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Notas econômicas: 13 a 17 de setembro de 2021

Na semana em que analistas políticos viram o presidente Bolsonaro encolher e um novo anúncio de aumento da gasolina, pela quarta semana consecutiva, as polêmicas não desgrudam do cotidiano do brasileiro. A semana teve polêmica com a decisão do Ministério da Saúde de suspender a recomendação de vacinar irrestritamente adolescentes entre 12 e 17 anos. Contrariando as recomendações de especialistas, o governo quer que só sejam vacinadas pessoas nessa faixa etária com deficiências permanentes, comorbidades ou privadas de liberdade. Outro destaque foi a atualização das expectativas do governo federal para a economia de 2021, com a previsão de inflação passando de 5,9% para 7,9%. E o decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras. O IOF maior tem o objetivo de bancar o novo Bolsa Família e tentar tirar o governo das cordas.  

Notas econômicas
Homem enche galão de gasolina 
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Economia e Finanças

Projeção do PIB: O governo manteve em 5,30% sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, a mesma da grade de parâmetros macroeconômicos divulgada em julho. O cálculo foi elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. Para 2022, a projeção foi revisada para 2,50%, contra os 2,51% previstos antes. (Valor)

Radar Febraban 1: A maioria das pessoas permanece apreensiva, temendo a piora nos próximos seis meses do desemprego, inflação e poder de compra, mesmo com a melhora na pandemia. É o que mostra a terceira edição do Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Questionados sobre a expectativa de recuperação da economia brasileira, 68% diz que isso só vai acontecer depois de 2021 e 15% acha que a economia não vai se recuperar. Na edição anterior, em junho, esses percentuais eram de 68% e 12%, respectivamente. (Valor)

Radar Febraban 2: Para 74% dos entrevistados, a inflação e o custo de vida vão aumentar. Na visão de 76%, a taxa de juros deve subir e, para 31%, o acesso de pessoas e empresas ao crédito vai diminuir. Outros 54% prevê aumento do desemprego. Sobre a expectativa de recuperação da situação financeira familiar, 55% acredita que isso só vai acontecer depois de 2021 e 7% acha que ela não vai se recuperar. (Valor)

Tesouro Direto: Os investidores de títulos do Tesouro Direto poderão receber o dinheiro de sua aplicação no mesmo dia em que realizar o pedido de resgate, desde que a solicitação ocorra até às 13h. Antes, o prazo para que o dinheiro do resgate fosse para a conta do investidor era de D+1, um dia útil após a solicitação. (Valor)

Desempenho da Produção Industrial: O desempenho da produção industrial brasileira tem sido bastante heterogêneo. Alguns setores têm conseguido contornar restrições, como a categoria de bens de capital, que está cerca de 16% acima do patamar pré-pandemia, impulsionada pela demanda agroexportadora. Na outra ponta, a produção de bens de consumo ainda está mais de 11% abaixo do nível de fevereiro de 2020, influenciada, sobretudo, pela produção de automóveis. A indústria em geral está 2,1% aquém do pré-covid. (Valor)

Seguem os Gargalos: Economistas têm demonstrado dificuldade de enxergar quando haverá uma melhoria mais expressiva dos gargalos nas cadeias produtivas globais, o que turva cenários das atividades, principalmente para a indústria e de inflação no Brasil, neste e no próximo ano. Parece haver consenso, no entanto, de que uma normalização mesmo fica para meados do ano que vem. O dólar sobrevalorizado em relação ao real também atrapalha. (Valor)

Receitas da União com Dividendos: A expectativa do governo é que as receitas com dividendos e participações de estatais continuem reforçando o caixa da União. O Ministério da Economia elevou mais uma vez sua projeção para essas receitas em 2021 e agora trabalha com um repasse de cerca de R$ 25 bilhões. A projeção anterior, de julho, era de R$ 17,8 bilhões. Já para o ano que vem, a perspectiva é que essas receitas somem R$ 26,3 bilhões. (Valor)

Relatório Focus 1: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a cair, em sua quinta semana de recuo, agora de 5,15% para 5,04%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado dia 13-09-2021, com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) também foi reduzido, pela segunda semana, de 1,93% para 1,72%. (Valor)

