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Notas econômicas: 14 a 18 de junho de 2021

Imagem ilustrativa dos participantes do grupo G7, das principais potências econômicas do planeta
Notas econômicas
Andrew Parsons / No 10 Downing Street – Fotos Públicas

Destaques da Semana

Imposto Mínimo Global: O G7 apoiou oficialmente a criação de um imposto mínimo global de 15% para multinacionais, especialmente para as big techs. O apoio veio inclusive de Joe Biden – os EUA vinham se colocando contra em discussões passadas já que as empresas mais impactadas são americanas. O grupo das sete maiores economias espera chegar a um acordo global na reunião do G20 que deve acontecer em julho. O grupo também quer incluir a OCDE que já tem um plano de imposto digital. (Meio)

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Reforma Antitruste: Se depender dos reguladores nos EUA, Amazon, Apple, Facebook e Google terão que vender ou sair de negócios importantes. Deputados americanos apresentaram cinco leis que endureceriam as análises de fusões, proibindo as big techs de oferecer certos produtos e serviços e restringiria a forma como tratam outras empresas que dependem de suas plataformas. A Amazon, por exemplo, poderia ser impedida de vender seus próprios produtos no seu marketplace, ou a Apple de oferecer Apple Music, ou o Google de fornecer serviços de busca especializados em viagens, negócios locais e compras. Essas leis podem levar à maior reforma antitruste nos EUA desde o final do século 19. (Bloomberg) (Meio)

Ambiente econômico

Universidades Federais Pedem Socorro: Enquanto o Ministério da Educação afirma estar se empenhando para recompor o corte de 36% na verba de custeio das universidades federais, muitas dessas instituições enfrentam decisões difíceis para fechar as contas. Pelo menos quatro delas não veem condições de retomar as aulas presenciais no segundo semestre, enquanto outras são forçadas a cortar bolsas para alunos carentes e têm dificuldades para manter os alojamentos de alunos e pesquisas de ponta, como o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. (Folha) (Meio)

Produção de Chips: O Brasil segue fora do mapa da produção mais complexa das bases dos microprocessadores – o processo chamado de difusão, que é o coração da indústria de última geração. O país conta com mais de 14 fabricantes locais de componentes, que montam itens como memórias, dispositivos de armazenamento e de conectividade, mas depende da importação de placas de silício já preparadas pelo processo de difusão para a montagem. O caminho para fábricas de alta precisão parece cada vez mais longo. Duas tentativas de se produzir chips no país, a Ceitec e a Unitec, fracassaram. (Valor)

Exemplo de Economia Circular 1: O modelo circular assume que os produtos e serviços têm origem em fatores da natureza, e que, no final de vida útil, retornam à natureza por meio de resíduos ou de outras formas com menor impacto ambiental. A cana-de-açúcar cultivada no Brasil, além de ser exemplo como economia circular, é importantíssima para a construção de uma matriz energética limpa. (Poder 360)

Exemplo de Economia Circular 2: O Brasil tem uma madura indústria de combustíveis renováveis que vem e pode vir a contribuir cada vez mais na redução da emissão de gases do efeito estufa. Quando avaliado o ciclo de vida completo do combustível, o etanol reduz as emissões de CO2 em até 90% em relação a gasolina. Muito se fala em carro elétrico, mas o processo de fabricação das baterias ainda é muito complexo, além de depender da geração de energia, que não necessariamente é oriunda de fontes renováveis. (Poder 360)

Problemas na Reciclagem do Lixo: O cidadãoconsciente separa seu lixo pelo que pode ser reciclado, segue as instruções para coleta seletiva e fica feliz por proteger o meio ambiente. Só que não. O repórter Lucas Marchesini, com apoio do Pulitzer Center, instalou rastreadores em lixo reciclável e acompanhou por um mês o destino de rejeitos sólidos em Brasília. O resultado? Mesmo tendo descartado de maneira correta, um terço foi parar no aterro sanitário. (Metrópoles) (Meio)

Queda na Competitividade 1: O Brasil caiu uma posição no Anuário de Competitividade Mundial, para 57ª lugar entre 64 países, depois de quatro anos de leve avanço, segundo relatório do IMD, de Lausanne (Suíça), reputado como uma das melhores escolas de administração do mundo. Em áreas como eficiência de gastos governamentais e educação, o país ficou na última posição. 

