Nas Notas de Conjuntura, destaque para a o clima de confusão espalhada pelos movimentos de extrema direita. O mundo está em suspense
CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro
ACONTECIMENTOS E TENDÊNCIAS
O mundo em ebulição
O desgaste das percepções da população sobre o papel do Estado favorece a disseminação do discursos sobre a “regulamentação do pix”, que colocou o deputado federal mineiro Nikolas Ferreira como centro do noticiário da semana. O fim da democracia é o alvo.
Explorando a desconfiança, que contamina o inconsciente das massas, o parlamentar disseminou a falsa notícia — fakenews — que transformou a intenção de monitoramente de recursos individuais, determinada por portaria da Receita Federal, em “taxação do pix”.
A mentira ganha vigor porque há um ambiente ideal, que combina a descrença absoluta nas instituições com o desalento. A população embarca em qualquer bobagem contra governos. No processo de destruição planejada, há a lógica de manter eventos sequenciais. Basta lembrar que o pântano contaminado pelas crenças e valores da extrema direita teve outro evento recente com as especulações que uniram profissionais do sistema financeiro, investidores e profissionais da imprensa na construção de especulações, que resultaram na alta do dólar.
E daí
A reação da deputada federal Érica Hilton, do Psol do Rio de Janeiro, com argumentos que destróem a mensagem de Nikolas importa ao alcançar 30 milhões de interações, é verdade. Mas são 10% do que o deputado mobilizou. O governo também reage. Em meio às polêmicas geradas pela medida que acabou revogada, a troca de comando da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) foi realizada. Sidônio Palmeira assumiu a vaga de Paulo Pimenta, e deu início a outras mudanças na estrutura do governo. Mas o desafio continua a ser enorme.
Tendência
Nesta mesma semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi obrigado a gravar um vídeo falso, em que ele teria dito que promoveria uma taxação geral do pix. Era um “deep fake“, um vídeo falso gerado por inteligência artificial.
O cenário vivenciado por deputados, governo e pela sociedade, mobilizada pela generalização da descrença em instituições públicas, tende a se consolidar como padrão. O Estado, como representante da população, é destroçado como alvo de fake news e deep fakes. O ar é tenso. Carbono puro, irrespiravel.
Trump abre portas para o guarda da esquina
Se havia alguma dúvida sobre a data em que a revolução digital tem início oficial, marcando o fim da revolução industrial de mais de 200 anos atrás, não há mais motivos para dúvidas. Historiadores podem adotar o dia 20 de janeiro de 2025, momento em que o empresário Donald Trump assume a presidência dos Estados Unidos pela segunda vez.
O jornalista Jamil Chade, correspondente internacional e referência em geopolítica, entrevistado do programa TVGGN 20H, contou que terá início nesta segunda-feira, um mundo absolutamente assustador – especialmente após o conluio do bilionário presidente com os magnatas das redes sociais, que dão continuidade à relação história do setor privado americano com o poder.
Na avaliação de Georde Monbiot, colunista do The Guardian, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk lançaram uma guerra de classes flagrante, da qual não têm vergonha ou embaraço para esconder seu envolvimento no ataque aos pobres.
O novo presidente pode até decepcionar — entre aspas — os seus seguidores. Afinal, a política na prática, da convivência da diversidade de atores, não é a mesma das ameaças antes da posse. Mas haverá um elemento definidor do cenário: a ação do “guarda da esquina”, a figura empoderada que ganhou vida durante a ditadura no Brasil. Será o sujeito da extrema direita, como os bolsonaristas brasileiros, que vão achar que podem tudo.
Democracia, mas nem tanto
Naquele estranho país ao norte do Equador, somente duas emissoras de TV receberam credencial para a posse do laranjão. Até a CNN – a original da metrópole não a franquia brasileira da colônia – ficou de fora. Os ‘comunistas’ NY Times e Washington Post? Fora também.
No Brasil, silêncio absoluto. Na mídia hereditária nem um pio. Nem uma linha, nem um murmúrio de protesto, muito menos um caudaloso e verborrágico editorial contra a censura, ou violação da liberdade de expressão.
Trégua temporária
Tendência
Luxo e segregação sem pudor
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), afirmou, ao participar da abertura de festa tradicional de Pomerode, cidade de colonização alemã, que a cidade “se destaca pela cor da pele das pessoas”.
O site Outras Palavras denunciou uma campanha que pede o fim das esmolas e associa população de rua à tuberculose e violência. “Não ofereça alimentos”, “Evite contato físico: risco de transmissão de doenças”, “Cuidado: podem ser violentos” e “Fotografe o infrator e denuncie às autoridades competentes” são algumas das dicas que o panfleto traz. (outras palavras)
NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações
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Em resumo