Relatório Focus 2: Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, a mediana das projeções dos economistas do mercado subiu pela 23ª semana consecutiva, agora de 7,58% para 8,00%. Para 2022, também foi elevada, pela oitava semana seguida, de 3,98% para 4,03%. (Valor)

Relatório Focus 3: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 7,63% para 8,00% no fim de 2021 e de 7,75% para 8,00% em 2022. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. (Valor)

Relatório Focus 4: A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de R$ 5,17 para R$ 5,20. Para 2022, o ponto-médio das projeções ficou parado em R$ 5,20 entre uma semana e outra. (Valor)

Nova Empresa a Partir da Eletrobras: A Eletrobras comunicou dia 13-09-2021 que foi criada a Empresa Brasileira de Participação em Energia Nuclear e Binacional, a ENBpar, em razão do processo de privatização da companhia. A nova estatal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, terá um modelo de holding e vai deter o capital social e a comercialização da usina hidrelétrica de Itaipu, além de ser sócia majoritária na Eletronuclear, ativos que não serão privatizados. (Valor)

Reduz-se a Folga no Teto de Gastos: A perspectiva de inflação mais alta em 2021 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve reduzir o espaço fiscal sob o teto de gastos antes calculado pelo governo federal em cerca de R$ 30 bilhões para algo próximo a R$ 10 bilhões ou até R$ 6 bilhões. O impacto acontece porque o INPC de 2021 corrigirá despesas previdenciárias da União em 2022. (Valor)

Estimativas para a Produção Agropecuária: Com reduções nas estimativas para soja e milho e aumento para o frango, o Ministério da Agricultura manteve em R$ 1,1 trilhão sua previsão para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2021. O montante recorde é 9,7% superior ao cálculo da Pasta para 2020, em valores já ajustados pela inflação. (Valor)

Legalização de Jogos: Após anos parada no Congresso, a legalização dos jogos de azar voltará a ser discutida por meio de um grupo de trabalho (GT) criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A intenção dos integrantes do colegiado, todos pró-legalização, é votar até o fim do ano a proposta no plenário para regulamentar dos cassinos ao jogo do bicho. (Valor)

Ilan Goldfajn no FMI: O presidente do conselho do Credit Suisse BrazilIlan Goldfajn, deixará o cargo no banco para assumir a diretoria do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional) em 3 de janeiro de 2022. (Poder 360)

Desorganização na Cadeia Produtiva: Uma combinação de desorganização na cadeia produtiva causada pela pandemia de covid-19, alta do dólar e do aço e busca por automóveis com cada vez mais tecnologia fez disparar os preços dos veículos novos no país, movimento que se estende aos usados. Nos 12 meses até agosto, a variação do preço de automóveis novos foi de quase 10% (9,76%), segundo o IPCA, a inflação oficial do país. No caso de automóvel usado, essa variação foi ainda maior, de 12,48%. Os dois subitens aparecem entre oito primeiros de maior pressão na inflação medida pelo IPCA, que contempla 377 subitens, tanto em 2021 quanto nos 12 meses encerrados em agosto. (Valor)

Real Digital: O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que tem “bastante convicção de que o Brasil está avançando” nas discussões sobre o real digital. (Valor)

Crescimento dos Serviços: A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) passou de 5,8% para 6,2% a projeção para o crescimento do volume de serviços em 2021. A revisão vem após a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de uma expansão de 1,1% do indicador na passagem de junho para julho. (Valor)

Expedições de Papelão Ondulado: Em agosto, as expedições brasileiras de papelão ondulado recuaram pela primeira vez, na comparação anual, desde maio do ano passado, que foi o pior momento da pandemia de covid-19 para o setor, segundo dados preliminares da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel). A prévia dos indicadores mostra que o Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO) recuou 3,1% no mês passado, ante agosto de 2020, para 149,4 pontos (2005=100). Considerando-se os dados livres de influência sazonal, a prévia sinaliza retração de 2,2% do IBPO, para 145,8 pontos e o volume expedido foi de 326,783 mil toneladas. (Valor)