Queda na Competitividade 2: O país está no pelotão de baixo da competitividade global marcado por um governo visto com a terceira pior eficiência (62ª lugar) e só à frente dos governos da Venezuela e da Argentina. A imagem ou ‘’marca’’ do país no exterior também continua se deteriorando e ocupa a 61ª posição, melhor apenas que a imagem externa de Turquia, Argentina e Venezuela. (Valor)

Carlos Mussi, diretor do escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal): “Os desafios do Brasil não fogem muito dessa fórmula: Primeiro, incrementar sua produtividade e diversificação produtiva. Segundo, atuar na questão social, ou seja, como dar aspectos distributivos aos resultados. Terceiro, infraestrutura, desde a urbana até para eixos de produção e exportação. Quarto, tecnologia, inovação. Não podemos abrir mão do pouco que já conseguimos em gastos com pesquisa e desenvolvimento. Quinto, educação. Sexto, estabilidade macroeconômica”. (Valor)

Indicadores

Confiança de Micro e Pequenas Empresas: Ajudado pelo avanço da vacinação e pela retomada de programas como auxílio emergencial e BEm, o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) atingiu em maio o maior nível desde dezembro de 2020, ao registrar 93,5 pontos. Foi a segunda alta consecutiva e um avanço de 5,4 pontos em relação a abril. Os dados foram divulgados pelo Sebrae. (Valor)

Confiança do Comércio: O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 12,2% em junho ante maio, com alta de 47,6% ante junho de 2020. Foi a primeira elevação do indicador no ano na comparação mês ante mês imediatamente anterior, impulsionada por perspectiva de melhora na economia, e aumento de vendas no setor devido às transações relacionadas ao Dia dos Namorados, em 12 de junho. (Valor)

Consumo de Energia Cresce: O consumo nacional de energia elétrica cresceu 12,4% em maio na base de comparação anual, atingindo 62.121 megawatts médios (MW med), segundo dados prévios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). (Valor)

Importância da China: O superávit comercial do Brasil com a China atingiu US$ 19,1 bilhões no acumulado de janeiro a maio deste ano. O valor equivale a 70,4% do saldo do país no período, destaca o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o superávit comercial do país somou US$ 27,1 bilhões, o maior valor da série histórica do governo federal iniciada em 1997. (Valor)

IBC-BR: O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,44% em abril, na comparação dessazonalizada com março, conforme divulgado dia 14-06-2021, pela autoridade monetária. Em março, o indicador teve queda de 1,6% (dado revisado de queda de 1,59%). Em relação a abril de2020, houve alta de 15,92%. No acumulado de 12 meses até abril, o IBC-Br caiu 1,2%. Devido às constantes revisões, o indicador acumulado em 12 meses é mais estável do que a medição mensal. (Valor)

Setores

Desafios para o Setor de Mineração: O grande desafio no setor mineral no país é o financiamento de projetos, principalmente de pequenas e médias mineradoras, dizem especialistas. Para o gerente de inteligência setorial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pedro Dias, que participou de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a fase de maior risco geológico e outros desafios, como a volatilidade de preços, dificultam a obtenção de recursos para o início dessas operações.

Gastos de Publicidade: Com a retomada econômica, os gastos de publicidades das empresas devem bater recorde em 2021. Aumentarão de US$ 78 bilhões para US$ 657 bilhões, em grande parte impulsionados pelo mercado de anúncios digitais, dominado por Google e Facebook. O mercado brasileiro crescerá 15,2%, com a terceira maior alta no mundo, atrás apenas do Reino Unido (16,8%) e China (16%). (Financial Times) (Meio)

Papelão Ondulado: As expedições de papelão ondulado subiram 24,3% em maio, na comparação anual, segundo prévia do Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO), divulgada pela Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel). Com ajuste sazonal, contudo, houve queda de 1,1% no IBPO em maio, a terceira retração consecutiva, e o volume ficou em 334,602 mil toneladas. (Valor)

