Visitas virtuais serão o novo padrão, graças aos preços mais acessíveis das tecnologias.
Carlos Teixeira
Jornalista – Radar do Futuro
Pressionado por mudanças no perfil do consumo do mercado interno, inclusive pelo baixo crescimento e por incertezas quanto ao futuro, o mercado imobiliário será desafiado no curto prazo a aprender, verdadeiramente, a explorar ferramentas e estratégias de análise de informações. Será preciso aprendeer a extrair conhecimentos do fenômeno tecnológico denominado de “big data”, definido como o volume excepcional de dados disponíveis na internet. Os melhores resultados serão obtidos por quem souber acessar informações sobre perfis e comportamentos de clientes e novos movimentos do mercado, entre outras questões.
Na busca por oportunidades de mercado, a análise de dados servirá, inclusive, para identificar, por exemplo, onde estão os potenciais compradores. Sim eles continuam existindo, assim como as cerimônias civis e religiosas que levam mais gente a mudar de casa.
Mas para chegar às pessoas com poder aquisitivo, mesmo com o cenário adverso que deverá prevalecer por anos, são necessárias novas estratégias. Os empresários e corretores devem criar ações personalizadas de comunicação mais eficazes para alcançar os grupos que permanecem imunes à crise.
O monitoramento de concorrência ganha importância maior diante da entrada em cena de novos investidores interessados em gerar novos produtos e serviços que alteram a forma como as atividades se desenvolvem no setor. O mercado, de uma forma geral, vive o momento de expansão dos negócios envolvendo aplicativos, em especial sistemas que têm impacto sobre rotinas e focam na desintermediação dos negócios.
CENÁRIO
Nos próximos três anos, pelo menos, o cenário do mercado imobiliário tenderá a permanecer travado. Os empresários serão exigidos no desenvolvimento de estratégias criativas para garantir vendas de imóveis e fortalecimento das carteiras de aluguel. O segmento de locação residencial deve manter os melhores resultados na contabilidade de empresas e profissionais autônomos.
Pressionado pelo alto desemprego, o comprador de imóveis potencial se mantém na defensiva, retraído, esperando que, no atual momento de queda das vendas, os preços de imóveis continuem caindo e que a economia dê sinais reais de melhora. O que não deve acontecer. Quem tem recursos disponíveis ainda acha que os imóveis estão excessivamente caros.
Novos aplicativos chegarão ao mercado para reforçar a tendência aberta por sistemas como o Uber, no segmento de taxis, e Airbnb, na área de hospedagem. Especialistas em tecnologias e investidores em empresas iniciantes, as startups, apostam na expansão de oportunidades que têm como foco a desintermediação e a digitalização de rotinas.
Não basta, entretanto, apenas investir na presença na internet, criando aplicativos ou novos sites. É essencial entender, também, que, genericamente, o consumidor tem acesso à internet como meio prioritário de busca por informações, de comunicação e de realização de negócios. Não adianta mais esconder os dados sobre a localização de um imóvel à venda ou para locação. O internauta localizará.
A agregação de mais informações de geolocalização, como a identificação de serviços de apoio disponíveis, condições de trânsito e estrutura comercial próxima será regra geral, dentro de um escopo de fornecimento de dados para a tomada de decisão. Compradores não querem apenas procurar imóveis, querem localização.
Outros serviços também deverão ser agregados, como a gestão de listas de fornecedores de prestadores de serviços. Aliás, importante considerar que, no modelo futuro de funcionamento dos mercados, parcerias das cadeias de fornecedores tendem a ser uma prática comum.