Desfaçatez 1: O presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, defendeu a atuação da estatal e disse que nem todas as alterações de preços de combustíveis têm relação direta com a companhia, atrelando como um dos fatores para o aumento o ICMS cobrado pelos estados. No entanto, durante o governo Temer, a Petrobrás alterou sua política de formação de preços para perseguir a paridade com o mercado internacional. Com isso, os preços de venda praticados passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil.  (Carta Capital) 

Desfaçatez 2:  O presidente Jair Bolsonaro segue afirmando que a alta dos preços devem ser compensadas pelos estados com a redução no ICMS. As declarações têm gerado reações de governadores que se negam a rever o imposto e culpam o governo por inabilidade para administrar a economia. (Carta Capital)

IBC-BR Sobe 1: O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,6% em julho, na comparação dessazonalizada com junho, conforme divulgado nesta quarta-feira (15) pela autoridade monetária. Em junho, o indicador teve alta de 0,92% (dado revisado de alta de 1,14%). Em relação a julho de 2020, por sua vez, houve alta de 5,53%. (Valor)

IBC-BR Sobe 2: No acumulado de 12 meses até julho o IBC-Br subiu 3,26%. Devido às constantes revisões, o indicador acumulado em 12 meses é mais estável do que a medição mensal. Por sua vez, no acumulado do ano até julho, na comparação com o mesmo período de 2020, o índice subiu 6,80%. (Valor)

Setor Serviços Cresce 1: Com o avanço da vacinação contra a covid-19 e a reabertura de boa parte das atividades em julho, o setor de serviços cresceu em 1,1% em julho, sobre junho, na quarta expansão mensal consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor está no maior nível desde março de 2016. Mas depois dessa recuperação considerada forte por economistas, dentro do esperado, o setor deve anotar crescimento mais moderado daqui para frente. (Valor)

Setor Serviços Cresce 2: Apesar da melhora (alta de 38,4% em apenas quatro meses), os serviços prestados às famílias são os únicos que estão abaixo do nível pré-pandemia (-23,2%). (Valor)

Exportações para Argentina Perdem Espaço 1: As exportações do Brasil continuam perdendo espaço para produtos da China na vizinha Argentina, ao mesmo tempo em que o Brasil continua a ser o principal mercado para as vendas argentinas. É o que mostra a Organização Mundial do Comércio (OMC). Conforme relatório da OMC que serve de base para o exame, na Argentina a parte das importações procedentes do Brasil caiu para 20,4% do total em 2020 comparado a 26% em 2012. Já a fatia da China nas importações argentinas aumentou consideravelmente nesse período, passando de 14,6% do total em 2012 para 20,4% no ano passado. (Valor)

Exportações para Argentina Perdem Espaço 2: Não é só o Brasil que perde terreno para os chineses. A fatia dos EUA nas compras externas argentinas caiu de 12,5% para 10,4% e da União Europeia (UE) de 17,1% para 15,6% entre 2012 e 2020. Por sua vez, os principais mercados de exportação para a Argentina eram o Brasil (14,5%), UE com 12,2% do total, a China com 9,6% e os EUA com 6,0% em 2020. (Valor)

Casa Verde Amarela Não Deslancha: Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o Programa Casa Verde Amarela quer ser utilizado como uma marca da campanha de reeleição de Bolsonaro. Mas o ritmo de contratações e execuções de obras está abaixo da expectativa do próprio governo. Além de modificar regras e oferecer melhores condições de acesso, o planejamento anunciado dia 15-09-2021 inclui uma expansão gradativa do orçamento em 2022 (10%), 2023 (12%) e 2024 (15%) para os programas de financiamento que integram a área de habitação popular. (Valor)

Desoneração da Folha de Salários: O acordo para que o governo não impedisse a aprovação do projeto de lei que prorroga até 2026 a política de desoneração da folha de salários para os 17 setores na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados  envolveu a perspectiva de que haverá mais etapas antes da votação final e a apresentação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) para substituir parte dos encargos sobre a folha por uma nova CPMF. Os 20% de encargos sobre os salários seriam substituídos por uma contribuição de 0,01% sobre movimentações financeiras, que funcionaria nos moldes da extinta CPMF. (Valor)