Estimativa da Produção Agropecuária: O Ministério da Agricultura manteve em R$ 1,1 trilhão, em novos cálculos recém-concluídos, sua estimativa para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2021. O montante, recorde, é 11,8% superior ao cálculo para 2020 (R$ 960,2 milhões). Em relação ao resultado de 2011, o aumento supera 53%. (Valor)

Vendas Online 1: O isolamento social mudou a jornada do consumidor. Além de ter alavancado o e-commerce, desde o ano passado, sites de busca e as redes sociais são o principal caminho para iniciar as compras pela internet. Segundo a Ebit|Nielsen, as vendas pelas redes sociais avançaram 45% na comparação anual. (Meio).

Vendas Online 2: Entre janeiro e março, as vendas pelo Instagram e Facebook representaram 17% do volume de pedidos e 13% do faturamento. (Folha) (Meio)

Mercado de trabalho

Produtividade de Trabalho 1: Depois de subir com força em 2020, especialmente no segundo trimestre, influenciada por impactos atípicos da crise da covid-19, a produtividade do trabalho no Brasil parece voltar à tendência de baixo crescimento característica do período pré-pandemia. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o ganho de eficiência dos trabalhadores perdeu mais fôlego no primeiro trimestre, movimento que, na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, tende a continuar conforme a economia voltar à normalidade. (Valor)

Produtividade de Trabalho 2: Na medida que compara o valor adicionado com as horas efetivamente trabalhadas, a produtividade avançou 4% de janeiro a março em relação ao mesmo intervalo do ano passado. É uma variação obviamente não desprezível, mas bem inferior à registrada nos três trimestres anteriores. O aumento chegou a 23,9% no segundo trimestre de 2020, num cenário em que as horas de trabalho dos brasileiros diminuíram bruscamente, afetadas pelas medidas de isolamento social e pelas políticas de compensação de renda do governo, como o auxílio emergencial e o programa que suspendeu ou reduziu a jornada dos trabalhadores formais. (Valor)

Queda na Renda dos Trabalhadores 1: A segunda onda da pandemia reduziu ainda mais a renda efetiva dos trabalhadores brasileiros. O impacto foi maior no Nordeste, onde, na média, a queda foi de 7% no primeiro trimestre na comparação com igual período do ano passado, segundo estudo publicado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na média do país, o recuo foi de 2,2%.

Queda na Renda dos Trabalhadores 2: Para o autor do estudo, Sandro Sacchet de Carvalho, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, a proporção de domicílios sem qualquer renda do trabalho cresceu de 25% para 29,3% do primeiro trimestre de 2020 para igual período deste ano. Os dados da Pnad Contínua mostram um forte impacto negativo inicial da pandemia e uma lenta recuperação do mercado de trabalho, que ainda se encontrava incompleta ao final de 2020 quando o país foi atingido pelo início da segunda onda de covid-19. (Valor)

Gestão

Doing Business 1: Fazer negócios no Brasil é mais fácil em São Paulo, Minas Gerais e Roraima, mas nenhum Estado concentra todas as boas práticas e em todos há espaço para melhora. A conclusão é do Doing Business Subnacional Brasil 2021, divulgado dia 15-06-2021, pelo Banco Mundial. Mesmo se as localidades implementassem todas as boas práticas existentes no país, o Brasil ainda estaria longe de se equiparar aos melhores exemplos globais em termos de ambiente de negócios. (Valor)

Doing Business 2: O estudo analisou pela primeira vez as 27 unidades da federação, indo além de São Paulo e Rio de Janeiro – que representam o Brasil no relatório global do Doing Business. A avaliação é feita por meio das capitais e são cinco critérios analisados: abertura de empresas, obtenção de alvarás de construção, registro de propriedades, pagamento de impostos e execução de contratos. (Valor)

Doing Business 3: As áreas nas quais os órgãos municipais e estaduais são os principais atores, como execução de contratos, obtenção de alvarás de construção, abertura de empresas e registro de propriedades, apresentam as variações mais significativas. (Valor)

