Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana
Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG
- O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou no dia 2 de novembro, em live do Valor, que está mais pessimista em relação aos rumos do país por não ver um plano claro de como o governo tratará a crise econômica e fiscal. Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, “está quase que sozinho dentro do governo defendendo Teto de Gastos.” Maia afirmou que o desemprego está aumentando, a inflação está crescendo e sem sinais de dar trégua no curto prazo e que o governo não tem dado clareza sobre o que pretende para o Orçamento de 2021.
- Um indicador da atividade manufatureira da China apurado pela iniciativa privada atingiu em outubro o seu nível mais alto em quase uma década, graças a um aumento mais acentuado no total de novos pedidos de exportação, sugerindo que a recuperação econômica continua no caminho certo. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) apurado pelo grupo chinês de mídia Caixin e pelo instituto de pesquisa Markit subiu para 53,6 em outubro, ante 53,0 em setembro. A leitura de outubro marcou o sexto mês consecutivo em que o PMI Caixin/Markit se manteve acima da marca de 50, indicando expansão da atividade manufatureira. (Valor)
- O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro subiu para 54,8 pontos em outubro, de 53,7 em setembro, e superou ligeiramente o dado preliminar divulgado dias atrás que estimava 54,4 pontos, segundos dados divulgados pela IHS Markit. Segundo a IHS Markit, a Alemanha novamente teve, de longe, o melhor desempenho, enquanto Itália, Espanha e Áustria também apresentaram bons resultados. No entanto, França, Irlanda e Holanda reportaram performance modesta e a Grécia derrapou, com a indústria local voltando a cair para território de contração. (Valor)
- O Índice Gerente de Compras do setor industrial brasileiro subiu de 64,9 pontos em setembro para 66,7 pontos em outubro, a maior alta mensal desde o início da coleta de dados, em fevereiro de 2006. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão, enquanto abaixo de 50 pontos indicam apontam contração. (Valor)
- A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) registrou lucro líquido de R$ 240,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa alta de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia avançou 2%, para R$ 1,36 bilhão. O segmento de água, esgoto e resíduos sólidos somou R$ 1,27 bilhão, alta de 6,1%, excluídas as receitas de construção. (Valor)
- Vendas de Celulares: A Apple perdeu espaço para a Xiaomi. A chinesa ultrapassou a americana pela primeira vez em vendas globais de celulares e ocupa agora a terceira posição. A Xiaomi vendeu 46,5 milhões de dispositivos no terceiro trimestre — quase 5 milhões a mais do que a Apple. A queda da dona do iPhone, já era esperada, mas foi maior do que antecipada: a receita das vendas caiu quase 21% no terceiro trimestre com o atraso no lançamento do seu novo celular. Enquanto a Samsung ficou na liderança, seguida pela Huawei. (Meio)
- Enquanto grupos nacionais tentam explorar minérios ou pesquisar novas reservas na faixa de fronteira, o governo avalia a possibilidade de desburocratizar as atividades nesse território permitindo, inclusive, a entrada de multinacionais. A desregulamentação, para atrair novos investimentos, é discutida na Casa Civil com vários ministérios e, em breve, será enviada na forma de projeto de lei (PL) ou medida provisória (MP) ao Congresso.
- Retomada das vendas: A média diária de vendas no Brasil no mês de setembro atingiu o valor de R$ 29,5 bilhões, o maior patamar do ano, de acordo com o boletim da Receita Federal que analisa as notas fiscais eletrônicas. O resultado é 10,2% maior que o de agosto de 2020 e 20% superior ao de setembro de 2019. No acumulado do ano, as vendas já são 4,7% superiores, em termos reais, na comparação com o mesmo período de 2019. (Valor)
- As notas fiscais eletrônicas (NFe) captam as vendas entre empresas, principalmente entre companhias de médio e grande porte, bem como as vendas do chamado comércio eletrônico, não presencial de empresas para pessoas físicas, por meio da internet. Elas não captam as vendas no varejo. Os setores mais representados são o comércio e a indústria. Os serviços representam apenas 5% das operações de janeiro a setembro, em valor. (Valor)