Redução dos Benefícios Tributários 1: O presidente da República encaminhou ao Congresso Nacional o Plano de Redução Gradual de Incentivos e Benefícios Fiscais acompanhado da proposição legislativa que concretizará os termos do mesmo, segundo nota da Secretaria-Geral da Presidência da República. O objetivo é que, ao final de oito anos, os benefícios tributários sejam mantidos em patamar igual ou inferior a 2% do PIB. (Valor)

Redução dos Benefícios Tributários 2 : O plano elaborado pela Receita Federal prevê um corte de mais de R$ 22 bilhões em gastos tributários, sendo R$ 15 bilhões cortados no primeiro ano. As demais reduções serão feitas gradualmente, por meio da não prorrogação de outros benefícios fiscais que já tinham data certa para serem encerrados e que não mais serão renovados. (Valor)

Aumento de Imposto: O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou um decreto dia 16-09-2021 aumentando as alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF). A medida foi anunciada como uma forma de bancar o novo Bolsa Família. A medida entra em vigor dia 20-09-2021 e afeta o IOF relacionado às operações de crédito de pessoas jurídicas e físicas e vai gerar um aumento de arrecadação estimado em R$ 2,14 bilhões. O ministro da Economia, Paulo Guedes, dizia que o governo de Jair Bolsonaro não aumentaria impostos. (Poder 360)

Auxílio Brasil: Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, o Auxílio Brasil vai atender cerca de 17 milhões de famílias. O benefício deve ser de aproximadamente R$ 300. Em 2021, o custo estimado pelo Ministério da Economia é de R$ 1,62 bilhão. Para 2022, a Economia reservou R$ 34,7 bilhões do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) para o Auxílio Brasil, mas esse valor deve chegar perto de R$ 53 bilhões caso o governo encontre uma solução para o “meteoro” de precatórios, que hoje consome o espaço que havia no teto de gastos para o novo Bolsa Família. (Poder 360)

PEC dos Precatórios: A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que parcela o pagamento dos precatórios da União. Foram 32 votos a favor e 26 contrários. Proposta segue agora para uma comissão especial, onde deverá ser modificada. O texto, enviado pelo governo ao Congresso, permite o parcelamento dos R$ 89,1 bilhões em dívidas judiciais que o governo deverá pagar em 2022. (Poder 360)

Inflação

Cálculo do Governo para Inflação 1: A previsão da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia com relação à inflação é de alta 7,90% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, em 2021. A previsão anterior, de julho, era de 5,90%. Para 2022, a estimativa é de 3,75%, contra 3,50% em julho. (Valor)

Cálculo do Governo para Inflação 2: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também do IBGE, deverá ficar em 8,40% de alta neste ano, ante os 6,2% projetados em julho. Para 2022, a projeção é 3,80% de avanço, contra 3,42% em julho. (Valor)

Governo e Ambiente Político

Desastre de uma Gestão: O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, encarnou ontem seu antecessor, o general Eduardo Pazuello, sempre pronto a atender aos caprichos do presidente Jair Bolsonaro, mesmo que isso significasse ir na contramão do que diziam especialistas no combate à Covid-19. Pior, como detalha Vera Magalhães, o fez para criar uma tripla cortina de fumaça a fim de desviar a atenção da falta de vacinas e dos caminhos que vem tomando a CPI da Pandemia. “O anúncio intempestivo em que recomendou a interrupção da vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos que não tenham comorbidades pegou técnicos, especialistas, governadores, prefeitos e pais de todo o país desprevenidos. Levou mais caos e desinformação ao programa de imunização”, diz Vera. Mas o que a fumaça pretendia esconder? 1) Que há “momento de apagão logístico no envio de vacinas”; 2) que a CPI tem em mãos documentos que acusam o plano de saúde Prevent Senior de omitir mortos em um estudo sobre cloroquina alardeado por Bolsonaro; e 3) que juristas peso-pesado estão auxiliando a CPI na tipificação dos diversos crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente. “Se alguém tinha esquecido o desastre que é esta gestão, Queiroga tratou de reavivar a memória de forma trágica”, conclui Vera. (Globo) (Meio)