Doing Business 4: A melhora do Brasil no ranking global do Doing Business é objetivo declarado da equipe econômica. A meta do governo já declarada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é chegar à posição 50 do ranking até o fim de 2022. No relatório de 2020, que reflete a situação de 2019, o Brasil estava na posição 124 entre 190 países. (Valor)

Gameficação e Marketing: Os videogames deixaram de ser algo de nicho e se tornaram a nova onda do marketing digital. Estudos já apontam que a tendência é as redes sociais e o consumo de conteúdo online migrarem, aos poucos, para dentro dos jogos. E as marcas e empresas não podem ficar de fora. Seja no smartphone, tablet, notebook ou no próprio console, os jogos se adequam a cada plataforma, aumentando o alcance de qualquer campanha de gamificação. Podem ser feitas das mais diversas formas: desde a inserção da marca no cenário até o desenvolvimento de um jogo voltado exclusivamente para um produto ou serviço. A comunicação com essa audiência também se torna mais fácil e mais direta do que outros meios tradicionais. (Meio)

Gesto Produz Perda Bilionária: Um gesto do jogador de futebol Cristiano Ronaldo(CR7)durante uma coletiva de imprensa da Eurocopa fez as ações da Coca-Cola caírem abruptamente, no dia seguinte, e o valor da empresa encolher US$ 4 bilhões. Ao se sentar para dar início à coletiva, o atacante afastou duas garrafas de Coca-Cola que estavam sobre a mesa. Em seguida, o craque ainda pegou uma garrafa de água e a exibiu com a mão, dando a entender que o ideal é beber água e não Coca-Cola. (Valor)

Inflação

Inflação dos Mais Pobres: Pelo segundo mês seguido, a inflação das famílias mais pobres é maior que a das famílias de renda mais alta, aponta o indicador “Inflação por faixa de renda”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em maio, a maior taxa de inflação ocorreu entre as famílias de renda muito baixa – com renda domiciliar menor que R$ 1.650,50 -, que registraram alta de 0,92%, ante variação de 0,49% das famílias de renda alta – renda domiciliar acima de R$ 16.509,66. (Valor)

Inflação dos Mais Pobres 2: A alta também foi mais expressiva nas famílias de renda baixa – rendimento domiciliar entre R$ 1.650,50 e R$ 2.471,09 -, com 0,88%, e nas famílias de renda média baixa – entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41 de renda domiciliar, com variação de 0,86%. (Valor)

Inflação dos Mais Pobres 3: Com a alta maior em maio, a inflação acumulada em 12 meses das famílias mais pobres (8,91%) se distanciou ainda mais das famílias mais ricas (6,33%). (Valor)

Preços Administrados Pressionam a Inflação: Os preços administrados foram uma das principais pressões no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação para consumidores, nos 12 meses até maio de 2021. Os preços administrados são os serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público. Ou seja, a variação de seus custos não é determinada pela oferta e demanda do produto ou serviço no mercado. Combustível, energia elétrica e planos médicos são alguns deles. (Poder 360)

Inflação Monstro: Favorecida pela desaceleração no preço do minério de ferro no atacado, a alta do Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) cedeu de 3,24% para 2,32% de maio para junho, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda assim, a taxa aindafoi a maior para o mês desde o início do Plano Real,em 1994, informou Matheus Peçanha, economista da fundação. Para ele, a descompressão foi pontual. Os IGPs, afirma, devem continuar pressionados e com possibilidade de fechar 2021 com alta de 50%, ou mais. Em 2020, a inflação medida pelo índice foi de 24,16%. (Valor)

Finanças

Volta à Renda Fixa: Um aumento na Selic volta a tornar mais atrativo os investimentos em Renda Fixa atrelados à CDI, como os CDBs, LCI e LCA. Ainda que a taxa de juros ainda não esteja igual ou acima da inflação (de 8,06% no acumulado dos últimos 12 meses) o CDI acompanha a Selic, o que significa que um aumento na taxa aumenta a rentabilidade da renda fixa. O mesmo acontece com os investimentos no Tesouro. (Banco Bari) (Meio)