- As expedições de papelão ondulado no Brasil bateram novo recorde mensal em setembro, com 351,7 mil toneladas, de acordo com boletim estatístico divulgado pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Com ajuste sazonal, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado subiu 2,5% em setembro, a 343,6 mil toneladas, também o maior nível da série histórica iniciada em 2005. O volume superou em 7,4% o nível apurado em junho de 2018, após o fim da greve de caminhoneiros no país, que era o recorde anterior. Mesmo com um dia útil a mais que setembro de 2019, a expedição por dia útil cresceu 11%, para 14,07 mil toneladas, o maior patamar desde 2005. Com esse desempenho, a produção de caixas, chapas e acessórios de papelão ondulado no país acumula alta de 4,8% em 2020, com 2,8 milhões de toneladas. (Valor)
- Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas da FGV: O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou 0,4 ponto em outubro, para 97,1 pontos, após subir por cinco meses consecutivos. A Indústria continua se destacando, com níveis de confiança que não eram vistos desde 2011, seguida pela Construção. Em ambos os setores, a confiança continuou avançando em outubro. No sentido oposto, o Comércio e os Serviços registram quedas puxadas por revisões de expectativas, que podem refletir tanto a preocupação com os rumos da crise sanitária quanto com a perspectiva de algum desaquecimento da demanda com o fim do período mais intenso dos programas emergenciais. (Valor)
- O mercado brasileiro de serviços de tecnologia da informação faturou R$ 41 bilhões no primeiro semestre de 2020, o que representa uma alta de 4,2% em relação a igual período do ano passado, informa a consultoria IDC. O avanço é inferior ao crescimento de 6,1% observado no primeiro semestre de 2019, em relação aos primeiros seis meses de 2018. O resultado do primeiro semestre deste ano reflete o impacto da pandemia em vendas e manutenção de equipamentos, que ficaram estagnados em relação ao primeiro semestre de 2019. Os principais motivos foram a alta do dólar e os problemas na cadeia de suprimentos, especialmente pelo fechamento de fábricas de componentes na Ásia, no início da pandemia. Por outro lado, a necessidade de adaptação das empresas ao trabalho remoto e a aceleração de projetos digitais, no primeiro semestre, aqueceram a demanda por serviços de computação em nuvem e segurança. A IDC destaca que o faturamento com serviços de gerenciamento de aplicações cresceu 5,9% na primeira metade do ano.
- A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a cair, de 3,42% para 3,34%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC). Para 2020, o ponto-médio das estimativas para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do país permaneceu em -4,81%, vindo de um piso de -6,54% atingido no fim de junho. (Valor)
Dados do fluxo cambial mostram que a saída de capitais do país em 2020 já está, até o momento, ligeiramente menor que a do mesmo período de 2019. Segundo dados do Banco Central, até o dia 23/10, o fluxo estava negativo em US$ 19,364 bilhões, ante US$ 19,743 bilhões no mesmo período de 2019. No ano passado, como de costume, a saída mais forte ocorreu no último trimestre, puxando o fluxo negativo para US$ 44,768 bilhões. (Valor) - Depois da Waymo do Google, mais startups se preparam para lançar os seus serviços de táxis sem motoristas para o público. A Cruise, da General Motors, já pediu aprovação regulatória para implantar um número limitado de seus veículos autônomos em São Francisco. Outros têm planos mais distantes: a Ford disse que seu serviço estará disponível em 2022. A startup do Google demorou dois anos até lançar, em agosto, o seu serviço para o público na cidade de Phoenix, nos EUA. (Meio)
- O hidrogênio verde, desenvolvido a partir de fontes renováveis, foi escolhido pela União Europeia como meio para alcançar neutralidade na emissão de carbono até 2050. E os veículos a hidrogênio já tem avançado na região. Em junho, a Alemanha anunciou sua estratégia nacional, com um pacote de 9 bilhões de euros para desenvolver a sua produção, armazenamento e transporte. Glasgow, a cidade que vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em novembro de 2021, vai ganhar a maior frota de caminhões de lixo a hidrogênio, segundo o governo. A ideia é se tornar a primeira cidade com zero emissão de carbono do Reino Unido até 2030. Enquanto a Itália vai investir em trens movidos por hidrogênio. (Meio)
