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Notas econômicas: 9 a 13 de novembro de 2020

Eleitor mostra documento à distância para mesária das eleições =Marcelo Camargo/Agência Brasil
As eleições para prefeituras e câmaras de vereadores abrem a possibilidade da retomada de pautas de interesse do governo

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG

O coronavírus não distingue ricos e pobres, mas as consequências da pandemia não apenas os distinguem como ampliam o fosso entre eles. Segundo pesquisa do DataFavela, 55% dos estudantes que vivem em comunidades em todo o Brasil não tiveram como estudar durante o período de isolamento social. Para 34%, o problema foi falta de acesso à internet, enquanto 21% não receberam atividades das escolas ou faculdades. (Globo) (Meio)

O drama da educação não se deve só à Covid-19. Mesmo antes da pandemia, a desigualdade educacional já havia se aprofundado em quase 58% dos municípios brasileiros. A conclusão, a partir de dados do Ideb apurados entre 2015 e 2019, é da ONG Todos Pela Educação. Os estados do Nordeste são os que estão conseguindo maior progresso na redução dessa desigualdade. (Folha) (Meio)

Com a desvalorização do real e a redução do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o tamanho da economia do país em dólares vai sofrer forte queda neste ano e sair do seleto grupo das dez maiores do planeta, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) compilados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pelas projeções do Fundo, o PIB brasileiro deve recuar 28,3% neste ano em relação a 2019, quando convertido para a moeda americana: de US$ 1,8 trilhão para US$ 1,4 trilhão. O país deve perder, assim, três posições no ranking das maiores economias do mundo, de nona para a 12ª posição, ultrapassado por Canadá, Coreia do Sul e Rússia. Em tempos de real valorizado, o país chegou a ocupar a sétima posição no ranking mundial, atrás de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França. Foi em 2011, quando o dólar valia menos de R$ 2,00. (Valor)

Levando em conta a paridade do poder de compra, o Brasil ocupou no começo desta década a sétima posição no ranking de maiores economias do mundo, status que sustentou posição até 2016. No ano seguinte, em 2017, o país escorregou para a oitava posição e, em 2019, ocupava o décimo lugar entre as grandes economias do planeta. O critério de paridade de poder de compra é menos frequentemente usado. Por ele, a China já é a maior economia do mundo, com um PIB de US$ 23,4 trilhões em 2019, superando os Estados Unidos, com um PIB de US$ 21,4 trilhões. (Valor)

Indicadores da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que antecipam inflexão no ciclo econômico, apontam uma contínua moderação no crescimento das principais economias, incluindo o Brasil, antes do recente aumento de restrições provocadas pela pandemia de covid-19. O sistema de indicadores compostos avançados da OCDE é concebido para sinalizar com antecedência de seis a nove meses os pontos de virada do ciclo econômico — flutuações de produção ou da atividade em relação ao seu potencial de longo prazo. (Valor)

Após queda aos menores níveis históricos em agosto, as taxas de pobreza voltaram a aumentar em setembro, mas de forma bem menos acentuada que a esperada em razão da redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, segundo cálculos do economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Em agosto, ainda sob os efeitos do auxílio emergencial de R$ 600, o total de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza ficou em 38,9 milhões, correspondendo a 18,4% da população. Essa parcela tem renda inferior a US$ 5,50 ao dia, linha de corte adotada pelo Banco Mundial. Com a redução do auxílio para R$ 300 em setembro, a taxa de pobreza avançou para 19,4%, o que representa 41,1 milhões de pessoas, segundo cálculos do Ibre. O economista também calculou o número de pessoas com rendimento inferior a US$ 1,90 ao dia, o que ele considera a linha de extrema pobreza. Essa população cresceu de 4,8 milhões em agosto para 5,2 milhões em setembro, o equivalente a 2,5% da população. O cálculo preliminar do Ibre estimava essa taxa em 5% em setembro. (Valor)

Depois de caminhar a passos largos em direção à liberalização dos fluxos de capitais nos governos FHC e Lula, o Brasil procura agora criar uma trava contra eventuais retrocessos com a adesão aos códigos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O país ainda ficará livre para, no caso de crises de balanço de pagamentos ou de sérias ameaças à estabilidade financeira, voltar a impor restrições ao movimento de ingresso ou de saída de capitais. Mas terá que explicar e justificar à OCDE. (Valor)

