Uma dos pioneiras nesta seara, a Mkt4Edu, disponibiliza AI para toda a cadeia de matrículas do Ensino Superior, do atendimento até às provas
As tecnologias digitais foram além dos limites do que se costumava considerar como uma característica iminente de um ser humano e hoje reúnem uma ampla gama de competências, como reconhecimento de imagens, padrões de pensamento, tomada de decisões, comunicação, ajuste do contexto de uma afirmação a uma situação, entre outras.
Por isso, o uso da inteligência artificial entra hoje como ferramenta para auxiliar a condução de vestibulares por todo o país. A Mkt4Edu dispõe dos chamados bots, ou seja, robôs que auxiliam desde os processos de atendimento ao usuário até à conclusão da matrícula quando necessário. “Isso é muito inovador porque até então eles eram usados em apenas uma das pontas da cadeia”, diz Gonçalves, CEO da Mkt4Edu, que aponta que muitas já utilizam o sistema completo que permite desde o atendimento online, realização da prova, correção e matrícula sequenciada, caso assim o estudante queira.
“Acreditamos muito neste novo modelo, que veio para ficar. Na revista científica Management, por exemplo, o pesquisador Kaczorowska-Spychalska explica que os chatbots mais avançados podem resolver problemas e entender as intenções dos usuários. Ou seja, é um método ganha-ganha, produtivo para o estudante interessado no curso e produtivo para a faculdade”, afirma.
Segundo Gonçalves os chatbots evoluídos da Mkt4Edu permitem que o sistema seja alimentado com dados em linguagem natural da interação histórica do cliente, que é processado por um sistema inteligente que aprende a sugerir automaticamente respostas ao cliente em formato de texto.
Sobre o processo de vestibular que já está sendo aplicado por meio de IA, ele ressalta a vantagem de poder ser realizado em qualquer dia e qualquer hora, o que otimiza o tempo do vestibulando: “em 2020, descobriu-se como a tecnologia poderia ser mais aproveitada. Muitos aderiram às videochamadas para reuniões de trabalho, o que não comprometeu o conteúdo, apenas economizou tempo em deslocamento. O mesmo começa aos poucos a valer para processos seletivos”.
Na faculdade Descomplica, que é totalmente online e tem atuação nacional, as inscrições para as turmas de agosto começaram em maio e 30% dos matriculados realizou o processo online, desde a escolha do curso, passando por inscrição, opção pela aplicação do Enem ou da prova de redação, até a matrícula.
“Apenas a correção fica a cargo do professor. O aluno é informado sobre a aprovação cerca de duas horas depois, por e-mail, e é redirecionado a um bot para realizar a matrícula”, conta Daniel Pedrino, presidente da faculdade, que conta que irá repetir o processo de vestibular via inteligência artificial, no fim do ano, para as turmas de 2021.
Bruno Barreto, diretor de marketing da Unifacisa, também relata que o ganho com o uso de inteligência artificial, desde o início da pandemia, foi primordial para o pleno atendimento dos alunos, uma vez que a ferramenta foi responsável por informar sobre questões a respeito de volta às aulas, maior prazo para pagamentos e reimpressão de boletos.
“Sem dúvida, nos ajudou a diminuir o gargalo no volume de demandas e o mais interessante é que como um ser humano um robô aprende e ganha repertório quanto mais ele recebe informações. Ou seja, conforme os alunos faziam perguntas ao bot, mais ele ganhava conhecimento para responder futuras questões”, explica Barreto.
Para a Unifacisa, aliás, foram desenvolvidas duas inteligências artificiais pela Mkt4Edu, uma para atender aos alunos e outra para o processo de captação, que orienta sobre o processo seletivo e está aberto até meados de setembro.
Gustavo Gonçalves do Mkt4Edu enfatiza que a adoção da inteligência artificial é algo para agora e já está se desenvolvendo no Brasil e no mundo. Segundo relatório da consultoria Juniper Research (2018), a adoção de chatbots nos setores de varejo, bancos e saúde proporcionará uma economia de custos de US$ 11 bilhões por ano até 2023. O relatório também prevê que as empresas economizarão de 2,5 bilhões de horas até 2023 nesses setores. “São esperados resultados semelhantes para outras áreas como o setor da educação”, completa o CEO.