Anvisa Discorda: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (Anvisa) divergiu do ministério manteve a recomendação de uso do imunizante da Pfizer em adolescentes de 12 a 17 anos. Segundo a agência, está em análise a morte de um jovem que havia sido vacinado. Mas, além de ser um caso isolado, não há até o momento qualquer indício de relação entre o óbito e a imunização. (Estadão) (Meio)

Pesquisa Datafolha 1: Mesmo com grande público, os atos com forte raiz golpista de apoio a Jair Bolsonaro (sem partido) não mudaram o cenário eleitoral para o ano que vem. Segundo o DataFolha, num eventual segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) venceria o atual por 56% a 31%. Os números indicam estabilidade em relação à pesquisa feita em julho (58% a 31%). Para o primeiro turno, a pesquisa joga um balde de água fria nos entusiastas da terceira via. Lula tem 44%; Bolsonaro, 26%; brancos e nulos, 11%; e só aí surge Ciro Gomes (PDT), com 9%. (Folha) (Meio)

Pesquisa Datafolha 2: Segundo o DataFolha, a reprovação do presidente chegou a 53%, seu pior índice, embora a oscilação em relação aos 51% registrados em julho esteja na margem de erro de dois pontos. A variação foi a mesma entre os que aprovam o presidente, que caíram de 24% em julho para 22% nesta semana. (Folha) (Meio)

Pesquisa PoderData: Pesquisa PoderData realizada de 13 a 15 de setembro mostra que o apoio ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro segue no mesmo patamar depois das manifestações a seu favor em 7 de Setembro. Mais da metade dos brasileiros (56%) se dizem favoráveis à saída do presidente do cargo. O percentual de apoio está acima de 50% desde o fim de maio. A marca vem no momento em que Bolsonaro também registra estabilidade nas taxas de aprovação e reprovação, que não tiveram variação expressiva nos últimos 15 dias. Agora, o presidente é avaliado como bom ou ótimo por 27% dos brasileiros e como ruim ou péssimo por 56%. (Poder 360)

MBL sem Força: Foram vazias as manifestações convocadas para o domingo em todo o país pelo Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua, pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Na Avenida Paulista, segundo os cálculos da Secretaria de Segurança Pública, havia cerca de seis mil pessoas. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, não chegou a mil. O MBL chegou a suavizar seu discurso — inicialmente o slogan era Nem Lula, Nem Bolsonaro — e assim atraiu parte da esquerda: PDT e PCdoB estavam presentes, assim como a UNE e a UJS. (Poder 360) 

Coluna do Estadão: “Bolsonaristas e petistas se uniram nas redes sociais para apontar o suposto fracasso dos protestos contra o presidente, que tiveram pouca gente nas ruas, mas pesos-pesados da política nos carros de som em São Paulo, como havia muito tempo não se observava em um ato. Ficaram evidentes duas lições: 1) o PT, por ora, não aceita alternativa que não seja a união em torno de sua liderança e da campanha de Lula; 2) o ato teve o tamanho do MBL e foi um retrato das dificuldades da terceira via.” (Estadão) (Meio)

Fernando Gabeira: “As pessoas precisam compreender que não basta vestir uma camisa amarela, saudar o mito e comer sua macarronada para alterar o curso da História. As coisas são bem mais complicadas. Também para os que sempre fizeram oposição a Bolsonaro. O fato de tanta gente aceitar bandeiras que derrubam a democracia deve nos levar a uma reflexão. Até que ponto basta apenas defendê-la de seus inimigos, sem examinar suas fraquezas e tentar fortalecê-la no cotidiano? Não é preciso apenas que Bolsonaro passe, mas que passem também as condições político-sociais que deram margem a essa ilusão coletiva. Na euforia do processo de redemocratização, não contávamos com retrocesso.” (Globo) (Meio) 