Corrida das vacinas: O anúncio de que a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceira com a BioNTech preveniu mais de 90% das infecções por covid-19 dá impulso geral aos mercados, injetando ânimo nos preços do petróleo e de ações de empresas de setores fortemente atingidos pela pandemia. A Pfizer afirmou que pedirá aos órgãos reguladores de saúde uma permissão para vender a vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com a BioNTech, antes do fim de novembro, como uso de emergência, se os dados pendentes indicarem que é segura. (Valor)

A despesa dos governos estaduais com pagamento de juros e amortizações de sua dívida total somou R$ 23,8 bilhões de janeiro a agosto deste ano, em queda de 28,5% em relação a igual período de 2019, em termos reais, considerando o agregado de 26 Estados e o Distrito Federal. A dotação inicial previa elevação real (descontada a inflação) de 14,4% para essas despesas no mesmo período, o que não aconteceu com a suspensão do pagamento da dívida com a União, uma das medidas do pacote de socorro do governo federal a Estados e municípios para amenizar impactos da pandemia. (Valor)

Indicadores

Agronegócios

Impulsionado sobretudo pela soja, mas também sob influência de avanços previstos para milho, arroz e carnes, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira deverá alcançar um novo recorde histórico em 2021, o terceiro consecutivo. Segundo projeções recém-concluídas pelo Ministério da Agricultura, o VBP do campo, que mede o faturamento dos produtos “da porteira para dentro”, deverá somar R$ 949,2 bilhões em 2021, 11,9% mais que o total estimado para 2020 — R$ 848,6 bilhões, um crescimento de 13,1% ante 2019. (Valor)

A colheita brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas somará 253,2 milhões de toneladas em 2021, 0,5% maior que neste ano, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do primeiro prognóstico do órgão para a temporada, e confirma que um novo recorde deverá ser alcançado. Como de costume, é a soja, carro-chefe do campo nacional, a principal responsável pela expectativa positiva. Para a oleaginosa, a previsão do IBGE é de crescimento de 4,6% na produção (5,6 milhões de toneladas a mais). (Valor)

Café: De janeiro a outubro, as exportações de café alcançaram 35 milhões de sacas, 1,9% mais que em igual período de 2019 e o maior volume dos últimos cinco anos. A receita acumulada subiu 3% em relação aos primeiros dez meses do ano passado, para US$ 4,4 bilhões – também o melhor resultado nos últimos cinco anos. O preço médio da saca exportada subiu 1% para US$ 126,6. No período, os embarques de café arábica somaram 27,5 milhões de sacas, com queda de 0,3%, e os de robusta cresceram 23,4%, para 4,2 milhões de sacas. (Valor)

As exportações de carne bovina (in natura e processada) do país alcançaram 189,6 mil toneladas e renderam US$ 790 milhões em outubro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Em relação ao mesmo mês de 2019, o volume caiu 4% e a receita foi 8% menor. Apesar da desaceleração, nos dez primeiros meses do ano o volume dos embarques cresceu 9%, para 1,65 milhão de toneladas, e o valor das vendas aumentou 16%, para US$ 6,8 bilhões. (Valor)

Indústrias

O desempenho da pequena indústria melhorou ao longo do terceiro trimestre, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o Panorama da Pequena Indústria, o nível de desempenho do setor passou de 41,3 pontos (abaixo da média histórica) em junho para 52,3 pontos em setembro, atingindo novo recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. (Valor)

A produção da indústria brasileira avançou em 11 dos 15 locais pesquisados na passagem de agosto para setembro, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais variações positivas ocorreram no Paraná (7,7%), Amazonas (5,8%), São Paulo (5%), Espírito Santo (5%), Rio Grande do Sul (4,5%), Santa Catarina (4,5%) e Bahia (4%). Também registraram crescimento no mês, ainda que abaixo da média nacional, Minas Gerais (1,9%), Ceará (1,3%) e Goiás (0,4%). A região Nordeste registrou incremento de 1,1% na produção industrial no período. No lado das quedas na indústria, ficaram Mato Grosso (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%), Pará (-2,8%) e Pernambuco (-1,3%). (Valor)