- O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, defendeu abertamente, no Congresso Nacional, o que chamou de “reestruturação” dos fundos de desenvolvimento regionais. A ideia seria torná-los privados para dar “agilidade”, “conforto fiscal” e, desta forma, fazer com que eles sejam estruturadores de projetos. Na prática, a mudança atingiria fundos de desenvolvimento das Regiões Nordeste (FDNE), da Amazônia (FDA) e do Centro-Oeste (FDCO). (Valor)
- O Brasil deve terminar 2020 com superávit da balança comercial acima dos US$ 48 bilhões do ano passado. Algumas projeções indicam saldo acima dos US$ 60 bilhões, contribuição considerada por analistas importante para o balanço de pagamentos. A corrente de comércio, porém, medida do dinamismo comercial e da integração do país no mercado internacional, deve mergulhar para um nível abaixo de US$ 400 bilhões em 2020. Com isso, o país pode perder na média dos últimos cinco anos boa parte do que ganhou de 2011 a 2015 na corrente de comércio (a soma de exportações e importações). A projeção mais recente da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) ligada ao Ministério da Economia, indica superávit de US$ 55 bilhões em 2020, resultado de US$ 210,7 bilhões em exportações e US$ 155,7 bilhões em importações. Uma corrente de comércio, portanto, de US$ 366,4 bilhões, 9% abaixo dos US$ 402,7 bilhões do ano passado e 13% abaixo dos US$ 420,5 bilhões de 2018. (Valor)
- Rafael Cagnin, economista do Iedi: O resultado do ano, com queda nas exportações de bens industriais, já está selado, considerando o desempenho registrado no decorrer do ano. Os recuos de exportação já começaram no primeiro trimestre, com queda de 10,4%. Depois seguiram-se reduções mais intensas, de 19,1% e 13,1% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente, sempre em comparação com igual período de 2019, no critério da média diária. há continuidade na perda de espaço dos bens da indústria na exportação brasileira, algo que está relacionado à perda de corrente de comércio, já que os manufaturados permitem maior integração aos mercados internacionais. Essa fatia que era de 63,3% em 2010, caiu para 58% no ano passado e no acumulado de doze meses encerrados em outubro, encolheu para 54,8%. (Valor)
- A baixa nas taxas de juros e as trocas nas gestões das prefeituras, a partir do próximo ano, devem incentivar a busca de parcerias público-privadas (PPPs) nos segmentos de energia renovável e eficiência energética. Os esforços do governo para incentivar o financiamento de investimentos privados em infraestrutura também poderão dar fôlego às iniciativas. (Valor)
Fluxo Cambial: O fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,311 bilhão em outubro, de acordo com dados do Banco Central. O número é resultado de uma saída líquida de US$ 560 milhões da conta financeira e de outros US$ 751 milhões da conta comercial. No ano até o último dia 30, o fluxo cambial está negativo em US$ 20,008 bilhões. No mesmo período do ano passado, a saída somava US$ 21,465 bilhões. (Valor) - O preço das matérias-primas com influência sobre a inflação teve alta de 5,54% em outubro, após variação positiva de 0,54% um mês ates, de acordo com o Índice de Commodities Brasil (IC-Br). No ano, a alta acumulada ficou em 29,76%. Em 12 meses, por sua vez, foi registrado crescimento de 37,01%, como divulgado pelo Banco Central (BC). O IC-Br é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais. Seu equivalente internacional, o Commodity Research Bureau (CRB), mostrou variação positiva de 5,57% em outubro e alta de 37,54% no acumulado do ano. Em 12 meses, também houve crescimento, de 41,07%. (Valor)
- O Banco Central (BC) teve perda de R$ 7,034 bilhões nas operações de swaps em outubro, conforme divulgado nesta quarta-feira pela autoridade monetária. No acumulado desde o início do ano, houve perda de R$ 74,100 bilhões. Os swaps não visam gerar ganhos para o BC. Com esses contratos, a autoridade monetária oferece proteção ao mercado em momentos de grande volatilidade no câmbio. No contrato, o BC é perdedor quando o dólar sobe frente ao real e ganha com a valorização da moeda nacional. (Valor)
- O valor medido em reais das reservas internacionais, como resultado da variação do câmbio, aumentou R$ 37,006 bilhões em outubro. Por sua vez, no acumulado do ano, a variação foi positiva em R$ 637,735 bilhões. (Valor)
