Diego Andrade *
A pandemia do novo coronavírus afetou muitos setores da economia no Brasil. No entanto, o setor gastronômico foi o que foi afetado de maneira mais peculiar.
Isso porque bares e restaurantes foram impactados de maneira brutal por serem um dos principais pontos de contaminação. Afinal, pessoas aglomeradas e com alta rotatividade em um ambiente fechado é, com o perdão do trocadilho, prato cheio para o vírus.
No entanto, ao mesmo tempo, o setor gastronômico foi o que teve a adaptação mais natural para uma solução econômica: o delivery. Afinal, aplicativos como o Rappi, iFood, Uber Eats e outros oferecem uma estrutura completa para os restaurantes encontrarem um público que está em casa, mas disposto a comprar.
Mesmo assim, os danos causados no setor foram enormes. De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o impacto do novo coronavírus no setor, por enquanto, foi de 1 milhão de empregos.
Mas se a pandemia determinou um período de adaptação para os restaurantes, o que acontecerá quando ela acabar? Qual é o futuro que aguarda o setor gastronômico no pós-pandemia?
Até a vacina, o setor ficará dependente do delivery
Por enquanto, o mundo todo aguarda com ansiedade o desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus. Isso é necessário para que o planeta possa voltar a uma vida mais ou menos próxima do que tínhamos antes, com as pessoas saindo de casa.
No entanto, enquanto isso não acontecer, o setor de bares e restaurantes ficará dependente do delivery. Isso porque o movimento do vírus em todos os países é o do “efeito sanfona”: ou seja, ele vai e vem conforme o nível de abertura.
Todos os países que controlaram bem o vírus e reduziram o nível de contaminação a 0, como a Nova Zelândia, Coréia do Sul e a própria China, tiveram novos casos quando reabriram a economia.
Por isso, a perspectiva para os restaurantes é que, enquanto a vacina não for desenvolvida, a dependência será dos aplicativos de delivery pois a abertura inevitavelmente levará a nova contaminações.
Alguns tipos de negócios vão desaparecer e outros surgir
Por causa das preocupações com a contaminação, alguns modelos de negócios gastronômicos vão simplesmente desaparecer.
Um exemplo é o buffet de self-service, por exemplo. Um experimento de uma emissora de TV japonesa mostrou como o vírus se transmite rapidamente nesse tipo de ambiente.
A emissora colocou tinta invisível na mão de um dos clientes de um buffet self-service e mandou todos se servirem. Quando todos terminaram de comer, a emissora ligou a luz negra no ambiente e constatou que todas as pessoas tinham a tinta invisível nas mãos e pelo menos 10% delas tinha a tinta na boca.
Para poder sobreviver, portanto, os buffets self-service precisarão mudar o foco de operação e criar novas maneiras de atender seus clientes.
Qual será o novo normal?
O “novo normal” para bares e restaurantes em um período pós-pandemia ainda não está claro, mas envolverá um misto de atendimento presencial estratégico e foco no delivery.
Por isso, veremos uma rápida ascensão de cozinhas compartilhadas e restaurantes que funcionam apenas atendendo a clientes de aplicativos de entregas.
No atendimento presencial, será necessário pensar em como manter o distanciamento social para os clientes, com menos mesas dentro do estabelecimento.
Uma boa notícia para os restaurantes, no entanto, é que uma das tendências para os próximos meses é a valorização da comida mais próxima e bairrista.
As pessoas, quando saírem do isolamento social, tenderão a ver o mundo com outros olhos, favorecendo o que está mais próximo em vez de grandes viagens internacionais.
E você, o que acha que acontecerá com bares e restaurantes no futuro pós-pandemia? Comente abaixo com a sua opinião sobre o assunto!
Em resumo