A indústria de São Paulo passou a operar em setembro nos níveis anteriores à pandemia, mostram dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados da pesquisa mostram que a produção da indústria de São Paulo cresceu 5% de agosto a setembro. Com o bom desempenho, o setor opera agora 4,4% acima de fevereiro, o mês que antecedeu as medidas de isolamento social contra a pandemia. As montadoras foram as grandes responsáveis pela alta do setor em setembro, seguidos pela produção de máquinas e equipamentos. (Valor)

Quando comparado a setembro de 2019, houve alta na produção industrial em 12 dos 15 locais. Por essa base de comparação, a indústria cresceu 3,4% pela média nacional. O destaque pela base interanual foram Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%) e Pará (8,1%). Também com forte alta estão Santa Catarina (7,6%), Pernambuco (7,5%), Rio Grande do Sul (5,8%), Goiás (5,3%) e São Paulo (4,9%).

Os índices de confiança e perspectivas registram estabilidade com leve oscilação para baixo. Ao todo, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas empresas, após quatro altas e uma leve oscilação negativa, ficou 59,5 pontos em outubro. Esse valor está abaixo do patamar registrado nos primeiros meses do ano, antes da pandemia, quando ficou acima de 63 pontos, mas mostra confiança do empresário. Isso porque os índices superiores a 50 pontos significam que o empresário está confiante. (Valor)

Transporte

O tráfego total comparável nas estradas sob concessão da Ecorodovias caiu 12,8% entre os dias 16 de março (início da quarentena no país) até 8 de novembro, na comparação com o mesmo período de 2019, fruto da menor mobilidade diante da pandemia da covid-19.

Comércio e serviços

Na Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto o setor de serviços ainda estava 10% abaixo do nível de fevereiro, mas os serviços às famílias, categoria que tem grande impacto no PIB, estavam 42% abaixo. Segmentos como restaurantes, turismo etc, vão demorar a retomar o nível pré-pandemia. Na indústria e no varejo, a grande questão para o quarto trimestre é o impacto da redução do auxílio emergencial. (Valor)

O volume de serviços prestados no país cresceu 1,8% em setembro, na comparação a agosto, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quarta alta consecutiva do indicador, na comparação ao mês anterior. Depois das perdas em março (-6,8%), abril (-11,9%) e maio (-1,2%), os serviços haviam crescido em junho (5,3%), julho (2,7%) e agosto (2,9%). Quando comparado a setembro do ano passado, o volume de serviços recuou 7,2% no mês. O desempenho ficou aquém, por essa mesma base de comparação, do registrado pela indústria (+3,4%) e pelo varejo restrito (+7,3%). Nos noves primeiros meses do ano, a baixa acumulada foi de 8,8% frente ao mesmo período do ano anterior. Pelo indicador de 12 meses, o setor registrou queda de 6% no volume. (Valor)

Ao fim deste ano, o pagamento do 13º salário terá colocado na economia brasileira valores entre R$ 208 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e R$ 215 bilhões, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O prazo máximo para as empresas fazerem esse pagamento é o dia 20 de dezembro. Quem decide pagar o abono em duas parcelas tem até o dia 30 de novembro para depositar a primeira parte. A primeira parcela do 13º costuma ser a maior, pois não tem descontos, como a contribuição previdenciária ou Imposto de Renda, que incidem sobre a segunda parcela. O Dieese estima que 48 milhões – 60% do total – sejam trabalhadores com carteira assinada, incluindo domésticos. Os aposentados e pensionistas do INSS são 30,8 milhões, ou 38,4% do total. (Valor)

O volume de vendas no varejo nacional — que inclui oito ramos do comércio, excluindo veículos e material de construção — cresceu 0,6% em setembro, frente a agosto, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, as vendas do varejo restrito foram 7,3% maiores do que no mesmo mês de 2019. No acumulado do ano até setembro, o setor mostra estabilidade. Em 12 meses, o volume de vendas apresenta avanço de 0,9%.