Caderneta de Poupança é Mau Negócio: A aplicação na caderneta de poupança continua sendo uma má ideia: rende apenas 70% da Selic, ou seja, com a taxa abaixo de 8,5%, a rentabilidade da poupança está abaixo da inflação. (Banco Bari) (Meio)

Endividamento das Empresas: Com ajuda das linhas emergenciais de crédito criadas pelo governo e do momento favorável no mercado de capitais, a captação de recursos pelas empresas atingiu R$ 420,5 bilhões em 12 meses até março, uma alta de 28,3% na comparação com o acumulado de 2020. Desse total, mais de três quartos foram captados na forma de dívida, fazendo com que o endividamento das companhias subisse para 61,7% do PIB, o maior percentual da década. (Valor)

Boletim Focus 1: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a subir, de 4,36% para 4,85%, no Boletim Focus, do Banco Central (BC). A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 5,44% para 5,82%. Para 2022, também foi elevada, de 3,70% para 3,78%. (Valor)

Boletim Focus 2: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 5,75% ao ano para 6,25% ao ano no fim de 2021 e permaneceu em 6,50% ao ano no de 2022. A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi cortada de R$ 5,30 para R$ 5,18. (Valor)

Porque o Banco Central Aumenta a Selic: A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ao aumentar a taxa, o esperado é desacelerar a economia, diminuindo ou controlando a inflação. Isso significa que um primeiro impacto seria queda nos preços ao consumidor ou pelo menos mantê-los estáveis. A disparada da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já vem pesando no bolso: subiu 0,83% em maio — a maior taxa para o mês em 25 anos — e já têm estimativas de que a inflação poderá fechar o ano perto de 7%. (Banco Bari) (Meio)

Impacto nas Taxas de Juros: Um aumento na taxa Selic também impacta os juros de crédito, parcelamento e cheque especial, que ficam mais altos. Porém, essas taxas de linhas de crédito funcionam de acordo com a expectativa do mercado. Como já é esperado um aumento da Selic, elas já vêm subindo nos últimos meses antes da alta oficial da taxa de juros. Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa de juros média geral para pessoa física cresceu 1,38% no mês, chegando a 5,88% em maio — a maior taxa de juros desde dezembro de 2019. (Banco Bari) (Meio)

Cenário para a Selic: O tom mais combativo adotado pelo Banco Central na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) deflagrou uma série de revisões de cenário dos agentes do mercado para a trajetória esperada para a taxa básica de juros. Com o apontamento de que pretende levar a Selic para o nível considerado neutro no atual ciclo de alta de juros, houve forte migração das expectativas dos agentes para a taxa em 6,5% no fim do ano, que passou a ser a mediana das projeções. No entanto, boa parte do mercado já trabalha com níveis ainda mais altos para a taxa em 2022. (Valor)

Ambiente social

Índice de Miséria Dispara: O índice de miséria (indicador econômico calculado pela soma da taxa de inflação com a de desemprego) no Brasil atingiu em maio o maior nível desde 2012, pico da série estimada pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. Segundo ele, essa taxa ficou no mês passado em 23,4 pontos percentuais, pico histórico que, em seus cálculos, deve ser novamente superado neste mês, chegando a 23,7 pontos. (Valor)

Trabalho por Conta Própria: Os trabalhadores autônomos e microempresários, reunidos na categoria “conta própria”, somavam 23,7 milhões em março, mostra publicação do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a partir de informações do IBGE. São 100 mil a mais que em março de 2020, no início da pandemia. Em janeiro e fevereiro, o número foi maior depois do aquecimento com contratações do fim de ano. (Poder 360)

Carteira Assinada: O número de empregados com carteira assinada era de 29,5 milhões em março. Ainda está 8% abaixo dos 32,1 milhões no mesmo mês de 2020, mas maior que o patamar de julho. O emprego formal leva mais tempo para se recuperar. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE agregados em períodos trimestrais. (Poder 360)

