* Ana Paula Simões
A ciência médica está continuamente fazendo avanços rápidos: novos medicamentos e tratamentos são desenvolvidos e introduzidos no mercado a cada ano, mas podemos aproveitar melhor esses avanços levando a evolução em consideração.
Há pouco tempo usávamos gesso para tratar fraturas e hoje as órteses removíveis com seus velcros sempre com sua proposta inovadora, de fácil remoção e facilitadora de ganho de mobilidade vieram possibilitar fazer a fisioterapia precoce e está ganhando cada vez mais espaço na ortopedia.
Na área esportiva suplementos entram e saem da moda, dietas entram no mercado inovando e prometendo resultados e em meses muda-se ou evolui o raciocínio algumas vezes até voltando atrás em pensamentos antes ditos como errôneos. Assim foi com o ovo que passou de vilão à mocinho!
Como todos os sistemas biológicos, ambos os organismos causadores de doenças e suas vítimas evoluem. Compreender a evolução pode fazer uma grande diferença na forma como tratamos a doença. A evolução dos organismos causadores de doenças pode ultrapassar nossa capacidade de inventar novos tratamentos, mas estudar a evolução da resistência aos medicamentos pode nos ajudar a retardá-los. Aprender sobre as origens evolutivas das doenças pode fornecer pistas sobre como tratá-las. E considerando os processos básicos da evolução pode nos ajudar a entender as raízes das doenças genéticas e como dominá-las.
Já em 2014 se falava sobre terapia genética e plasma rico em plaquetas como uma novidade no tratamento de lesões, com capacidade inovadora de ajudar na recuperação. Mas a liberação do uso foi autorizada para fins acadêmicos e de pesquisa pela ANVISA em 2015.
E assim aguardaremos os novos passos e resultados da utilização da terapia genética, tratamento com células mesenquimais, células tronco e plasma rico em plaquetas na utilização de tratamento das lesões.
A evolução da medicina nos ajuda a resolver problemas biológicos que afetam nossas vidas e contamos sempre em ficar um passo à frente das doenças patogênicas, buscando sempre as terapias menos invasivas com resultados mais eficazes e rápidos. Mas os pesquisadores devem entender os padrões evolutivos dos organismos, os genes causadores de doenças e devem também saber controlar nosso sistema de reparação tecidual de forma ordenada. Dessa forma, com o conhecimento da evolução e sempre nos atualizando, poderemos melhorar a qualidade da vida humana.
E assim avançamos!
- Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.