Pelo conceito ampliado — que inclui oito ramos do varejo, além do comércio de veículos e material de construção, as vendas varejistas subiram 1,2% em setembro, perante agosto, descontados os efeitos sazonais. Quando comparado a setembro de 2019, o volume de vendas do varejo ampliado cresceu 7,4%. O setor recua 3,6% no acumulado do ano e cai 1,4% em 12 meses. (Valor)

Governo


Os custos dos programas de transferência de renda no Brasil são “insustentáveis” e serão reduzidos à medida que a covid-19 recuar, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento promovido pela agência Bloomberg. “Estamos determinados a voltar para nossos programas de ajuste fiscal.”

(Valor)

A grande preocupação de Guedes é com o avanço de medidas que contribuam na geração de emprego e renda em 2021. Como vem sendo dito pelo ministro e reverberado por sua equipe, a economia está sendo retomada, porém, não será suficiente para impedir um aumento mais expressivo do desemprego. Com o fim dos programas de assistência social, haverá demanda maior por emprego. (Valor)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que quatro empresas estatais – Eletrobras, Correios, Porto de Santos e PPSA – deverão estar privatizadas até o final de 2021. A afirmação foi feita durante evento promovido pela agência Bloomberg. (Valor)

O custo de funcionamento da máquina pública com, por exemplo, diárias e viagens; água, luz e esgoto; copa e cozinha; e com funcionários de apoio caiu no primeiro semestre deste ano ante mesmo período do ano passado não só do Poder Executivo (excluindo as despesas do Ministério da Saúde) como também do Legislativo, Judiciário e Ministério Público da União. A queda desses gastos está diretamente relacionada ao uso do teletrabalho durante a pandemia. O comportamento dessas despesas foi detalhado em documento inédito do Tesouro chamado Boletim Foco em Custos. As despesas analisadas foram registradas até 30 de junho. Segundo o Boletim, considerando apenas as despesas com o funcionamento do Executivo (excluindo o Ministério da Saúde), Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria Pública da União, o custo teve uma queda nominal de 6,54%, passando de R$ 25,536 bilhões para R$ 23,866 bilhões. (Valor)

As eleições se aproximam e, com o fechamento das urnas no primeiro turno, a equipe econômica prepara a “linha de ataque” para conseguir retomar sua agenda no Congresso Nacional. Com uma série de propostas dependendo da análise de deputados e senadores, a equipe do ministro Paulo Guedes mira medidas que ajudem a navegar a economia no curto prazo, como a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sem a qual não há como executar as despesas de 2021, mas também no médio e longo prazos, como a lei de falências e os marcos do gás, da cabotagem, da energia e de concessões, autonomia do Banco Central. (Valor)

Há preocupação com o suporte fiscal, no caso as PECs Emergencial e do Pacto Federativo. Elas são vistas como necessárias não só para dar um reforço ao Bolsa Família no ano que vem (tendo ou não mudança de nome), mas também para dar mais conforto ao Banco Central (BC) na gestão da política de juros baixos. (Valor)

Dentro do programa do auxílio emergencial foram creditados R$ 204,4 bilhões em pagamentos até setembro, beneficiando 67,2 milhões de pessoas, conforme balanço da Caixa. (Valor)

Das 547 emendas apresentadas à medida provisória (MP) 996, que cria o programa Casa Verde e Amarela, 68% foram apresentadas pelo PT e pelo Psol com o objetivo de tentar manter a espinha dorsal do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que sairá de cena. O prazo para votação da MP termina em 2 de fevereiro de 2021. (Valor)

Inflação

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2020 subiu de 3,02% para 3,20%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira, 9 de novembro, com estimativas coletadas até o fim da semana anterior. Para 2021, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu, de 3,11% para 3,17%. (Valor)

O Índice Geral de Preços ao Consumidor – Mercado (IGP-M) de novembro pode encerrar o mês em torno de 3,5%, afirmou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Caso o indicador se posicione nessa faixa, seria superior à taxa de outubro, de 3,23%. (Valor)