Suspensão Temporária: Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou pela suspensão temporária da medida provisória (MP) que dificulta a remoção de conteúdo das redes sociais. A MP altera o Marco Civil da Internet e foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera dos atos de 7 de Setembro, para evitar que publicações de seus apoiadores fossem retiradas do ar. (Valor)

Beneficiando sua Base Política: Bolsonaro fez mais um movimento para cortejar sua base armada ao criar, via medida provisória, o Habite Seguro, um programa habitacional subsidiado para policiais, bombeiros, agentes penitenciários, peritos e guardas municipais. A União vai entrar com R$ 100 milhões. (G1) (Meio)

Pedido de Suspensão da MP: O procurador-geral da República, Augusto Aras, recomendou ontem ao STF que suspenda liminarmente a validade da MP que alterou o Marco Civil da Internet até que o mérito das ações contra ela seja julgado. Editada por Jair Bolsonaro no dia 6 e apelidada de MP das Fake News, a medida impede que provedores e redes sociais retirem do ar conteúdo que viole suas regras, como discurso de ódio e propagação de notícias falsas. Paralelamente, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o Legislativo deve se manifestar ainda nesta semana sobre a constitucionalidade da MP. (CNN Brasil) (Meio)

Sobrepreço nos Tratores: Após um relatório da Controladora Geral da União apontar sobrepreço na compra de tratores outros equipamentos agrícolas, o governo federal suspendeu os contratos de até R$ 3 bilhões que seriam movimentados por emendas parlamentares do “orçamento secreto”. (Estadão) (Meio)

MP das Fakenews: O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), devolveu dia 14-09-2021, ao Executivo, a medida provisória que alterava o Marco Civil da Internet. Editada na véspera dos atos de 7 de setembro e apelidada de MP das Fake News, ela proibia redes sociais e provedores de  retirarem do ar conteúdos como discurso de ódio e notícias falsas. Pacheco argumentou o tema já tramita em projetos no Congresso. Com isso, todos os efeitos da MP ficam anulados. (G1) (Meio)

Opinião do Presidente: Antes da derrota, Bolsonaro minimizou o peso das notícias falsas: “Fake news faz (sic) parte de nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Não precisamos regular”, disse. (UOL) (Meio)

Impeachment de Bolsonaro: De um lado, a cúpula da CPI da Pandemia acredita já ter farto material para acusar Bolsonaro de crime de responsabilidade. De outro, sabe que o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), não moverá uma palha para iniciar um processo de impeachment. Por isso, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que vai propor mudanças na lei estabelecendo um tempo máximo para que os pedidos de afastamento sejam analisados. Se o presidente da câmara não o fizesse no prazo, a denúncia iria para o plenário. (Estadão) (Meio)

Recadinho para a ONU: Jair Bolsonaro mandou avisar que não vai se vacinar para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, tradicionalmente aberta pelo discurso do chefe de Estado brasileiro. Segundo fontes do governo, por se tratar de uma missão oficial, será exigido somente um teste recente de Covid-19, além do uso obrigatório de máscaras. (UOL) (Meio)

Marco Temporal: Contrário ao fim do marco temporal, Jair Bolsonaro apelou aos ministros do STF para que não derrubem, sob o risco “repercussões catastróficas pra o agronegócio”. Indicado por Bolsonaro para a Corte, Nunes Marques já atendeu. (Globo) (Meio)

Oposição Unida se Movimenta: Representantes de nove partidos de oposição se reuniram ontem em Brasília para iniciar o planejamento de manifestações contra o governo Bolsonaro nos dias 2 de outubro e 15 de novembro. PT, PSOL, PC do B, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade decidiram convidar também para os debates o MBL e outras forças de direita e centro-direita que organizaram atos no último domingo, além de partidos desse campo ideológico. (Folha) (Meio)

Quarentena Aprovada na Câmara: Os deputados aprovaram na noite do dia 15-09-2021, por 273 votos a favor, 211 contrários e três abstenções a criação de uma quarentena para juízes, integrantes do MP, militares e policiais poderem disputar cargos eletivos. Eles terão de deixar suas funções quatro anos antes do pleito, o que fará a regra valer somente para o pleito de 2026. O tema já havia sido excluído do novo Código Eleitoral, mas voltou graças a uma manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Globo) (Meio)

