindo para o menor patamar em 21 meses. (Valor)
4. Atividade Econômica Cai na Alemanha: O índice PMI na Alemanha saiu de 45,7 pontos em setembro e foi para 44,1 em outubro, refletindo a fraqueza da economia, no menor patamar em 29 meses. Índices abaixo de 50 pontos indicam retração da atividade, enquanto acima apontam para expansão. Conforme apontou o documento do S&P Global, a atividade econômica caiu pelo quarto mês consecutivo e em ritmo acelerado. (Valor)
5. Padrão USB-C Obrigatório: A União Europeia aprovou a lei que torna o padrão USB-C obrigatório em smartphones, tablets, fones de ouvido e outros dispositivos a partir de 2024. A lei também tem como objetivo reduzir resíduos eletrônicos e permitir que os consumidores economizem com menos carregadores. A Apple pode estar entre as mais afetadas pela legislação, já que a gigante de tecnologia seria forçada a migrar do conector de carregamento Lightning. (CNN) (Meio)
6. Cai a Confiança do Consumidor nos EUA: O índice de confiança do Conference Board caiu para 102,5 pontos em outubro, de 107,8 da leitura de setembro. Os dados contrariam a expectativa dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” de que a queda fosse deixar o índice em 106,3 pontos. O índice de condições atuais, por sua vez, recuou fortemente para 138,9 pontos, de 150,2 pontos anteriores. (Valor)
7. Banco Central Europeu Aumenta os Juros: O Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar suas três principais taxas de juros em 0,75 ponto percentual. Com a decisão da autoridade monetária, a taxa de refinanciamento, de empréstimos e de depósito ficaram: 2,00%, 2,25% e 1,50%, respectivamente. (Valor)
8. Taxa de Juros Inalterada na Rússia: O Banco Central da Rússia deixou sua taxa de juros básica inalterada em 7,5% hoje, depois de realizar seis cortes consecutivos que derrubou os custos de financiamento para um nível abaixo dos níveis antes da guerra. (Valor)

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Fontes: Notas Econômicas

Valor, Folha, UOL, Globo, Estadão, Meio Newsletter, Poder 360, Metrópoles, CNN Brasil, Exame, Veja, The Verge,Washington Post, Mercado & Consumo, BBC e g1.