Os alimentos voltaram a pressionar o custo de vida da parcela mais pobre da população brasileira em outubro, mês em que a inflação das famílias de maiores rendimentos também acelerou. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostrou que a taxa de inflação das famílias de renda mais baixa foi de 0,98% — mesma variação registrada no mês anterior. Os alimentos foram responsáveis por mais de 60% da inflação da baixa renda, refletindo o aumento de preço de produtos como arroz (13,4%), batata (17%), tomate (18,7%) e o óleo de soja (17,4%). (Valor)

Indicadores do Banco Central

Boletim Regional do BC: Indicadores recentes da atividade econômica sugerem recuperação desigual entre setores no Brasil, avalia o Banco Central (BC). Apesar de melhor dimensionamento dos impactos iniciais da pandemia, a pouca previsibilidade associada à sua evolução e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 “aumenta a incerteza sobre a velocidade da retomada da atividade econômica”. (Valor)

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 1,29% em setembro, na comparação dessazonalizada com o mês anterior, conforme divulgado nesta sexta-feira pela autoridade monetária. Em agosto, houve avanço de 1,39% (dado revisado de alta de 1,06%). Nos 12 meses até setembro, o IBC-Br apresentou queda, de 3,32%. O indicador medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal. No acumulado do ano até setembro, o recuo foi de 4,93%. (Valor)

Crescimento

A mediana das projeções do mercado para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 subiu ligeiramente, de -4,81% para -4,80%, vindo de um piso de -6,54% atingido no fim de junho. Para 2021, o ponto-médio das expectativas para o PIB foi reduzido de 3,34% para 3,31%, mantendo apostas na recuperação de parte das perdas deste ano. (Valor)
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getúlio Vargas subiu 2,9 pontos em outubro, para 84,9 pontos. Apesar da sexta alta consecutiva, há uma desaceleração na recuperação do indicador desde julho. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 6,3 pontos, para 80,6 pontos.(Valor)

A economia brasileira fechou o terceiro trimestre deste ano com crescimento expressivo, embora heterogêneo entre os setores, mas a redução do auxílio emergencial, as incertezas provocadas pela pandemia e a piora recente das condições financeiras levantam dúvidas sobre o ritmo da recuperação da atividade no quarto trimestre e em 2021, de acordo com a avaliação de economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). (Valor)

Marcel Balassiano (Ibre-FGV): “É importante frisar que a desvalorização do real ao longo do ano e o aumento do risco são reflexos dos problemas brasileiros, principalmente do lado fiscal. Bolsa, câmbio, juros futuros. Todas essas variáveis mostram as incertezas e o risco embutido no Brasil.” (Valor)

O Ibre/FGV estima queda de 5,1% no PIB brasileiro este ano e crescimento de 3,5% em 2021. Apenas o carregamento estatístico deve garantir alta de 2,4% no próximo ano. Isso significa que, se o PIB não crescer em relação ao fim de 2020, terá expansão de 2,4% no ano que vem. Os dois primeiros trimestre de 2021 devem ter um crescimento baixo. (Valor)

Na pesquisa, as famílias de renda mais baixa vivem com ganho médio de R$ 1.534 por mês. Já as famílias do topo da pirâmide recebem R$ 15.345 por mês, pelo critério escolhido pelo Ipea. (Valor)

Internacional

Os EUA e a UE não são os únicos atrás das empresas de tecnologia. A China propôs uma série de novas regras antitruste focadas nas big techs chinesas, como Alibaba e Tencent. A ideia é proibir, por exemplo, práticas como exigir que os fornecedores negociem apenas em uma plataforma exclusiva ou fornecer preços diferenciados aos clientes com base em seu histórico de compras e perfil. O projeto vem uma semana depois do governo chinês suspender o IPO do Ant Group, fintech do Alibaba, após críticas do CEO Jack Ma sobre as regulamentações no país. (Valor)

A economia do Reino Unido cresceu fortemente no terceiro trimestre de 2020 após as medidas de restrição para conter o coronavírus terem sido retiradas. O Produto Interno Bruto cresceu 15,5% na comparação com o segundo trimestre, informou o Gabinete Nacional de Estatísticas (ONS). A atividade, contudo, continua abaixo do que estava em fevereiro, antes do impacto da pandemia. Apesar da forte recuperação no terceiro trimestre, a economia do Reino Unido já mostra sinais de problemas. O crescimento de 1,1% em setembro foi mais fraco do que o previsto. (Valor)