Política de Preços da Petrobras: O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reiterou as cobranças à Petrobras sobre a política de preços dos combustíveis e disse que as explicações dadas pelo presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, aos deputados não foram satisfatórias. (Valor)

Meio Ambiente, Sustentabilidade e Energia

Mudanças Climáticas: As mudanças climáticas podem forçar 216 milhões de pessoas em seis regiões do mundo a migrarem dentro de seus próprios países até 2050. Focos desse movimento interno devem surgir já no final desta década e se intensificarem nos 20 anos seguintes se nada for feito para conter o aquecimento global. As conclusões são do relatório “Groundswell 2.0”, divulgado pelo Banco Mundial. Ações imediatas para reduzir as emissões globais e apoiar o desenvolvimento de projetos verdes podem reduzir esse movimento migratório previsto em 80%, diz o estudo. (Valor) (Meio)

Crédito de Carbono: A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, um estudo sobre mercado de carbono. A medida envolve análises de experiências internacionais abordando iniciativas da União Europeia, do México, do Japão e da Coreia do Sul, além do Western Climate Initiative (WCI) no Canadá e Califórnia. O objetivo é apontar elementos comuns que possam ser úteis para a reflexão sobre a governança de um mercado de carbono no Brasil. (Valor)

Ambiente Social, Emprego e Renda

Armas de Fogo Desaparecidas: Nos últimos cinco anos, 12.555 armas de fogo desapareceram no Brasil, segundo dados da Polícia Federal. Em geral revólveres e pistolas, elas foram extraviadas de empresas privadas de segurança, seja por roubo, furtou ou perda sem maiores explicações. Pelo menos nos dois primeiros casos as armas têm como destino certo o crime. (Poder360) (Meio)

A Covid-19 Matou Mais: Em 2020, a Covid-19 matou mais que a soma de infarto, diabetes e pneumonia no Brasil. Foram 190,2 mil vítimas dessas três doenças, contra 194,9 mortos pelo coronavírus, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação junto aos estados. Dentro do DataSUS, do Ministério da Saúde, a Covid foi jogada na categoria “vírus não especificados”, mas os números dos estados permitiram chegar a um resultado. (Globo) (Meio)

Lares sem Renda: A pandemia aumentou o percentual de lares sem renda do trabalho no Brasil, e a recuperação do quadro ainda não ocorreu de maneira completa. É o que indica estudo divulgado dia 17-09-2021 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No segundo trimestre de 2021, a proporção de domicílios sem renda do trabalho foi estimada em 28,5% – quase três em cada dez. Na prática, o percentual significa que 46 milhões de pessoas sobreviviam em residências sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais, estima o pesquisador do Ipea Sandro Sacchet, autor do estudo. (Valor)

Ambiente Tecnológico

Adiamento do 5G: O conselheiro Moisés Queiroz Moreira, da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pediu vista (mais tempo para análise), no dia 13-09-2021, do processo que discute o edital do leilão do 5G. O argumento foi que o processo precisa de mais tempo de discussão e análise. Afirmou ainda que retornará com o processo o “mais breve possível” em reunião extraordinária. (Poder 360)

Cibercrimes 1: A União Internacional de Telecomunicações (UIT) recomenda ao Brasil tomar mais medidas para continuar melhorando sua segurança contra o cibercrime e sua posição no Índice Global de Segurança Cibernética (GCI, na sigla em inglês), que mede o compromisso dos países nessa área. (Valor)

Cibercrimes 2: Entre 2018 e 2020, o Brasil melhorou sua posição no ranking do CGI, passando de 70ª para 18ª entre 193 países. O índice enfatiza cinco pilares que influenciam a construção da cultura de cibersegurança de uma nação: jurídica, técnica, organizacional, capacitação e cooperação. (Valor)

