* Raphael Bigio
A construção civil brasileira passa por períodos de incerteza, frente à crise econômica que tem assolado o País há alguns anos. Embora a confiança dos empresários na indústria da construção tenha apresentado alguma melhora nos últimos meses, de acordo com sondagem divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor busca meios de se reinventar.
O índice de expectativas dos empresários da construção aumentou 1,3 ponto na comparação com maio, segundo o levantamento da CNI. Já o índice de percepção sobre as condições atuais aumentou 1 ponto na mesma base de comparação, mas a pesquisa aponta, ao mesmo tempo, que os empresários continuam pessimistas em relação à situação atual.
O índice de empregos reflete diretamente esse cenário. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, divulgados em abril de 2019, o trabalho formal no país contabiliza saldo negativo de 43.196 empregos, sendo que as maiores perdas registradas foram no comércio (redução de 28.803 vagas), agropecuária (-9.545 vagas) e construção civil (-7.781 vagas).
Mesmo quando os indicadores não são muito otimistas, ainda há quem nade contra a maré. Sou empresário e dirijo uma companhia que este ano completou 20 anos de atividades no Brasil, voltada à construção civil, mais especificamente ao setor de impermeabilização em grandes obras de infraestrutura, residenciais e atendendo também ao mercado varejista.
Se o desafio é constante e tem se agravado nos últimos anos, paralelamente, as oportunidades existem e a prova é que temos registrado resultados bastante positivos. Investimentos são necessários, apesar de serem considerados arriscados por muitos. A atenção que vem sendo dada à tecnologia, qualificação de pessoal e logística vai render à empresa um crescimento acima de 20% até o fim de 2019, sendo bastante conservador.
Além do empenho que temos empregado, o setor também tem encontrado espaço para crescer. A impermeabilização vem sendo cada vez mais considerada estratégica para aumentar o tempo útil da obra, garantir economia, além de gerar benefícios às pessoas e ao meio ambiente.
Sabe-se, por exemplo, que a impermeabilização contemplada no projeto inicial de uma obra representa de 1% a 3% do valor total. Porém, caso a impermeabilização tenha que entrar na obra acabada como forma corretiva, o valor chega a cerca de 25% a 30% do valor da obra. Ou seja, tanto a eficiência, quanto a competitividade ficam comprometidos com a falta de planejamento e prevenção.
Além do fator econômico, o bem-estar das pessoas e à preservação ambiental fazem com que a construção civil esteja voltando seu olhar cada vez mais à impermeabilização. Produtos eficientes garantem a edificação segura e livre de umidade, melhorando a qualidade de vida de seus usuários. Ir além e oferecer produtos amigáveis ao meio ambiente, que conversem com as construções sustentáveis, segmento crescente no universo imobiliário, também promove benefícios extras ao Planeta, à economia e às indústrias do setor.
São tempos de mudanças profundas e a adaptação se faz necessária na busca da sobrevivência no mercado e, mais que isso, de confiança e crescimento.
* Raphael Bigio é engenheiro civil, formado pela Escola Politécnica da USP, e diretor da DRYKO Impermeabilizantes, empresa 100% brasileira, com sede em Guarulhos, SP.