A UE abriu investigação antitruste contra a Amazon. Segundo a Comissão Europeia, a big tech usa dados sigilosos de varejistas, como receita e número de clientes, para acabar com a concorrência na sua plataforma e ter benefício próprio. O órgão também abriu outra investigação para saber se a Amazon favorece seus próprios produtos ou de seus clientes parceiros nos itens destacados. Se acusada, pode receber uma multa de até 10% de sua receita global. E as conclusões dos reguladores europeus ainda podem contribuir com a fiscalização antitruste nos EUA. (Valor)

O Banco Central Europeu (BCE) vê a compra de títulos de emergência e empréstimos de longo prazo aos bancos como suas principais alavancas para fornecer mais apoio à economia da zona do euro, disse a presidente da instituição, Christine Lagarde, segundo relato da agência Bloomberg. A perspectiva econômica da região piorou consideravelmente nas últimas semanas, à medida que casos recordes de coronavírus em toda a região forçaram os governos a reintroduzir restrições à circulação de pessoas. (Valor)

Guerra contra a China: O Itamaraty anunciou ontem que o Brasil apoia o chamado Clean Network (Rede Limpa), um plano dos EUA para segurança na Internet que, na prática, limita a participação de empresas chinesas no mercado 5G. (Valor)

Projeções de setores

Consideradas um importante termômetro do nível de atividade econômica, as expedições de papelão ondulado seguiram em ritmo acelerado em outubro e marcaram novo recorde mensal, conforme dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Conforme a prévia, no antepenúltimo mês de 2020, as expedições de caixas, chapas e acessórios de papelão alcançaram 362,1 mil toneladas, o maior volume desde o início da série histórica, em janeiro de 2005, com altas de 8% em relação a outubro de 2019 e de 2,9% ante setembro. Com ajuste sazonal, porém, a produção de caixas, chapas e acessórios de papelão caiu 2% no mês passado, a 336 mil toneladas, depois de quatro meses consecutivos de expansão. A expedição por dia útil recuou 5,8% ante setembro, a 12.925 toneladas. Com o desempenho de outubro, as expedições de embalagens de papelão acumularam alta de 5,1% neste ano, para cerca de 3,2 milhões de toneladas. (Valor)

O setor imobiliário vem sendo um dos “drivers do crescimento econômico no segundo semestre” e deve continuar assim em 2021, disse o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso. Ele participou de evento da Abecip, associação do setor de crédito imobiliário. Segundo ele, a construção civil “respondeu – não em toda a sua totalidade, mas em grande parte – de forma muito satisfatória” às medidas adotadas na crise. O setor ainda deve ser beneficiado pelo Block, a plataforma de gestão de recebíveis da B3. “O Block vai transformar o setor”, disse. “Acredito que, para o fim do ano, começo do ano que vem a gente consiga concluir esse projeto.” (Valor)

A indústria de seguros pode fechar o ano com crescimento de até 3%, na avaliação do presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada, Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Coriolano. O mês de setembro marcou a virada da arrecadação para o território positivo. Até agosto, o setor vinha de uma queda anual de 0,8%. As receitas das seguradoras atingiram R$ 197,783 bilhões no ano até setembro, sem contar o DPVAT, ante R$ 196,653 bilhões até agosto, segundo dados da entidade. Com isso, a indústria seguradora agora cresce 0,6% em relação aos nove meses de 2019. O avanço tende a aumentar, pois no último trimestre a arrecadação acelera. (Valor)

A produção de motos nos dez meses de 2020 soma 784,4 mil motos, 17% a menos do que no mesmo período do ano passado. Já as vendas acumulam pouco menos de 727 mil unidades. Nos dez meses de 2019, foram emplacadas 894,8 mil motos, uma diferença de 18,8%. A produção de motos no Polo Industrial de Manaus caiu 13,5% em outubro, na comparação com setembro. Segundo números da Abraciclo, entidade que representa o setor, foram montadas 90,9 mil unidades no mês passado, contra pouco mais de 105 mil motos no mês anterior. Na comparação anual, a retração foi de 16,7%. (Valor)