The Facebook Files: Uma nova investigação do ‘Wall Street Journal’ revelou que o Facebook mantém um grupo de usuários, que inclui celebridades e políticos, fora de suas regras de conduta. Segundo o jornal americano, a rede social criou um sistema chamado XCheck para poupar a lista de algumas ou, em certos casos, de todas as regras que se aplicam aos demais usuários. A denúncia foi feita com base em documentos que o WSJ diz ter obtido. Em 2020, o XCheck chegou a ter ao menos 5,8 milhões de nomes, entre eles Neymar e Donald Trump. (Wall Street Journal) (Meio)

Carros Autônomos Farão Entregas: A Ford anunciou um novo serviço de entrega com carros sem motorista. Em parceria com a rede de supermercados Walmart e a Argo AI, plataforma de sistemas para direção autônoma, as entregas serão realizadas nas cidades americanas de Miami, Austin, Texas e Washington ainda neste ano. O serviço usará carros da Ford equipados com o sistema de direção automática para entregar pedidos do Walmart no dia seguinte ou no mesmo dia da compra dentro de áreas definidas e em núcleos urbanos. (Época Negócios) (Meio)

Óculos Inteligentes da Xiaomi: A fabricante chinesa de smartphone Xiaomi apresentou seus novos óculos inteligentes. A tecnologia é integrada com funcionalidades de um celular, como fazer chamadas, criar rotas no GPS, captura e leitura de mensagens. O primeiro modelo do “Smart Glasses” foi divulgado nesta semana, mas ainda não tem data para ser comercializado. Os óculos inteligentes funcionam de maneira independente, assim como um smartphone, e contam com câmera frontal de 5 MP, telas microled e um sinalizador luminoso que indica quando ela está funcionando. Além disso, tem microfone integrado capaz de transcrever áudio e traduzi-lo em tempo real. (CNN Brasil) (Meio)

Automação no Brasil: O secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, disse que o governo enxerga forte possibilidade de negócios no business-to-business (B2B) com a vinda do 5G, em especial na área voltada para a internet das coisas. Disse ainda que 98% das empresas brasileiras utilizam a internet, e o uso da nuvem para armazenamento e processamento de dados está aumentando. Contudo, reconhece que a automação no Brasil está aquém do esperado. (Valor)

Ambiente Empresarial

Pedidos de Recuperação Judicial: O número de pedidos de recuperação judicial aumentou 50% em agosto ao chegar aos 111, contra os 74 do mês anterior. De acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, o mês de agosto foi o que registrou o maior número de pedidos desde o começo de 2021. As informações são da Agência Brasil. (Valor)

Ambiente Internacional 

Crescimento da Economia Mundial: A economia mundial crescerá 5,3% neste ano, a mais rápida expansão em 50 anos, com alguns países tentando restaurar, ou mesmo superar, seu nível de produção de 2019, segundo projeções da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). No entanto, a entidade aponta para uma retomada desigual e cheia de incertezas, com desaceleração para 3,6% no ano que vem. (Valor)

Inflação nos EUA: A taxa de inflação dos Estados Unidos deve chegar a 5,2% ao ano a partir de agora, de acordo com a Pesquisa de Expectativas do Consumidor de agosto, divulgada dia 13-09-2021, pelo Federal Reserve Bank de Nova York. A leitura é a mais alta desde que a pesquisa foi publicada pela primeira vez em 2013. Os altos preços das commodities, a escassez de mão de obra e as cadeias de abastecimento apertadas estão levando a custos mais altos. (Valor)

Doing Business: O Banco Mundial cancelou em definitivo a publicação do “Doing Business”, um importante relatório que avaliava o ambiente de negócios em todo o mundo, após uma investigação concluir que diretores da entidade pressionaram funcionários a alterar dados que afetavam a classificação da China e de outros países no ranking. O Banco Mundial suspendeu a publicação do “Doing Business” em agosto do ano passado. Na época, a entidade afirmou que “uma série de irregularidades” havia sido constatada nas edições de 2018 e 2020 do relatório, publicadas em outubro de 2017 e 2019, respectivamente. (Valor)

Notas econômicas: fontes

Jornal Valor, Globo, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Poder 360, UOL, CNN Brasil, Época Negócios e G1.

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