Carlos Teixeira
Jornalista – Futurista I Radar do Futuro
Próximo da terceira década do milênio, chegou o momento em que a realidade virtual explode como fonte geradora de negócios realmente inovadores. Muito além das simulações de montanhas russas montadas em shopping centers ou em apresentações de imóveis. O que vem pela frente são experiências como a desenvolvida pela Immerse, uma startup que se propõe a fornecer a melhor experiência possível de aprendizagem online de idiomas, com recursos avançados para indivíduos, empresas e escolas.
A ideia é conceitualmente simples. A plataforma na internet coloca estudantes de idiomas e professores especializados em um mesmo ambiente de simulação, com o apoio de óculos de realidade virtual. “É a primeira plataforma destinada a transformar o aprendizado tradicional de línguas estrangeiras em experiência imersiva”, garante Quinn Taber, criador e CEO da empresa, lançada no mercado global oficialmente no início de fevereiro.
A reprodução de ambientes e a possibilidade de interagir com professores nativos são dois pontos fortes da iniciativa. Isso significa que um estudante de francês vai transitar por Paris sob a supervisão de um tutor francês. Assim como um outro estudante de inglês, que recebe suporte de um norte-americano para passear ou fazer negócios Nova York.
Tendências
Interatividade, experimentação, comunicação digital e novos equipamentos são algumas forças motrizes que favorecem a Immerse e outras empresas que lidam com a realidade virtual no segmento da educação a distância, um dos que devem ter maior crescimento nos próximos anos. Soluções que permitem a pessoas interagir e explorar mundos gerados por computador estão sendo cada vez mais adotadas tanto em áreas de serviços quanto na indústria.
A tecnologia se beneficia fortemente, agora, do amadurecimento e poder das tecnologias de informação e comunicação, com destaque para a capacidade disponível de processamento de dados e de transmissão de informações. Na prática, experimentações envolvendo realidade virtual existem há algum tempo. A grande diferença é que há hardware e software suficiente para rodar as inovações, mesmo com o uso do mais simples smartphone.
O mercado aposta fortemente na tendência de crescimento exponencial da oferta de soluções de realidade virtual em atividades de ensino e treinamento. Desenvolvedores acreditam que 2019 verá a introdução, por exemplo, de novos equipamentos, como os óculos, capazes de oferecer maior autonomia e independência para os usuários. Além disso, os usuários tendem a encontrar ambientes digitais propícios para a sociabilização e a colaboração.
Experiência pessoal
Interação com outras pessoas, em ambientes com, no máximo cinco pessoas, é uma das possibilidades oferecidas pelo curso do Immerse. “No mundo virtual, os professores assumem a função de guias, convidando os alunos a mergulhar na cultura local”, assinala o CEO Quinn Taber. O desenvolvimento das propostas que resultaram na criação da Immerse teve a inspiração da história do próprio executivo.
Formado em economia na Universidade Pepperdine, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos, antes de completar 23 anos partiu para uma viagem a quase 50 países. Se fixou no Oriente Médio como voluntário no apoio a refugiados da Síria e Iraque. A fluência e o domínio do idioma árabe só foram obtidos de fato em um programa de imersão realizado na Jordânia, onde teve aulas com uma beduína de idade, durante seis horas por dia.
Quinn Taber constatou, de forma prática, as vantagens do estudo do idioma com vivência e convivência com pessoas nativas. Para ele, a melhor maneira de aprender um idioma é ter “conversas reais, com pessoas reais, em lugares reais”. Da experiência resultou a proposta e a criação da escola on-line, para capacitação de alunos ao aprendizado da língua com o uso de plataforma de realidade virtual.
Lançamento
Fundada em 2017, a Immerse recebeu apoio da Incubadora Wayfinder, em Irvine, do USC Edventure Accelerator, em Los Angeles, e da Praxis Lab, em Nova York. Após 18 meses de desenvolvimento, a startup foi oficialmente lançada no início de fevereiro. A produção levou em conta, então, pesquisas que mostram o aumento da retenção em três a cinco vezes dos alunos envolvidos pela realidade virtual.
Os linguistas concordam que a melhor maneira de aprender um idioma é através de uma abordagem comunicativa que se concentra em dramatizações e conversas, em vez de memorização de gramática e vocabulário. Cada cena de RV ajuda os alunos a se sentirem mais imersos e fortalece sua capacidade de lembrar o idioma de destino. Ao usar o software, os alunos são mais propensos a assumir riscos, investigar e explorar em um ambiente realista e sem constrangimentos.
Quinn Taber acredita que a realidade virtual vai mudar tudo na próxima década. “Estou particularmente empolgado com as aplicações educacionais. A aprendizagem é muito emocionante e eficaz quando é experiencial e imersiva ”. Segundo o executivo, os primeiros resultados começam a ser registrados , inclusive com demanda bem sucedidada em países do Oriente Médio.
Iniciando o roteiro de apresentações no Brasil atualmente, os executivos da startup têm a missão prioritária de atrair clientes corporativos. Para isso, os tutores oferecidos têm não só o conhecimento natural da língua como também domínio de conhecimentos específicos. Uma corretora de ações terá, então, tutores que conheçam as operações do mercado. Para o CEO o objetivo está bem definido: “Pretendemos marcar presença em todo o mundo”, aposta o CEO.
Em resumo