- Independente do resultado das eleições americanas, o Brasil, junto ao Japão e aos EUA, vai assinar nas próximas semanas um acordo de defesa da segurança nas redes, que pode limitar a Huawei. Os termos ainda estão em discussão, mas tanto o governo americano quanto o japonês querem uma referência direta à importância da escolha de colaboradores confiáveis para a infraestrutura de 5G. Enquanto os diplomatas brasileiros querem termos genéricos para não ficar mal com a China. Os EUA, no plano global, e o Japão, no regional, são atualmente os maiores antagonistas do governo chinês. (Meio)
- Os Estados estão, em conjunto, com o maior nível de disponibilidade de caixa da história, de acordo com dados do Tesouro Nacional. O volume verificado no segundo quadrimestre do ano foi de R$ 165,8 bilhões, 35% acima do verificado no ano passado e 77,7% maior do que em 2015. A série tem início em 2000. O saldo reflete os repasses de recursos federais para os entes federativos em meio à pandemia da covid-19 e a recuperação de receitas que já vem ocorrendo com a retomada da atividade econômica. E evidencia também alguma dificuldade em executar algumas políticas públicas. (Valor)
- Mesmo após a pandemia, servidores públicos gostariam de ter a opção de continuar trabalhando de forma remota, seja parcial ou integralmente. Quase metade deles, 44,5%, tem preferência por poder dar continuidade ao teletrabalho de forma integral e por tempo indeterminado. Apenas 4,8% gostariam que não houvesse opção de trabalho remoto após a retomada das atividades presenciais. Além disso, 11,1% preferem a opção de teletrabalho por tempo integral e por um período fixo; 13,9%, a de teletrabalho por até meio período e por um período indefinido; e 8%, a de teletrabalho por até meio período e por um período fixo. Esses são dados preliminares da pesquisa “Retorno seguro ao trabalho presencial”, realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Banco Mundial e o Ministério da Economia, entre agosto e setembro. Ao todo, 42.793 servidores responderam ao questionário, uma taxa de resposta de 4,31%. Quase 99% dos respondentes foram servidores federais. (Valor)
- O Índice de Atividade de Negócios (PMI) de Serviços para o Brasil esteve em território de expansão pelo segundo mês seguido em outubro, passando de 50,4 em setembro para 52,3, diz a IHS Markit, responsável pelo indicador. Com isso, levou o indicador composto, que considera também a atividade da indústria, de 53,6 em setembro para 55,9 em outubro, maior alta em mais de uma década. (Valor)
- O consumo de bens industriais cresceu 5,8% em setembro, em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea mensal de Consumo Aparente (CA) de bens industriais havia crescido 4,6% em agosto, no confronto com o mês antecedente. Isso significa que o indicador ganhou ritmo em setembro e reforçou os dados que mostram reação da economia. Apesar da melhora recente, o consumo aparente de bens industriais ainda registra queda de 8,6% no ano e de 6,3% no acumulado dos últimos 12 meses. (Valor)
- A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia divulgou uma nota informativa sobre os objetivos e desafios para 2021. No documento, o órgão comandado por Adolfo Sachsida faz uma análise da conjuntura, afetada diretamente pela pandemia de covid-19, e sinaliza os próximos passos da política econômica, entre eles, a adoção, “no curto prazo”, de medidas para fortalecer o crédito. A expansão do crédito por meio do aperfeiçoamento das garantias é uma das estratégias para fortalecer o crescimento econômico no próximo ano.
- O Congresso decidiu que a desoneração da folha de salários de 17 setores da economia será estendida até dezembro de 2021 para evitar demissões nessas áreas e rejeitou com apoio expressivo o veto à prorrogação. Na Câmara, foram 430 votos pela derrubada e apenas 33 favoráveis à reoneração a partir de janeiro. No Senado, foram 64 votos a dois. Serão beneficiadas empresas de vestuário, tecnologia da informação (TI), comunicação, transporte, máquinas e equipamentos e a construção civil. A política de desoneração da folha foi criada pelo governo Dilma em 2012 para estimular a criação de empregos. As empresas beneficiadas pagam um percentual sobre o faturamento a título de encargos trabalhistas ao invés de 20% sobre os salários. Esse programa já foi ampliado para mais setores e depois reduzido a partir da crise fiscal de 2015. A última versão, limitada a 17 atividades com maior número de empregados, acabaria agora em dezembro, mas os parlamentares decidiram prorrogar por mais um ano para evitar demissões.
