Nas Notas de Conjuntura, destaque para a interpretação dos efeitos iniciais do governo Trump e os avanços da direita extrema
Radar dos absurdos nacionais e globais
Homens de negócios passam os seus tratores sobre o país
Eles são homens de negócios, comerciantes, masculinistas, fazem qualquer coisa para acumular mais e mais riqueza. Desprezam os pobres e a pobreza. Usam a religião e propostas conservadoras, que nem eles respeitam, e os meios de comunicação para enganar a população em processos eleitorais. Os donos de tratores políticos e econômicos” são, mais uma vez, vitoriosos na “renovação” das lideranças no Congresso Nacional. São os homens poderosos que vão definir os rumos da política brasileira nos próximos anos.
A eleição do paraibano Hugo Motta, do Partido Republicanos,, para a presidência da Câmara dos Deputados e Davi Alcolumbre para o Senado é a vitória das moscas, segundo a definição do cientista político Rudá Ricci. Os homens de negócios dominam integralmente todo o cenário do Congresso Nacional. A composição das mesas diretoras confirma o descontrole da sociedade sobre os seus representantes.
Hugo teve o apoio de Arthur Lira (PP-AL), que deixa o cargo após dois mandatos consecutivos e uma ficha interminável de denúncias e domínio de poder. Ao assumir o cargo, o novo presidente deixou clara a sua disposição em preservar o “direito” dos parlamentares fazerem o que bem entenderem no processo parlamentar.
E daí: a sina brasileira
Não é um acontecimento isolado. É um processo. Ulisses Guimarães antecipou a tendência ao comentar, nos anos 1980 que, “você só diz que esse Congresso é ruim porque ainda não viu o próximo”. Em cerca de 40 anos, a avaliação do constituinte pelo PMDB não só é confirmada. É uma sina, capaz de destruir qualquer expectativa de que a democracia tradicional seja a saída para os problemas brasileiros.
É o dinheiro que interessa, acima de tudo. O Blog do Noblat mostra que as verbas de emendas parlamentares dispararam desde 2020. Nos últimos cinco anos, foram movimentados R$ 148,9 bilhões, valor mais de quatro vezes superior aos R$ 32,8 bilhões do ciclo anterior, de 2015 a 2019. É isso que move o parlamento.
Tendência: a sociedade irrelevante
De onde não se espera nada de bom, daí que nada de bom vai sair mesmo. Do ponto de vista do governo, o cenário tende a só piorar. Em especial, porque, em 2025, o pior congresso do momento e seus aliados vão preparar o campo para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quem tiver vontade ou capacidade de enxergar além do óbvio, vai perceber a degradação acelerada da política, com a baixa qualidade intelectual e ética dos parlamentares que dominam o cenário político. Não haverá espaço para a viabilização de qualquer projeto que vá contra os interesses dos homens de negócios da política e que possa favorecer a população.
Respiro de sanidade
A deputada federal Carla Zambelli teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. A decisão ainda precisa ser referendada pelos tribunais superiores.
Cenário internacional
Cenário global
Os EUA embalam os avanços da direita
Idiotas brasileiros saíram da toca onde escondiam o radicalismo e a limitação cognitiva. Marcelo Mota, dono de um selo musical de black metal e servidor público federal publicou foto nas redes fazendo gesto nazista. Moradores da cidade de Catanduva, no interior paulista, publicaram um vídeo em que repetem o gesto do bilionário Elon Musk na posse do presidente Donald Trump.
O presidente segue absoluto na atração do noticiário global, pelo menos do lado de cá do chamado Ocidente, com demonstrações de ódio aos imigrantes, em especial. Nos meios de comunicação, reportagens mostram que moradores dos Estados Unidos vivem o medo de serem identificados como imigrantes.
Uma mãe e seus filhos, todos nativos, foram levados a uma delegacia porque conversavam em espanhol do supermercado. Crianças foram denunciadas por seus professores. Na Flórida, estado fortemente de direita, a polícia foi autorizada a realizar a caça a imigrantes.
O momento é de muita gravidade, ao esbarrar no imobilismo da sociedade. Diante da ausência de resistência, um e-mail interno obtido pelo site Político, dos EUA, denuncia que funcionários do Departamento de Agricultura receberam ordens de excluir páginas que discutem mudanças climáticas em sites da agência e documentar referências sobre mudanças climáticas para análise posterior.
Ignorância
Donald Trump acusa o Brasil de ser protecionista contra produtos dos EUA e de que os brasileiros não gostam dos estadunidenses. Esquece apenas o tamanho da participação das empresas do país no PIB brasileiro.
- Funcionários do Departamento de Educação são afastados por participarem de treinamento sobre diversidade
Nem tudo é paralisia
Trump anunciou aumento de tarifas sobre produtos do Canadá, México e China, desencadeando provável guerra comercial. A decisão gerou respostas dos governos de Justin Trudeau e Claudia Sheinbaum, que prometeram agir com imposição de taxas próprias.
Alemanha e Argentina registraram mobilizações de populares contra o avanço da extrema direita.
China surpreende EUA na corrida pela inteligência artificial
A corrida tecnológica entre China e Estados Unidos ganhou um novo capítulo em 2025 com o lançamento do DeepSeek-V3, uma avançada solução de inteligência artificial desenvolvida por um laboratório chinês. O modelo inovador promete realizar buscas de dados com velocidade e precisão inéditas, desafiando a hegemonia dos Estados Unidos no setor.
Capaz de integrar grandes volumes de informações e cruzar dados de múltiplas fontes, o DeepSeek-V3 identifica padrões com maior eficiência do que seus antecessores, como o ChatGPT. Especialistas apontam que a tecnologia pode transformar áreas como pesquisa científica, inteligência de mercado e desenvolvimento de produtos.
Conforme destaca o site da revista americana Forbes, o avanço chinês gerou preocupação nos Estados Unidos, onde líderes de mercado e autoridades avaliam formas de manter a dianteira na corrida tecnológica. A China vê nessa conquista uma oportunidade de se consolidar como uma potência tecnológica e reduzir a dependência de tecnologias norte-americanas.
NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações
Publicação do Radar do Futuro, circula nos domingos.
Produzido por Carlos Plácido Teixeira e Heraldo Leite
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Em resumo