Recuperação da Economia: Os indicadores do mercado de trabalho, embora defasados, permitem mostrar que há uma consistente recuperação da economia neste semestre. Isso aparece de forma mais significativa no trabalho por conta própria, que inclui informais, MEIs (microempreendedores individuais) e profissionais autônomos, que já é maior que em março de 2020, quando começou a pandemia. (Poder 360)

Perfil da População Ocupada 1: Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) levantou algumas respostas para um aspecto que tem intrigado pesquisadores da área do trabalho. Por que a produtividade da economia brasileira aumentou durante a pandemia? Esse aumento reflete uma mudança na composição da população ocupada em períodos de crise: a saída dos trabalhadores menos qualificados e a permanência de um contingente maior daqueles com mais instrução e experiência, que são mais produtivos. (Valor)

Perfil da População Ocupada 2: O cálculo da produtividade da economia (Produtividade Total dos Fatores, PTF) considera fatores do capital e do trabalho. Tradicionalmente, é utilizado apenas o número de horas trabalhadas para incluir o fator trabalho nessa conta. Já no novo indicador do Ipea, é levado em consideração o Índice de Qualidade do Trabalho (IQT), que inclui, além do número de horas trabalhadas, o número de anos de estudo e a experiência do trabalhador, a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Isso significa que se tem em vista tanto a quantidade de horas trabalhadas quanto a qualidade delas. (Valor)

Renda Mensal Média: A renda mensal do trabalho ficou em R$ 2.526 em março, ligeiramente superior aos R$ 2.492 do mesmo mês de 2020 já atualizados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). (Poder 360)

Ambiente político

Incapacidade de Combate à Corrupção: O Brasil registrou novos retrocessos em seu ambiente institucional no último ano e caiu da quarta para a sexta posição no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC) de 2021, que analisa nações da América Latina. O país teve a maior queda dentre os 15 casos analisados e sua pontuação geral caiu 8% em relação a 2020, ficando atrás de Uruguai, Chile, Costa Rica, Peru e Argentina. O Brasil segue em trajetória de queda no Índice CCC desde 2019. Os dados constam do relatório produzido em conjunto pela Americas Society/Council of the Americas e pela consultoria Control Risks. (Valor)

Imposto de Renda das Empresas: A pedido do Palácio do Planalto, o Ministério da Economia avalia a possibilidade de estabelecer uma faixa de isenção para a tributação sobre dividendos, que a reforma do Imposto de Renda das empresas e pessoas físicas deve trazer. O Planalto fez outros pedidos para a pasta e tem negociado algumas mudanças no projeto original da Economia. O texto já está sendo discutido com lideranças do Congresso Nacional, o que tem levado a algum atraso no envio da proposta, ainda que nunca tenha sido definido um prazo preciso. (Valor)

Autonomia do Banco Central Sob Ataque: A expectativa de enfrentar um ano eleitoral com inflação em alta e sem controle sobre a política monetária aumentou, no presidente da República, o arrependimento pelo aval à autonomia do Banco Central. É este o pano de fundo da incerteza que passou a pairar sobre o futuro do mecanismo que foi aprovado pelo Congresso em fevereiro e hoje é alvo de uma ação de inconstitucionalidade. (Valor)

Governo

Reajustes dos Servidores no Radar: Já se preparando para o pleito eleitoral do próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro pediu e o ministro da Economia, Paulo Guedes, começou a avaliar possíveis cenários para reajustes de servidores públicos. A ideia de repor parte da inflação se insere em um contexto no qual Bolsonaro tenta recuperar popularidade, que está em baixa. Sua imagem com o funcionalismo está abalada pela reforma administrativa, mesmo sem que ela atinja os atuais servidores, segmento numeroso e barulhento. (Valor)

Tudo pela Reeleição 1: O presidente Jair Bolsonaro confirmou dia 15-06-2021 a prorrogação do auxílio emergencial em mais “duas ou 3 parcelas”, além da intenção de aumentar o valor do Bolsa Família em cerca de 50% a partir de dezembro, com o valor médio do programa indo a R$ 300. (Poder 360)

