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Pressões crescentes das novas profissões

 

Os trabalhos mais quentes do futuro serão muito diferentes dos atuais Mesmo que continue a haver demanda por profissões tradicionais, como médicos, professores, advogados, engenherios, etc, elas exigirão o domínio de ferramentas e tecnologia digitais direcionadas a cada atividade

Enquanto o mundo luta pelos empregos do passado, a inovação está consumindo rapidamente os trabalhos do presente, diz Brian Solis, analista do Altimeter Group. Todos os dias, mais empregos estão se tornando automatizados ou deslocados por tecnologias emergentes em nome do progresso. “E isso não vai parar”, argumenta.

Por isso, Solis defende que o maior retorno sobre o investimento (ROI) para qualquer empresa que deseje continuar competitiva será ajudar os funcionários a aprender novas habilidades e obter conhecimentos valiosos relacionados aos empregos do futuro. Quais?

“A indústria robótica irá criar uma variedade de novas categorias de trabalho. Algumas serão altamente técnicas, como engenheiro robótica, programador de sistemas robóticos, engenheiros de drone. Mas também haverá posições que nunca existiram antes, que não exigirão um conhecimento de engenharia tão profundo”, diz ele.

Entre essas profissões estariam o que Solis chama de inspetores de qualidade de sistemas robóticos, treinadores de robôs, especialistas em comportamento de Inteligências Artificiais, especialistas em narrativa e por aí vai.

Torsten Volk, analista da Enterprise Management Associates, diz que a Inteligência Artificial e suas subcategorias ­ basicamente Machine e Deep Learning ­ serão áreas ­chave para o crescimento das profissões do futuro.

Entre os exemplos de postos de trabalho de trabalho do futuro, na sua opinião, estão os arquitetos de Inteligência Artificial, os treinadores de Machine Learning, os programadores, analistas, engenheiros e cientistas relacionados com a Internet das Coisas (IoT) e a Analytics.

“A nova geração de empregos exige uma nova compreensão de onde estão os limites das tecnologias de Inteligência Artifical e de Analytics”, diz Volk. “No futuro, os programadores, gerentes de produto, arquitetos e até mesmo os papéis de negócios devem se familiarizar com o impacto da automação e da tomada de decisão baseada em Machine Learning sobre as operações de TI e o desenvolvimento de novos produtos”.

JP Gownder, analista da Forrester, sustenta que os trabalhos relacionados com Informática e Matemática crescerão nos Estados Unidos em 57% na próxima década. Cada vez mais, esses trabalhos se concentrarão em torno de Machine Learning e das bases de conhecimento (Big Data) serão necessárias para conduzir a Inteligência Artificial.

“À medida que nos movemos em direção a um mundo AI­First, especializações irão surgir a partir das aplicações prática de aprendizado de máquina, cognição e geração de linguagem natural. Embora algumas das funções relacionadas a essas disciplinas já existam hoje, elas se tornarão muito mais mainstream e subsegmentadas no futuro”, diz Gownder.

Solis acredita que os futuros empregos incluirão muitas carreiras não tradicionais, tais como consultores de moeda digital, que ajudarão os investidores a construir riqueza investindo, negociando e vendendo moedas digitais emergentes; profissionais de segurança cibernética e pesquisadores digitais que ajudarão os indivíduos e empresas a investigar ameaças, resolver crimes e recomendar protocolos de segurança; e arquitetos de Realidade Virtual e Realidade Aumentada, que projetarão ambientes e aconselharão os colegas sobre as tecnologias de suporte necessárias.

De acordo com o analista Geoff Woollacott da Technology Business Research, Inc. (TBRI), a força de trabalho do futuro será dividida entre aqueles que executarão as diretivas de Aprendizado de Máquina (doers) e aqueles que irão analisar e avaliar os algoritmos e os resultados de negócios (pensadores).

“Quanto mais as máquinas pensarem, menos pensamento será exigido dos seres humanos,” explica Woollacott. “A Fintech, por exemplo, terá métricas automáticas de dados pessoais para aprovação automática de empréstimos”, explica.

Imagine especialistas em financiamento de multidões ou banqueiros de cripto­moeda. Os bancos físicos se transformarão em centros de apoio técnico onde os clientes serão informados sobre como trabalhar online para conduzir suas transações bancárias.