- A parcela de famílias endividadas diminuiu de 67,2% em setembro para 66,5% entre setembro e outubro, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A fatia ainda é superior à de 64,7% em outubro do ano passado. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra também que a parcela de famílias que se declararam inadimplentes caiu para 26,1%, ante 26,5% em setembro, mas segue acima de outubro do ano passado (24,9%). A fatia de inadimplentes sem condições de pagar as contas foi de 11,9% em outubro, ante 12% em setembro; e em comparação à parcela de 10,1% em outubro de 2019. (Valor)
- Na evolução de endividamento em outubro houve recuo na parcela de famílias endividadas entre os mais pobres e avanço entre os mais ricos. Entre as famílias que recebem até 10 salários mínimos, esse percentual caiu pela segunda vez seguida, chegando a 68% do total — após ter alcançado o recorde de 69,5%, em agosto. Entre as famílias com renda acima de 10 salários, no entanto, esta mesma proporção teve o segundo aumento consecutivo, subindo a 59,4%, ante 59% em setembro. (Valor)
- De acordo com a pesquisa CNC, a parcela média de renda familiar comprometida com dívidas subiu 0,1 ponto percentual entre setembro e outubro, para 30% da renda mensal. Entre as modalidades de dívida mais lembradas, o cartão de crédito ainda ocupa a primeira posição, em outubro, citado por 78,5% dos que se declararam endividados, seguido por carnês (16,4%) e financiamento de carro (10,7%). (Valor)
- O WhatsApp lançou função para mensagens temporárias que desaparecem depois de sete dias. Quando ativado, o recurso vale para todas as novas mensagens e mídias trocadas até que a opção seja desligada. Em grupos, a função só pode ser ligada pelo administrador. (Meio)
- A balança de serviços caminha para ter em 2020 o resultado menos negativo em 11 anos. Isso poderia soar como algo favorável, mas, em um país como o Brasil, reflete a queda na demanda por serviços estrangeiros em meio a recessão, paralisação das viagens internacionais e forte depreciação cambial. As projeções dos analistas giram em torno de um déficit de US$ 20 bilhões, ante US$ 35,1 bilhões em 2019. Para 2021, a expectativa é de recuperação apenas parcial, já que o real desvalorizado e as incertezas sobre a pandemia devem persistir. Se confirmadas as projeções para este ano, a diferença entre o que o Brasil gasta e recebe nas transações internacionais de serviços seria a menor desde 2009, quando o déficit foi de US$ 19,6 bilhões, em plena crise financeira global. (Valor)
- As novas captações em caderneta de poupança superaram os saques em R$ 7,017 bilhões em outubro, conforme divulgado pelo Banco Central (BC). Em setembro, houve captação líquida de R$ 13,229 bilhões. Em outubro de 2019, por sua vez, o BC registrou saque líquido de R$ 247,256 milhões. Este ano, a poupança acumula captação líquida de R$ 144,228 bilhões. No ano passado a poupança teve captação de R$ 13,327 bilhões. (Valor)
- A inflação está no ar: A inflação apurada pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) foi, mais uma vez, impulsionada por commodities mais caras no atacado, com a aceleração do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 3,30% para 3,68% entre setembro e outubro. O desempenho levou a taxa em 12 meses do IGP-DI a subir de 19,02% para 22,12% no período – com a aceleração de 55,95% para 64,08% na taxa em 12 meses das matérias-primas brutas atacadistas. (Valor)
André Braz (FGV): Será preciso que o patamar de dólar estabilize mais, ou que o real se valorize mais ante o dólar. Com o dólar oscilando e em alta, isso mexe com preços de importados e de commodities – o que afeta a inflação atacadista, 60% dos IGPs. (Valor) - A inflação anual do varejo percebida por famílias de baixa renda deve encerrar o ano acima da meta inflacionária para 2020, de 4%, pressionada por alimentos mais caros, alertou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Ele fez a observação ao comentar a evolução do Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que passou de 0,89% para 0,71% de setembro para outubro e acumulou alta de 4,54% em 12 meses. (Valor)
- Os quatro grandes bancos de capital aberto navegaram em um ambiente de riscos mais controlados no terceiro trimestre, quando a inadimplência caiu e a necessidade de fazer novas provisões contra perdas no crédito arrefeceu. A dúvida é se essa melhora veio para ficar ou é apenas uma trégua até um 2021 incerto nas esferas fiscal e econômica. Itaú Unibanco, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander lucraram juntos R$ 17,445 bilhões no terceiro trimestre, em termos ajustados. O resultado aponta uma queda de 20,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, ainda num mundo pré-pandemia. No entanto, superou em 29% o ganho reportado entre abril e junho, auge da crise.
- A questão fiscal tem influenciado recentemente o câmbio com mais força do que outros fatores, afirmou o diretor de política econômica do Banco Central (BC), Fabio Kanczuk. (Valor)
- Desde que a pandemia da covid-19 levou a cotação do ouro às alturas, a produção e as exportações do metal no Brasil aumentaram. Entre janeiro e setembro de 2020, o país exportou quase US$ 3,4 bilhões em ouro, aproximadamente o mesmo que em todo 2019, segundo o Ministério da Economia. Já em comparação ao período de janeiro a setembro de 2018, as exportações cresceram 60%. A cada ano, o Brasil produz cerca de 100 toneladas de ouro, das quais cerca de 35 toneladas vêm de pequenos mineradores, conhecidos como garimpeiros, que têm licença para explorar partes limitadas da Amazônia. O ouro minerado ilegalmente, porém, muitas vezes é lavado e acaba entrando nessa conta oficial ou contrabandeado para a Venezuela e Guiana, não há uma estimativa clara da produção ilegal de ouro. (Valor)
Fontes: Jornal Valor, G1, IBGE, Canal Meio Newsletter, UOL, Folha, Carta Capital