Política

Após três meses de alta em que a aprovação do governo de Jair Bolsonaro se mostrava bastante superior à rejeição, os números começaram a apertar. De acordo com o PoderData, 45% dos brasileiros aprovam e 43% desaprovam — os números eram 52% e 41% em meados de outubro. (Poder 360) (Meio)

Jair Bolsonaro admitiu a aliados que “exagerou” em sua fala sobre “usar pólvora” quando acabar a saliva na defesa da soberania sobre a Amazônia. Embora afirme ter dito “algumas verdades”, ele alegou ainda não ter citado nominalmente o presidente eleito dos EUA, Joe Biden – durante a campanha, o democrata disse que o Brasil enfrentará “consequências econômicas significativas” se não parar de “destruir” a floresta. Quem também botou panos quentes foi o vice-presidente Hamilton Mourão, para quem Bolsonaro usou apenas “uma figura de retórica”. (Globo) (Meio)

Mais receita para os estados brasileiros: Deverá ser votado após as eleições municipais o projeto que regulamenta o acordo entre os Estados exportadores e a União para compensação das desonerações da Lei Kandir. Isso garantirá repasse de mais de R$ 60 bilhões em 15 anos para esses Estados. O primeiro pagamento da Lei Kandir pode sair ainda neste ano, se várias etapas legislativas forem vencidas. Até a aprovação final, esses projetos podem sofrer modificações, inclusive a pedido do governo. (Valor)

Mas situação seguirá crítica: Segundo o Tesouro Nacional, os Estados gastam em média 58% das receitas correntes líquidas com pessoal, sendo que nove estão acima do limite de 60% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas que não se ajustam porque usam outra metodologia de apuração, respaldada pelos tribunais de contas locais. No Rio Grande do Sul, o índice chega a 81%. (Valor)

Liberalismo ou protecionismo? Diante da ameaça de ficar de fora da rede 5G no Brasil, a Huawei deve recorrer à Justiça. Esta semana, o governo brasileiro entrou no programa americano Rede Limpa, que, na prática, limita empresas chinesas na tecnologia 5G. A Huawei, a mais afetada por essa parceria, já teria, segundo o Globo, contratado um escritório especializado com atuação em Brasília para se preparar para um cenário de litígio. Essa estratégia foi adotada na Suécia. A chinesa ganhou na Justiça depois de ter sido proibida pelo governo sueco. Especialistas temem que ocorra, no Brasil, uma judicialização do leilão do 5G, previsto para 2021. (Meio)

Mercado de trabalho

O ressurgimento da inflação em algumas das principais economias da América Latina tem acionado um sinal de alerta no mercado sobre os rumos da política monetária na região. Os índices de preços voltam a mostrar uma certa recomposição devido aos efeitos da depreciação cambial e do aumento de preços de alimentos. No entanto, boa parte dos analistas acredita que, apesar da pressão, os bancos centrais não devem mudar a direção dos juros tão cedo. (Valor)

Até 2025, a automação acabará com 85 milhões de empregos no mundo em empresas de médio e grande porte, segundo o Fórum Econômico Mundial. 15 setores serão afetados, com destaque pra áreas como processamento de dados, contabilidade e suporte administrativo. Por outro lado, 97 milhões de empregos devem ser criados em áreas como cuidados com saúde, computação em nuvem e dados e inteligência artificial. As empresas estão atentas: mais de 80% dos executivos estão acelerando os planos para digitalizar processos de trabalho e implantar novas tecnologias. E a maioria reconhece o valor de requalificar sua força de trabalho. (Meio)

O mercado de trabalho dos EUA continua melhorando, apesar do aumento da taxa de contágios pela covid-19. O número de trabalhadores que pediram auxílio desemprego pela primeira vez nos EUA caiu para 709 mil na semana passada, segundo informou o Departamento do Trabalho. Economistas previam que o número chegaria a 735 mil na semana encerrada em 7 de novembro, segundo pesquisa da Thomson Reuters. (valor)

Fontes: Jornal Valor, IBGE, Canal Meio Newsletter, UOL, Folha, Carta Capital, Poder 360, Globo

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