O gerenciamento da infraestrutura de TI será menos sobre o diagnóstico de interrupções e mais sobre o monitoramento de painéis de desempenho da rede e, quando necessário, mudança das regras e diretrizes de desempenho dos aplicativos para manter o resultado desejado do negócio.

E os empregos tradicionais?

Mesmo que continue a haver demanda por profissões tradicionais como médicos, enfermeiros, advogados, banqueiros e professores, esses trabalhos exigirão um conhecimento muito mais profundo das tecnologias existentes, porque cada faceta de suas vidas profissionais, desde as comunicações até o transporte, a pesquisa e a educação, será permeada com sistemas computacionais.

Todas as ocupações exigirão que seus profissionais compreendam, gerenciem e mantenham vários dispositivos, além de sistemas especializados que estarão associados com seus trabalhos, como sistemas de diagnóstico e de imagem, equipamentos de varredura e monitoramento e aplicações de análise para pessoal médico, por exemplo.

E, a maioria de todos os trabalhos futuros exigirá dos indivíduos habilidades múltiplas em muitos campos tecnológicos. Por exemplo, programadores, analistas e desenvolvedores terão a proficiência para executar todas essas três funções. Enquanto designers, arquitetos e vários engenheiros provavelmente compartilharão o mesmo conjunto de habilidades.

À medida que as empresas reduzirem o tamanho e apertarem os cintos, muitos, empregos técnicos similares se fundirão. Os empregados poderão ser mais versáteis, permitindo mais mobilidade entre ocupações múltiplas. Isso será particularmente necessário em pequenas empresas e em áreas distantes dos grandes centros urbanos.

Todos nós podemos imaginar como essas novas tecnologias vão mudar a agricultura, a infraestrutura, a manufatura, a construção, o transporte, a comunicação e o entretenimento.

Por exemplo, coletores de água atmosférica, sensores de ar e solo, sensores de culturas, equipamentos telemáticos e biométricos para o gado já utilizam sensores ópticos, drones, dispositivos mecânicos computadorizados, chips embutidos e outras automações robóticas para gerenciar e manter as culturas.

A infraestrutura futura também usará sensores, drones, microgrids, armazenamento de energia em massa e tecnologias de “smart city”, como medidores inteligentes, smart grids, smart streetlights, smart traffic lights e até mesmo smart parking conectados através de redes IoT.

Edifícios inteligentes e casas inteligentes abrangerão tecnologias eficientes para controle de temperatura, iluminação, consumo de energia, sistemas de som, entretenimento, mídia, segurança e comunicações. Podemos também ver novas tecnologias holográficas como holo­phones e imagens 3D que flutuam acima de laptops e/ou pairam sobre tablets.

As tecnologias de impressão tridimensionais influenciarão fortemente os trabalhos de fabricação e construção do futuro. Os produtos impressos de forma tridimensional e os novos materiais fornecerão trabalhos para designers, arquitetos, projetistas 3D, arquitetos em nuvem, administradores de tecnologia móvel, engenheiros, programadores, analistas, arquitetos de Realidade Aumentada, trabalhadores de campo assistidos por robô e outras funções robóticas.

Como os indivíduos serão treinam para esses trabalhos? O analista da EMA, Torsten Volk, sugere que os indivíduos que procuram carreiras nessas “futuras” profissões devam aprender a abolir as fronteiras usuais de hoje e a ignorar as regras convencionais.

Além disso, os candidatos a emprego no futuro devem aprender a lidar com as tecnologias cognitivas e ofertas chave de IA, como o Watson, o Amazon ML, a API do Google Vision e outros sistemas já disponíveis para aprender na prática os trabalhos de amanhã.

Novatos devem experimentar e brincar com brinquedos robóticos como Cozmo, Dash & Dot, Chimp, Ziro, Leka, etc. para aprender a codificar e aprimorar as habilidades STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

E as corporações devem transformar agressivamente o treinamento dos funcionários e sua educação formal. “Ou nós não estaremos produzindo as habilidades de trabalho que nossas empresas e negócios exigirão na futura economia”, diz Woollacott.

Afinal, estar pronto para o futuro mercado de trabalho terá cada vez menos relação com o que o profissional sabe e muito mais com o que é capaz de fazer com seu conhecimento. 

 

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