Tudo pela Reeleição 2: As tratativas iniciais da equipe econômica previam a possibilidade de aumentar o programa para, em média, R$ 250, cifra menor que a anunciada por Bolsonaro. Segundo o jornal o Estado de S. Paulo, o valor poderia estourar o teto de gastos previsto para 2022. (Poder 360)

Folga no Teto de Gastos: Passado o cenário mais positivo para as contas públicas neste ano, em grande medida influenciado pela recuperação cíclica da economia e pela inflação mais elevada, o debate sobre o aumento dos gastos do governo deve voltar à tona em 2022, na avaliação de Roberto Secemski, economista-chefe para Brasil do Barclays. Em revisão de estimativas para os indicadores fiscais do país, Secemski aponta que o teto de gastos contará com uma folga “sem precedentes” no próximo ano e que as despesas primárias podem crescer R$ 124 bilhões no período, ou 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o aumento permitido para as despesas sob o teto é definido pelo IPCA acumulado nos 12 meses até junho, gastos obrigatórios ligados ao salário mínimo são indexados ao INPC anual, observou. (Valor)

Ambiente internacional

Ambiente tecnológico

Capacitação Sob Medida: A capacitação de pessoas para lidar com as novas tecnologias se tornou uma preocupação de empresas à medida que dados se tornam cada vez mais parte do negócio. O The Data Mine, um programa da Purdue University, tem feito exatamente essa combinação: empresas como Ford e Microsoft ajudam a universidade a moldar o currículo para as demandas que elas enfrentam no dia a dia. O programa já chamou atenção da comunidade e a Universidade de Stanford lançou um mestrado em ciência de dados focado no setor de educação e instituição filantrópica Lilly Endowment já investiu US$ 10 milhões para criar um programa semelhante. (Meio)

Onde Faltam Profissionais: A falta de profissionais de TI já é um problema e muitas empresas têm investido no treinamento da mão de obra que já têm. Além de cursos internos, a estratégia envolve a criação de universidades corporativas e programas para ajudar na recolocação. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscon), o Brasil forma anualmente cerca de 45 mil pessoas na área de tecnologia, mas as companhias abrem 70 mil vagas por ano. (Globo) (Meio)Adoção da Tecnologia 5G: A adoção do 5G pelo mundo está sendo mais rápida que a 4G e, segundo estudo, deve superar a rede anterior em dois anos. Hoje, pelo menos 200 milhões de pessoas e negócios já assinam serviços com tecnologia 5G em todo o mundo. Enquanto o 4G levou dois anos a mais para atingir esse número depois de seu lançamento. (CNN Brasil) (Meio)

Open Banking: O open banking deve começar a chegar no dia a dia do brasileiro a partir da segunda fase do sistema. Marcada para o dia 15 de julho, é nessa etapa que as instituições financeiras poderão trocar dados de cadastros e transações de clientes entre elas — desde que o consumidor dê seu consentimento. Isso possibilitará, por exemplo, que um cliente que está pagando juros elevados no cheque especial de um banco onde tem conta corrente, possa receber uma proposta de crédito mais barato de uma concorrente. (UOL) (Meio)

Ação Coletiva Feminina Contra o Google: O Google está no meio de uma ação coletiva de funcionárias por disparidade salarial por gênero. A ação, liderada por quatro mulheres que buscam mais de US$ 600 milhões em indenizações, podem beneficiar até 10.800 funcionárias. Engenheiras, vendedoras e gerentes alegam que, além do salário ser inferior, a promoção feminina também era mais lenta. A big tech nega as acusações, mas em 2019 já foi alvo de ação semelhante e teve que pagar US$ 9,7 milhões para reduzir as disparidades salariais. (Meio)


Paulo Roberto Bretas
é economista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialização no CEDEPLAR- UFMG e MBA em Gestão pela Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro. Atualmente é professor associado da Fundação Dom Cabral e Professor de História Econômica, Economia Brasileira e Desenvolvimento Socioeconômico do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA – BH.

Notas Econômicas: Fontes

Fontes: Jornal Valor, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Bloomberg, Poder 360, Carta Capital, Banco Bari, CNN Brasil, UOL, G1 e Globo.

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